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Mesclando criatividade e ousadia, Levitare se torna referência no mercado de leite de búfalas

RAQUEL MARIA CURY RODRIGUES

EM 06/12/2016

6 MIN DE LEITURA

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Com 16 anos de fundação, a Levitare se tornou referência no mercado de laticínios de leite de búfalas do Brasil. Atualmente, a empresa trabalha com aproximadamente 4,3 milhões de litros de leite de búfalas por ano – média de 12 mil litros/dia.

“A Levitare começou acidentalmente. Meu pai era engenheiro agrônomo e a princípio trabalhava com leite bovino e produção de queijos, como o tipo Gouda. Na região da propriedade, existiam alguns produtores de leite de búfala e fizemos uma experiência processando-o, o que acabou gerando uma rentabilidade interessante. Como na época o Governo do Estado de São Paulo havia lançado um programa que fomentava a criação de búfalas no Vale do Ribeira, nós aproveitamos e aderimos, iniciando artesanalmente a produção queijeira no ano de 2000”, contou Jorge Nakid, diretor comercial e proprietário da Levitare, localizada em Sete Barras/SP. 
 
 
jorge nakid - Levitare - búfalas

A novidade agradou os consumidores pelo sabor diferenciando dos produtos e eles passaram a ser comercializados também para algumas pizzarias. Com a expansão do negócio e do número de fornecedores, em 2004 nasceu a marca Levitare e com ela a formalização do negócio e início da construção do laticínio. “Pegamos carona em um outro programa de fundo de desenvolvimento do Vale do Ribeira, que trabalhava com juros mais baixos, e finalizamos a primeira etapa da construção. A expansão, desde então, foi ocorrendo naturalmente”.

Hoje a região é uma bacia leiteira e a Levitare conta com 140 fornecedores de leite de búfala. “Começamos artesanalmente com produção própria, depois terceirizamos toda a produção, inclusive fornecendo búfalas nossas para alguns produtores. No ano passado nós voltamos com a produção própria e hoje produzimos também com o nosso leite. A ideia é aumentar a nossa produção, fomentar a atividade e contribuir com o desenvolvimento dos nossos fornecedores”.

A captação do leite dos fornecedores abrange várias cidades da região, chegando até a Colombo/PR, que se situa a 300 km da fábrica. “Desde abril do ano passado passamos a trabalhar com o SIF e temos clientes no Brasil inteiro. Estamos abrindo redes regionais em todos os estados. O nosso produto está bastante disseminado”.

Entressafra

Para Jorge, a maior dificuldade em trabalhar com búfalas de leite é a entressasafra na produção leiteira. “As búfalas são sazonais e o pico de cria ocorre nos meses de fevereiro e março – 90% delas criam nesse período. Já o pico na produção de leite ocorre nos meses de junho e julho. Quando chega os meses de outubro e novembro, os animais se encontram no final da lactação e estão praticamente secando. Na safra, trabalhamos com quase 30 mil/litros/dia, e no fim desse período, com 10 mil/litros/dia. Esse é o maior gargalo na criação de búfalas, até porque o consumo de alguns queijos cresce no verão – como a mozzarella bolinha, o queijo frescal, entre outros”, pontua Jorge.

levitare - búfalas

Segundo ele, o único produto que pode ser estocado são as barras de queijo mozzarella para fatiar de 4 kg, que hoje corresponde à 35% das vendas da empresa. “Os produtos frescos ficam em falta no mercado na entressafra. Tentamos dessa forma render com a venda das barras no food service”.

mozzarella de búfalas - Levitare

Com relação à raça dos animais, o rebanho é mesclado. “Começamos com a raça Murrah, um gado indiano, mas ao longo do tempo fomos trabalhando também com sêmen da raça italiana Mediterrânea. A produção diária de leite de cada animal é de 4 a 5 litros. No período total de lactação (270 dias), cada fêmea produz em média 1000-1200 litros”.

búfalas de leite - Levitare

Qualidade

Pioneira, a Levitare criou um sistema de bonificação por qualidade este ano chamado de “Pró-Bufála”. De acordo com Nakid, o programa visa contribuir com a profissionalização do setor e leva em consideração a CCS (Contagem de Células Somáticas), a CBT (Contagem Bacteriana Total), o volume de produção e a produção na entressafra. “O objetivo é criar uma cultura relacionada à qualidade. O valor de referência para o litro de leite é R$ 1,98, porém, pode chegar a R$ 2,30. Nosso leite é analisado pela Clínica do Leite”.

Além disso, dois zootecnistas que trabalham na propriedade da família Nakid também são disponibilizados para as fazendas dos fornecedores – dando suporte e corrigindo falhas - além de incentivarem a ordenha mecânica (hoje aderida por 90% dos produtores) e o uso de tanques de expansão. “A ideia é ajudar os produtores a terem qualidade. Queremos aumentar a produção de leite por animal na nossa planta e fazer com que os produtores entendam que o manejo, a nutrição e o trato são importantes. Queremos ser referência para eles – tanto pela qualidade, como em termos de escala”.

Produtos zero lactose e tendências de consumo

produtos zero lactose - Levitare - búfalas de leite

O ano de 2016 também foi marcado pelo lançamento da linha de queijos zero lactose 100% leite de búfalas. Estar atento nas inovações, novidades e tendências de mercado é prioridade para a Levitare. A linha é composta pelo Minas Padrão, Mozzarella, Frescal e Requeijão. Além da linha zero lactose, outros produtos também deram as caras no mercado, como a trança, o parmesão e a manta. “Cada vez mais aprimoramos o nosso produto fazendo um trabalho de degustação aos consumidores. Queremos adequar os produtos aos brasileiros e alinhar um conceito. Não é tudo que faz sucesso lá fora que tem a mesma repercussão aqui. Disponibilizamos hoje 20 diferentes itens ao mercado”.

mozzarella em trança - Levitare

Nesse contexto, a marca ousou e criou uma embalagem que realça a cor preta. “A aceitação foi ótima, pois imprimiu um ar premium aos produtos. Ao longo dos anos, o consumo vem aumentando e atribuímos isso aos reality shows de culinária na TV e redes sociais e aos chefs de cozinha que popularizaram o queijo de búfala. A versatilidade e a leveza do produto contribuem para isso”.

queijo minas frescal - Levitare

Para Jorge, além do paladar, o conteúdo nutricional do queijo de búfala atrai o público – que é diferenciado, de nicho e ainda muito restrito, o que gera ânimo ao mercado, que acredita no potencial de ampliação do setor.

queijo de búfalas - conteúdo nutricional

Produzindo em torno de 700-720 toneladas de queijos por ano, a companhia registrou crescimento de 20% neste ano, menos do que 2015, mas o suficiente para não ser abalar com a crise.

Jorge acredita que o queijo de búfalas ainda pode contribuir muito com a experiência gastronômica no Brasil e faz um apelo para que a cadeia seja mais fiscalizada e protegida. “Alguns produtos encontrados no mercado hoje são vendidos como 100% búfalas, mas, clandestinamente, na sua composição, há também leite de vaca. Isso é muito negativo e atrapalha o nosso mercado, pois confunde os consumidores. Em épocas na qual o preço do leite de vaca está baixo, essa prática é muito comum”, finaliza.

Confira o vídeo da Levitare:

RAQUEL MARIA CURY RODRIGUES

Zootecnista pela FMVZ/UNESP de Botucatu.

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LEANDRO MARTINS

SETE LAGOAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/12/2016

Parabéns! Acredito muito neste mercado, onde as inovações no setor de lácteos são os diferenciais. O queijo de búfala é uma delícia!
HELTON HIPOLITO DE MORAES

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/12/2016

Sou testemunha disso. Participei do último evento na APTA de Registro, mas que fica em Pariquera Açu, eventos como esse precisam se dar com mais frequência para tentar aos poucos quebrar os paradigmas junto aos produtores locais, se não todos uma grande parcela deles, o que faz com que a produção de leite por a imensa maioria das búfalas do Vale, seja pouco mais do que incipiente. Quando temos produção média de 8 a 12 litros nas búfalas da fazenda Paineiras da Ingaí em Alambarí ( com picos de até pasmem, 27 litros/dia em alguns animais), percebemos que alguma coisa tem que ser feita para mudar tal cenário. Por isso, o maravilhoso trabalho de DESESTACIONALIZAÇÃO, levado a efeito pela equipe do Prof. Dr.  Nelcio Antonio Toniza de Carvalho na referida Apta do Vale do Ribeira. Pena que o atual governo estadual paulista, não invista um centavo em tal pesquisa; sei do trabalho persistente, cheio de triunfos e que hoje repercute até no exterior, mas que também poderia ser menos sofrido e com isso, os trabalhos se dariam com maior celeridade de resultados, o que seria bom para todos. Pena que as opções políticas sobre a área da agropecuária no Brasil, sejam parcialmente relegadas a apenas algumas áreas de interesse de alguns governantes. Mas perseveremos, Deus nos dará toda a orientação e direção que devemos seguir.
DORA COLARICCIO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 06/12/2016

Parabéns pela iniciativa. A atividade contempla os produtores de búfala no Vale do Ribeira, região de São Paulo carente de alternativas para o segmento da agricultura familiar. O Instituto Biológico desenvolve projetos com produtores no Vale do Ribeira.  

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