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Gestão da Reprodução em Rebanhos Leiteiros

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

NOTÍCIAS MILKPOINT VENTURES

EM 15/01/2014

4 MIN DE LEITURA

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O desempenho reprodutivo é o responsável direto pela produção de leite por dia de vida útil da vaca, número de animais de reposição, redução de custos e evolução do mérito genético do rebanho. Quando a reprodução está em ordem, a fazenda tem mais vacas produzindo leite, mais novilhas para reposição e os descartes são feitos de forma voluntária (a vaca é descartada por uma decisão de manejo, baseada na produção de leite, tipo, temperamento, resistência às doenças, entre outras características), e não involuntária (a vaca gestante é mantida no rebanho e a vaca vazia é descartada, sem considerar as caracterísicas produtivas). E isso ocorre na maioria das fazendas com problemas de manejo reprodutivo.

O sistema reprodutivo leva aproximadamente de 30 a 40 dias para voltar ao estado pré-gestacional após o parto, esse processo é chamado de involução uterina. Portanto na maioria das vacas, a inseminação pode ser iniciada de 30 a 40 dias após o parto. A involução uterina é um processo séptico, com presença de vários tipos microorganismos. Em vacas saudáveis e bem manejadas, o ambiente uterino estéril é restabelecido após alguns dias ou semanas após o parto. Vacas com problemas no parto ou no pós-parto apresentam redução da habilidade de controlar a contaminação uterina, que evolui para um quadro de infecção uterina, que pode ser metrite puerperal aguda (caracterizada pelo aparecimento agudo de sinais de toxemia ou septicemia, febre alta, depressão, queda severa do consumo e da produção de leite, e descarga uterina aquosa e fétida) ou endometrite clínica que pode ser diagnosticada pela presença de secreção vaginal purulenta. A condição do útero no pós-parto constitui um dos principais fatores que influenciam a fertilidade das vacas. A ocorrência de retenção de placenta é alta em vacas de leite, e uma das consequências da retenção de placenta é a infecção uterina pós-parto.

Durante as últimas semanas de gestação e o início da lactação, vacas de leite passam por um período de balanço energético negativo (BEN) por não conseguirem consumir quantidades suficientes de energia para atingir seus requerimentos para manutenção, produção e reprodução. No início da lactação, os mecanismos de partição de nutrientes dão prioridade à produção de leite, em detrimento das funções reprodutivas. A ingestão insuficiente de energia está correlacionada com menor desempenho reprodutivo, pois aumenta o intervalo para a primeira ovulação e primeiro cio pós-parto.

Falhas na detecção do estro reduzem o desempenho reprodutivo e, indiretamente, a produção de leite por dia de intervalo de partos. O prolongado intervalo entre parto e a primeira inseminação, resultante da inadequada taxa de detecção do estro, aumenta o intervalo entre partos. Manifestações de estro são menores devido às doenças, problemas nas pernas e pés ou a outros fatores estressantes. Fatores ambientais, como o estresse térmico, podem influenciar o número de montas, a duração e a intensidade do estro. Vacas alojadas em piso de concreto também apresentam menor intensidade de estro do que vacas mantidas a pasto. A produção de leite influencia a duração do estro sendo que, em vacas de alta produção a duração do estro é menor do que em vacas de menor produção.

Alcançar a eficiência reprodutiva satisfatória pode ser difícil, mas ferramentas de manejo podem ser usadas para aumentar a eficiência reprodutiva e se atingir intervalos de partos rentáveis. Para isso pode-se aumentar a taxa de prenhez aumentando a taxa de serviço, identificando vacas vazias precocemente e adotando estratégias para que estas sejam re-inseminadas o mais cedo possível.

O intervalo do final do período voluntário de espera (PVE) até a primeira IA é muito dependente da taxa de observação de cio. Protocolos de sincronização e inseminação artificial em tempo fixo (IATF) podem reduzir e até mesmo eliminar esse período. O uso de protocolos de IATF aumenta a taxa de prenhez por aumentar a taxa de serviço, pois as vacas liberadas para a IA são rotineiramente inseminadas, independente da detecção de cio.

Vacas em lactação de alta produção de leite, mantidas em dietas de alta densidade nutricional apresentam elevado fluxo sanguíneo hepático e alta taxa de metabolização de progesterona e estrógeno, consequentemente baixa concentração plasmática desses hormônios, o que pode estar relacionado com redução da fertilidade, baixa expressão de estro, aumento de dupla ovulação e aumento da perda de prenhez observados nesses animais. A utilização dos protocolos de IATF tem se mostrado eficiente para corrigir esses problemas em vacas de leite de alta produção.

Um programa reprodutivo bem conduzido aumenta a lucratividade da atividade leiteira por manter grande parte das vacas na fase de lactação mais produtiva, no terço inicial, quando ocorre o pico de produção.

Para saber mais sobre o assunto, aproveite a próxima edição do Curso Online AgriPoint “Gestão da Reprodução em Rebanhos Leiteiros: Foco em Resultados” com inscrições abertas até dia 27/02, irá abordar todos esses temas, auxiliando técnicos e produtores a melhorarem os índices reprodutivos de sua propriedade, tanto para sistemas de pasto como para confinamento.

O treinamento será ministrado por quatro grandes especialistas na área: Prof. Dr. José Luiz Moraes Vasconcelos, médico veterinário e professor da UNESP-Botucatu; Profa. Dra. Ricarda Maria dos Santos, médica veterinária e professora da Universidade Federal de Uberlândia; Lucas Furtado Barbosa, médico veterinário pela Universidade Federal de Lavras e Marcos Henrique Colombo Pereira, médico veterinário, mestre em Produção Animal pela UNESP-Botucatu.
 
Para se inscrever, clique aqui!

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

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RICARDA MARIA DOS SANTOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 18/12/2014

Prezado Cahlil Lobo Fagundes,

Estudos mostram que a manifestação do cio após a aplicação de prostaglandina pode ocorrer de 2 a 5 dias, dependendo da fase de desenvolvimento do folículo no momento da aplicação da prostaglandina.

A vaca pode não for detectada em cio depois da segunda aplicação de prostaglandina por dois motivos - existe falha de detecção de cio na fazenda ou a vaca esta em anestro.
CAHLIL LOBO FAGUNDES

JEQUIÉ - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/12/2014

Professora, boa tarde!



Após a aplicação da prostaglandina, se o cio for apresentado com mais tempo (de 4 a 10 dias, por ex.) seria ainda em função da aplicação ou não?



Quanto a pergunta anterior, percebo que se a vaca não apresentar cio após a 2ª tentativa de prostaglandina com 11 dias seria por algum problema reprodutivo? seria esse o entendimento correto?





Muito obrigado pelas respostas!  
RICARDA MARIA DOS SANTOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 03/12/2014

Cahlil Lobo Fagundes,

Obrigada!!!

A prostaglandina é um agente luteolitico, isso quer dizer que ela destrói o corpo lúteo, usada para sincronizar o cio. A vaca só vai ter corpo lúteo se estiver ciclando (dando cio). Portanto a prostaglandina só vai sincronizar o cio de vacas que já estão ciclando.

A recomentação do intervalo entre as aplicações para sincronização do cio é de 11 dias.

Se as vacas não estão entrando em cio depois da aplicação, você deve verificar se as vacas estão ciclando e se não esta ocorrendo falha na detecção do cio.
CAHLIL LOBO FAGUNDES

JEQUIÉ - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/12/2014

Obrigado pela resposta! Especialmente pela presteza e contundência!



aproveito pra tirar outra dúvida sobre o tema..



Costuma-se usar a prostaglandina para induzir o cio das vacas.. a recomendação que costumo ver é de aplicar e, nas vacas que não apresentarem cio, aplicar novamente 11 dias depois. Esse procedimento é o mais adequado? e se a vaca não apresentar cio novamente (assumindo que não tenha problema reprodutivo), quando deve aplicar novamente?



Obrigado!
RICARDA MARIA DOS SANTOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 02/12/2014

Prezado Cahlil

Obrigada pela participação!

A eficácia do tratamento com prostaglandina para induzir a involução uterina não é comprovada. Se olharmos os resultados das pesquisa sobre esse assunto, vamos encontrar que  30% dos trabalhos encontraram efeito positivo, 30% de efeito negativo e 30% não acharam diferença entre o grupo tratada com prostaglandina e o não tratado.

Infelizmente ainda não temos a resposta exata do melhor tratamento para a vaca no pós-parto, mas sabemos que no periparto a vaca precisa de dieta de qualidade e muito conforto. O melhor nesse período é a prevenção das doenças!!!!
CAHLIL LOBO FAGUNDES

JEQUIÉ - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/12/2014

Olá professora, gostaria de tirar uma dúvida.. a aplicação de prostaglandina após o parto, objetivando induzir a involução uterina é uma estratégia interessante? Assumindo o intervalo de 30 a 40 dias, essa estratégia poderia proporcionar que redução de dias? dá pra quantificar?



obrigado.
ALUIZIO HENRIQUES MOREIRA

EM 31/07/2014

obrigado pela gentileza ,valeu apenas
GUMERCINDO CAMPOS BRITO NETO

SÃO LUÍS DO PARAITINGA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/01/2014

Muito útil este artigo em sua abordagem sobre constância reprodutiva do gado leiteiro. Assunto muito proveitoso para uma parte importante economicamente, em qualquer Granja Leiteira. Vou fazer uso destas informações para ajustar o quadro reprodutivo de nossa Granja.

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