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Argentina: a estratégia da La Serenísima após a entrada da Arcor

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 25/08/2016

5 MIN DE LEITURA

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arcor e la sereníssima Pascual Mastellone morreu há dois anos, mas nos escritórios da La Serenísima, no coração da planta de General Rodríguez, seu escritório está intacto. O poncho de vicunha no sofá, o terno sobre a prateleira e até os seus sapatos. Nas vitrines, fotos familiares e muitos prêmios. No escritório, suas últimas anotações. Nelas, estão duas palavras: Arcor e queijos. Hoje, elas são realidade.

A Arcor chegou na companhia argentina de lácteos em dezembro passado quando, após um pagamento de US$ 60 milhões, ela ficou com 25% da La Serenísima, uma porcentagem que crescerá em janeiro para 35% - após um pagamento adicional de US$ 35 milhões. Em 2021, a líder mundial de doces poderá comprar 100% da companhia de lácteos.

Até agora, esses fundos aportados pela Arcor se traduziram em dois diretores na companhia, Gustavo Macchi e Emmanuel Marchant, e em um agressivo plano para liderar no negócio de produção de queijos, com as plantas de Trenque Lauquen e Canals, além do sonho de criar uma nova bacia leiteira em San Luis.

A La Serenísima segue sob controle dos herdeiros da família Mastellone, com outros 35% em mãos do fundo Dallpoint, de Carlos Agote. A administração da companhia corre por conta de José Moreno, um executivo que recorda exatamente o dia que entrou na planta de General Rodríguez, em abril de 1974, com 24 anos cumpridos e recém-saído como licenciado em Administração de Empresas. Moreno é presidente da La Serenísima e acaba de designar para o dia a dia, Juan Unrich, com 20 anos na empresa.

Confira abaixo a entrevista realizada com ele:

Por que esta aposta tão agressiva na produção de queijos?

"Temos uma participação baixa em um mercado que possui entre 900 e 1000 produtores. Isso não quer dizer que deixamos de olhar o leite, que é 60% de nosso negócio. Mas há um futuro importante em queijos, com uma visão exportadora. Hoje, a La Serenísima exporta apenas de 9 a 11% de sua produção. Estamos para inaugurar uma planta de secagem dual, tanto para leite em pó como para soro, localizada em Trenque Lauquen, com um investimento de US$ 50 milhões".

Vocês estão fazendo isso em um momento em que falta leite na Argentina.

"Precisamente, buscamos criar novas bacias leiteiras. Em Villa Mercedes, estamos desenvolvendo uma planta de captação de leite ultrapasteurizado para que todo o centro e o norte da Argentina se abasteça em vez de transferir essa produção a General Rodríguez. Desenvolvemos um modelo de fazenda leiteira com irrigação de alto rendimento em San Luis. É uma bacia que pode alcançar um milhão de litros por dia. Existe um plano master que foi feito pelo atual titular do INDEC, Jorge Todesca. Esse plano requer US$ 1 bilhão em cinco anos, mas nos chocamos com a parede do financiamento. São necessários empréstimos e políticas públicas para um desenvolvimento integral. É possível. Queremos estar prontos e como companhia, buscamos processar 6,5 milhões de litros por dia, em vez dos 4 milhões atuais".

A que se deve a crise que sofre hoje a produção na Argentina?

"Na década de 90 e por um grande trabalho de extensão com a incorporação de tecnologia nas fazendas leiteiras, a produção de leite cresceu 100% na Argentina. Nesse momento, a indústria acompanhou e se preparou para processar 15 bilhões de litros por ano. Hoje, buscando no fundo da lata, não chegamos a 11 bilhões de litros - é o mesmo volume que tínhamos em 1998. Estamos estancados, mas, preparados para atingir um outro nível".

Mas a que atribui isso?

"Após a necessidade de modificar o tipo de câmbio, de eliminar os impostos ao milho e ao aumento da cotação internacional desse grão - que é o alimento das vacas - os custos de produção das fazendas leiteiras cresceram e a indústria não pode reconhecer isso via preços, já que o consumo interno de lácteos caiu entre 7% e 8% - abaixo do de 2015".

Já viveram outras crises parecidas, como saíram?

"Vivemos parcialmente em 2002, mas o consumo se reacomodou rápido. Esta é a crise mais profunda que o setor viveu, porque além disso, o clima nos golpeou, castigando Santa Fé, Córdoba e Entre Ríos, com baixas na produção de 15% a 20%".

Os produtores de leite recebem preços baixos e acusam a cadeia de comercialização de ficar com parte do lucro

"É muito difícil que um empresário atente contra seu negócio por meio de um preço ou uma margem excessiva. Estamos atravessando um momento muito difícil. Vamos crescer e o crescimento traz barateamento dos custos. O problema do setor leiteiro não é pela margem dos supermercados, é porque o país está preparado para processar o dobro e falta matéria-prima. Hoje, o preço internacional está se recuperando e não há leite para exportar. A La Serenísima tem uma capacidade ociosa de 3 milhões de litros diários".

É isso que os impulsiona a buscar leite em outras regiões?


"Há dois anos, lançamos o plano mais leite. É o nosso livro de cabeceira, que implica assistir aos produtores e entender que entre as limitações do setor leiteiro está a grande competição com a agricultura. Por isso, seguindo o exemplo do que foi feito na Nova Zelândia, fomos aos lugares onde não se produzia leite. Em Trenque Lauquen conseguimos 100.000 litros por dia. Fizemos uma planta de alta tecnologia, trabalhamos com ajuda financeira e com sêmen sexado para conseguir mais bezerras e hoje, há uma nova bacia leiteira de 2 milhões de litros por dia".

Você vê uma luz no fim do túnel?

"O primeiro semestre do ano que vem será complicado, mas o segundo semestre de 2017 deverá voltar a crescer. Estamos acompanhando os produtores com ajudas financeiras e reduzindo o prazo de pagamento de 45 dias para 32, com um preço em torno de 27 ou 28 centavos de dólar. Nós estamos fazendo tudo o que os produtores precisam para resolver sua situação, mas temos um plano. As crises são difíceis, mas se já um plano, superá-las será mais fácil".

Como vê o futuro com a Arcor?

"Conheço o Luis Pagani (presidente e acionista da Arcor) há muito tempo. Ele tem uma personalidade e uma empresa que fornecerá ingredientes muito importantes adicionais à nossa organização. Nós também vamos ajudar a Arcor. São duas organizações com culturas diferentes, mas com estruturas parecidas que estão dando lugar a uma grande empresa".

As informações são do Clarín, traduzidas pela Equipe MilkPoint.

 

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