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Mastite bovina: definições e conceitos

POR MAYSA SERPA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/12/2020

5 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 22/03/2021

O que é a mastite bovina?

A mastite bovina é a inflamação da glândula mamária das vacas de leite, causada por microrganismos que podem ser de origem ambiental ou contagiosa, responsáveis por causar diversos tipos da doença.

O prejuízo econômico causado pela doença se deve principalmente a: 

 

O que causa a mastite bovina?

A mastite bovina pode ser causada por vários fatores – microrganismos e por injúrias físicas ou químicas, porém a origem infecciosa é a mais prevalente.

Em condições normais, o esfíncter do teto possui músculos com função de mantê-lo fechado, a fim de evitar a invasão de patógenos. Além disso, o canal do teto é revestido por queratina que também funciona como uma barreira contra infecções. Estas duas estruturas são consideradas a primeira linha de defesa da glândula mamária contra patógenos, apesar de sua função limitada.

Contudo, durante o periparto há uma grande pressão intramamária em função do grande volume de leite produzido, que pode exceder a capacidade de ação desses mecanismos, deixando o esfíncter aberto. Além disso, todo o período de transição é considerado um período crítico para aquisição de infecções intramamárias devido a oscilações na capacidade de defesa imunitária no úbere.

Já durante o período de lactação, quando o animal é ordenhado, a queratina é removida e o esfíncter permanece aberto por até duas horas após a ordenha. Nessas circunstâncias, a entrada de microrganismos presentes no ambiente ou no próprio teto do animal é facilitada.

Quando o microrganismo invade o canal do teto, se multiplica utilizando o leite como substrato, alcança o seio lactífero e desencadear uma resposta inflamatória, após a qual, muitas vezes, o tecido glandular é substituído por tecido fibroso. 

 

Quais são os tipos de mastite?

Existem duas classificações principais para a mastite: quanto a apresentação clínica da doença (mastite clínica ou mastite subclínica) e quanto a forma de transmissão do agente etiológico (mastite contagiosa ou mastite ambiental).

 

Mastite clínica x Mastite subclínica

Quanto a apresentação clínica, pode ser clínica ou subclínica, dependendo de uma série de fatores, como o patógeno causador, características intrínsecas ao hospedeiro e ao ambiente.

A mastite clínica é marcada pelos sinais clínicos de inflamação no úbere (dor, rubor, calor, tumor e perda de função). O animal pode apresentar febre, anorexia, depressão e até chegar à morte. O leite pode ter alterações, como presença de coágulos e grumos.

A mastite subclínica, por sua vez, é caracterizada por não apresentar sinais clínicos visíveis no animal ou leite, apenas considerável aumento na CCS. Esta é a forma de mastite mais frequente nas propriedades, muitas vezes passando despercebida pelo produtor e colaboradores.

 

Mastite contagiosa x Mastite ambiental

Em relação ao agente etiológico, a mastite tem sido tradicionalmente classificada como contagiosa ou ambiental, se acordo com o reservatório do patógeno (animais ou ambiente da fazenda, respectivamente).

A mastite contagiosa é causada por microrganismos presentes na glândula mamária e a transmissão para outros animais se dá durante a ordenha, seja pelas mãos do ordenhador ou pelo equipamento de ordenha.

Em geral, os patógenos classificados como contagiosos são mais adaptados à glândula mamária, tendendo a não causar sinais clínicos no animal, apenas aumento na CCS do leite da vaca infectada. Os principais patógenos contagiosos observados no Brasil são Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae.

Por outro lado, a mastite ambiental é causada por patógenos oportunistas presentes no ambiente das fazendas. Estes adentram o canal do teto quando o esfíncter está ainda aberto – principalmente logo após as ordenhas. São representados principalmente por bactérias como Streptococcus uberis, Staphylococcus coagulase negativos, outras espécies do gênero Streptococcus e coliformes (principalmente Escherichia coli), além de fungos e algas

Normalmente, em propriedades com bom manejo sanitário nas quais os patógenos contagiosos foram erradicados, é observado um aumento da prevalência de mastite por patógenos ambientais.

Contudo, a classificação da mastite e dos patógenos como ambientais e contagiosos vem sendo bastante criticada, pois, com o advento de técnicas moleculares, tem-se observado que a dinâmica de transmissão da mastite bovina é mais complexa.

Resultados controversos a essa classificação têm sido obtidos, visto que grande diversidade genética entre as espécies tidas como contagiosas tem sido observada, tanto dentro de um mesmo rebanho como entre rebanhos diferentes.

Além disso, uma grande diversidade também tem sido vista em espécies classificadas como ambientais, permitindo uma maior adaptação ao hospedeiro e comportamento classificado como contagioso. Tudo isso coloca essa classificação tradicional em "xeque".

 

Como saber se a vaca está com mastite?

Os principais sintomas da mastite bovina são: 

  • vermelhidão, inchaço e dor ao toque no úbere e tetos;
  • observação de grumos e pus no leite (teste da caneca);
  • diminuição de produção de leite;
  • aumento da CCS do leite (teste de CCS individual);
  • alterações no comportamento do animal;
  • perda de apetite;
  • febre;
  • morte do animal em casos mais graves.

 

Como prevenir a mastite em sua propriedade?

O National Mastitis Council define dez pontos para o controle efetivo da mastite, conhecido como programa de 10 pontos:

  1. Definir metas para saúde da glândula mamária na propriedade;
  2. Proporcionar ambiente limpo e confortável para os animais;
  3. Manejo correto de ordenha: realizar teste da caneca de fundo preto, desinfecção dos tetos antes da ordenha (pré dipping), secagem dos tetos com papel toalha descartável, colocação das unidades de ordenha evitando entrada excessiva de ar, desinfecção dos tetos após a ordenha (pós dipping);
  4. Manutenção dos equipamentos de ordenha;
  5. Frequência na coleta de dados dos animais: como CCS individual, casos clínicos;
  6. Manejo dos casos clínicos;
  7. Terapia de vaca seca: ao final da lactação tratar todos os animais com antibioticoterapia para prevenir novos casos e eliminar casos subclínicos;
  8. Biosseguridade: cuidados ao inserir novos animais no rebanho;
  9. Monitoramento dos dados da fazenda;
  10. Revisão Periódica do Programa de Controle.

 

Características de uma fazenda exemplar em controle da mastite

Diversos fatores tornam a mastite uma doença de difícil erradicação, incluindo o manejo constante dos animais, dificuldade de controle do ambiente, entre outros. Diante disso, existem alguns parâmetros estabelecidos por Schukken e Kremer que definem uma propriedade exemplar no controle da mastite:

  • CCS do tanque inferior a 250.00 células/mL;
  • incidência da mastite clínica menor que 25 casos por ano para cada 100 vacas;
  • menos de 5% de descarte devido a mastite ou problemas de saúde do úbere;
  • porcentagem de vacas com CCS maior que 200.000 células/mL inferior a 20%.

MAYSA SERPA

Médica Veterinária, MSc. e doutoranda em Sanidade Animal pela UFLA.

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ALUNO

NOVO ORIENTE DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/11/2022

Assunto muito interessante, sendo a base do meu tcc.
RUBENS ANTÔNIO PEREIRA

CORUMBÁ - MATO GROSSO DO SUL - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 26/08/2022

Como devo tratar a mastigar,? Uma vaca pariu a quatro dias e uma das TETAS estão meio duras,e ela e criada em campo aberto e e a sua segunda cria,e a ordenha e feita MANUAL,o que devo fazer?

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