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O que avaliar para comparar um feno de qualidade. Parte 2. Características Químicas

POR JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 13/10/2000

5 MIN DE LEITURA

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João José Assumpção de Abreu Demarchi

As análises físicas são fundamentais para uma avaliação correta da qualidade de um feno, contudo, as análises químicas são também tão importantes quanto e se complementam para uma avaliação final correta. O aumento do número de laboratórios, de novas metodologias e de equipamentos mais rápidos para avaliação química, deverão tornar a análise bromatológica completa mais utilizada para avaliação dos fenos, e também o preço e a rapidez de execução desses serviços deverão tornar-se mais aceitáveis que os apresentados atualmente.

Os valores dos parâmetros avaliados em uma análise bromatológica, que podem ser considerados adequados para um bom feno são apresentados na tabela abaixo, em porcentagem (matéria seca) e em porcentagem desta para as demais variáveis, com exceção do N-ADF que é expresso em porcentagem do nitrogênio total:

 

Tabela



Por outro lado, do ponto de vista nutricional, ou do nutricionista, apenas os resultados da análise bromatológica, sem uma avaliação visual ou física do produto, podem comprometer a avaliação de um determinado lote de feno. Isto porque alguns parâmetros como proteína bruta ou fibra bruta podem ter seus resultados nutricionais mascarados pela metodologia com que são determinados nessas análises.

No caso da apresentação de resultados como proteína bruta, o método não avalia se essa proteína é verdadeira, ou seja, se foi transformada em proteína vegetal, ou se ainda está em uma forma não metabolizada pela planta, pois os laboratórios medem diretamente a quantidade de nitrogênio do material e não de proteína. As variações ocorrem por exemplo, no caso de amostras de fenos com altas doses de nitrogênio nas adubações ou com os cortes realizados muito próximos a uma adubação recente. Também há, para materiais armazenados há muito tempo, uma diminuição na disponibilidade do nitrogênio (proteína), pois este ligando-se à fração fibrosa torna-se não disponível aos animais, mesmo sendo determinado na análise da proteína bruta. Para uma avaliação mais criteriosa deveriam ser analisados o N-NH3 (nitrogênio amoniacal), N-nítrico (na forma de nitrato), especialmente se esse material destinar-se à alimentação de não ruminantes.

Da mesma maneira que a determinação de proteína, a avaliação da fração fibrosa deverá seguir alguns critérios diferenciados, onde se deseje um maior conhecimento de sua qualidade para os animais. Em geral, consideram-se apenas os teores de fibra bruta, onde não conseguimos uma avaliação precisa de sua qualidade e do seu aproveitamento potencial pelos animais. Para isso deve-se avaliar as diferentes frações de fibra nos fenos, o FDN (fibra em detergente neutro), representado o total de fibra presente no alimento e a lignina, que influencia na digestibilidade da fibra.

Conforme comentário no primeiro artigo, pode-se perceber que a aquisição e avaliação de um feno, como um alimento de qualidade, é uma tarefa complexa e que deveria ser considerada como parte fundamental em qualquer programa nutricional de toda propriedade. Contudo, a avaliação física não custa nada ao produtor, apenas requer do mesmo um treinamento e uma atenção maior na hora da compra do produto. Entretanto, o que se observa é que essa função de compra, normalmente é realizada por pessoal não qualificado, não informado sobre a qualidade, mas apenas orientado e preocupado com cotação e frete.

Quanto melhor a seleção quanto a qualidade do feno adquirido e oferecido aos animais, maiores as vantagens obtidas, como:

* Melhor relação entre concentrado e volumoso na dieta total;
* Menor qualidade do concentrado para suprir as exigências nutricionais;
* Menores riscos de problemas metabólicos como cólicas ou torções internas no caso de equinos;
* Melhor função orgânica nos animais;
* Menor custo por unidade consumida e menor custo por unidade produzida.

Essas considerações justificam os diferentes preços e tipos de feno presentes no mercado, havendo uma necessidade de padronização dos fenos para que seu preço seja o mais adequado e justo à sua qualidade. Quando os fenos satisfizerem a todas as características adequadas de um produto de alta qualidade (coloração, maciez, odor, limpeza, temperatura e análise química), estes estarão apresentando seu melhor valor nutricional e retorno econômico.

O envio de amostras para análise bromatológica, deverá fazer parte da rotina das transações de compra e venda de feno entre compradores preocupados com a qualidade do alimento e fornecedores idôneos de feno. Essas rotinas de amostragem deverão ser feitas com metodologia adequada e padronizada, para que essas amostras sejam significativas e homogêneas, visando informações precisas sobre a disponibilidade de alimento das diferentes qualidades. A importância da avaliação correta e criteriosa dos fenos comercializados, mesmo sem considerarmos sua relevância para a produção animal, destaca-se economicamente quando considerarmos apenas o volume produzido e o valor desse produto.

Em países como Estados Unidos, onde existem estatísticas de dados de produção e comercialização, as organizações públicas e privadas preocupam-se com a indústria de fenos, uma vez que produz mais de 150 milhões de toneladas por ano que representa uma movimentação anual em torno de 10 bilhões de dólares.

Comentário do autor: A quantificação do mercado de fenos no Brasil não está bem definida, uma vez que muitos produtores comercializam sua produção informalmente ou produzem apenas para consumo próprio. Entretanto, já existem iniciativas de organização de produtores quanto à comercialização do feno e de padronização da qualidade oferecida no mercado, além de produtores altamente especializados que obtêm excelente lucratividade com a produção e comercialização de fenos de alta qualidade. A qualificação dos técnicos e profissionais ligados a essa área, quanto à seleção dos melhores fenos partir de compras criteriosas em função da qualidade do produto, deverá ser fundamental para o estabelecimento e formalização desse mercado no país. Finalizando, quando pensarmos em feno, devemos pelo menos avaliar três características interessantes: podem ser produzidos em escalas diversas, tanto pequenas quanto grandes; podem ser comercializados com relativa facilidade de transporte e manuseio e são uma alternativa viável para armazenamento de excedentes de produção de pastagens, característica comum em sistemas mais tecnificados de produção de pastagens.

 

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fonte: DOMINGUES, J. L. Parte da aula ministrada na disciplina de FORRAGICULTURA do curso de Medicina Veterinária do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal, SP.

JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

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