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Leite precipitando no alizarol e estável na fervura (sem a possibilidade do Dornic) deve ser aceito?

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 15/12/2016

1 MIN DE LEITURA

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O MilkPoint Indústria recebeu a dúvida de um leitor no artigo “A indústria ainda pode confiar no teste do alizarol?”. Fernando Ramos enviou o seguinte comentário:

“Bom professor, primeiramente parabéns pelo artigo, muito bom ler coisas que provocam o ar da dúvida e questionamento. Minha pergunta é: o leite se precipitando no alizarol e passando estável na fervura (sem a possibilidade do Dornic) deve ser aceito pela indústria? O produtor tem o direito de defender sua estabilidade já que o teste é pouco eficiente quando confrontado com outros mais completos? Aguardo e abraços”. 

Na sequência, Rafael Fagnani, colunista do artigo, médico veterinário formado pela UEL (Universidade Estadual de Londrina) com mestrado e doutorado pela mesma instituição e professor da UNOPAR, enviou a resposta para a questão:

“Olá Fernando! Obrigado pelo contato. Se o leite precipitar no alizarol apresentando a coloração vermelho tijolo e não coagular na prova da fervura, é indicativo de que a amostra suportará as temperaturas de pasteurização industrial sem coagular. Nesse caso, o transportador poderá coletar o leite na propriedade. Na indústria, os testes serão refeitos na plataforma de recepção, incluindo o Dornic e vários outros regulamentados pela legislação. Se tudo estiver ok, aí sim o leite deve ser aceito pela indústria. 

Amostras de produtores que são instáveis no alizarol com coloração vermelho tijolo e não coagulam na fervura são indicativas de LINA (leite instável não ácido). Nesse caso vale uma pesquisa mais profunda e um acompanhamento pelo laticínio para confirmar a suspeita. Mas atenção, como eu disse, poucos são os estudos que avaliam se o leite LINA causa algum prejuízo tecnológico dentro da indústria, uma vez que esse fenômeno só acontece nos países onde o alizarol está vigente. Espero ter ajudado na sua questão. Fique à vontade para mais perguntas! Abraços”.

Ficou com alguma dúvida com relação ao tema discutido acima? Participe deixando o seu comentário no box abaixo e participe do debate:

 

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TIAGO

NOVA BASSANO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/06/2017

Boa tarde, aqui em duas propriedades vizinhas apareceu álcool no leite e uma das possíveis causas informada por técnicos é de a silagem de milho ter fermentado. Afinal, o que causa álcool no leite?
RAFAEL FAGNANI

LONDRINA - TOCANTINS - PESQUISA/ENSINO

EM 20/12/2016

Obrigado Wagner pelo seu comentário!

Os pontos levantados são muito importantes. Principalmente em relação ao normatizado pela IN62. Vale uma lida detalhada no anexo sobre os requisitos físico-químicos do leite cru refrigerado e seu procedimento de coleta.

Sobre a relação entre estabilidade térmica e estabilidade alcoólica, elas existem sim, mas em condições de temperatura, tempo e pH específicas.

Em suma, quanto mais rápido os processos térmicos, melhor será a correlação entre essas duas estabilidades.

Por isso alguns autores relatam divergências em suas conclusões, pois alguns realizam experimentos simulando o processo UHT direto, outros simulam o UHT indireto e alguns ainda simulam o aquecimento utilizado em evaporadores. Fora as variáveis durante o pré- aquecimento à 80-90o C antes da esterilização.

A melhor correlação entre estabilidade térmica e alcoólica é no sistema UHT direto.

Infelizmente, em todos os artigos que li, a instabilidade das amostras era promovida artificialmente em laboratório, adicionando  diferentes tipos de sais e alterando o equilíbrio salino das amostras.

Ou seja, essas conclusões valem para os casos onde a instabilidade é devida aos desequilíbrios salinos.

Mas para complicar, o LINA é multifatorial, ou seja não são apenas sais que influenciam as estabilidades (apesar de serem um dos principais fatores pela relação com o Ca iônico).

Um exemplo é a quantidade de ureia, que diminui a estabilidade térmica mas não altera a estabilidade alcoólica.

Dessa forma, é fundamental que a própria indústria tenha o controle e a autonomia para definir se o teste do álcool é um bom indicador para o seus processos tecnológicos. Ou seja, os profissionais da área devem estar atentos para todas essas particularidades, atuando com sensatez, bases práticas e científicas.

Como você comentou, e bem colocado por sinal, dependendo das condições industriais, a empresa pode ter dificuldade com o beneficiamento do LINA.

Um grande abraço!



Refs:

https://link.springer.com/article/10.1007/s11483-016-9430-y



https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022030290790649



https://www.nature.com/nature/journal/v174/n4436/abs/174884a0.html



https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1471-0307.2010.00613.x/abstract



https://www.revistas.ufg.br/vet/article/view/31848/21380



https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-736X2014000500002&script=sci_abstract&tlng=pt










WAGNER BESKOW

CRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 18/12/2016

O referido artigo do Prof. Rafael está muito bem escrito e argumentado. No entanto, a resposta à questão acima evidencia alguns pontos que gostaria de comentar:



- Um leite LINA precipita em contato com o álcool, mas não vira a cor da alizarina e, quando fervido, não irá coagular ("coalhar").



- Há uma muito estreita correlação entre esta precipitação ao álcool e a sensibilidade aos tratamentos térmicos. Portanto, dependendo do uso industrial, a empresa vai ter problema com este leite. Um deles é o entupimento de bicos pulverizadores industriais e a adesão à tubulação.



- Está demonstrado, por exemplo pelo grupo de estudo da pesquisadora Maira Zanella, que o leite LINA é saudável (sem problema algum para o consumo).



- Um das alternativas de seu uso é para a fabricação de queijos, que resultam em produto igual ao do leite não-LINA.



- Não se presta ao pasteurizado, ao UHT, ou ao pó (sistema MVR), por exemplo.



Mas temos um problema:



- A normatização atual não permite que o transportador colete leite que não passe na prova do alizarol (mín. 72%), e o mesmo é exigido na plataforma.



É evidente que nossas normas precisam revisão neste ponto, também, pois produto saudável está sendo perdido com grandes danos econômicos à cadeia.



No entanto, o legalmente correto, hoje, é não coletar. Mesmo que a legislação mude, a maioria das empresas não poderá dar uso ao mesmo, nas condições tecnológicas atuais, devido os problemas físicos acima.

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