Relação entre produtores e indústrias, onde podemos melhorar? |
SÁVIO COSTA SANTIAGO DE BARROS
Gestor de Matérias Primas Lácteas da Verde Campo,
empresa do grupo Coca-Cola especializada em lácteos saudáveis. Pioneira na produção de produtos sem lactose. Tem na linha produtos reduzidos em sódio, zero açúcar e proteinados.
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SÁVIO COSTA SANTIAGO DE BARROSLAVRAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 24/09/2017
Bom dia Maurílio;
Me recordo sim, foi muito enriquecedor para nós e para quem acompanhou; Sobre mercado em setembro, vai depender da estratégia de cada empresa, do que já fizeram de baixa e de qual necessidade tem para se equilibrar. Um importante indicador é que os principais produtos (UHT, Mussarela e leite em pó) seguem em baixa ao longo do mês de setembro. Outro ponto de forte interferência são as negociações de leite SPOT entre 0,95 a 1,05 ( com negociações pontuais a 1,10). Esse número, com crescentes excedentes, com certeza sufoca principalmente Cooperativas de produtores. Como hoje, não há luz no fim do túnel, vai ser difícil alguma Cooperativa assumir prejuízo de forma estratégica; Sobre as importações, antes de te responder vou voltar um pouco ao tema do texto para ser bem entendido. Parte da relação de conflito na minha opinião, tem origem na recente saída do período de tabelamentos. Muitos produtores não se acham ainda, parte importante nas decisões de mercado e não querem saber dos reais motivos que causam desequilíbrios no setor; Importação de leite em um país continental, com tantas áreas subutilizadas é realmente uma coisa injustificável, triste e já prejudicou muito o mercado em outros momentos; Porém, o problema nesse momento não é esse. Estamos com excessos em 2018 muito acima do esperado e com consumo em retração. Os últimos dados dão conta de menos de 5% de aumento, mas com forte movimento no ultimo trimestre. Estamos falando de uma curva de tendência que pode levar a um crescimento médio próximo a 8% com queda de consumo de 4%. Agora te respondendo, na minha opinião, exportações são prejudiciais a todos (exceto aos poucos que se beneficiam com ela). Só que hoje elas não são atrativas e não são o problema. Por fim, acho que o setor precisa ser discutido estruturalmente. Seria muito melhor exportar abaixo do custo do que importar a qualquer custo. Importações "se combatem" com exportações. Precisamos ter uma balança comercial positiva e não vamos conseguir nos lançar nos melhores mercados se tivermos posições restritivas de comércio exterior; Precisamos ter uma válvula de escape para excedentes, e para isso o produtor precisa tomar as rédeas das mudanças junto com o setor industrial, focando principalmente em qualidade do leite, que hoje é o nosso maior entrave; Sobre a criação de barreiras: Sou contrário. É jogar poeira para baixo do tapete; Barreiras fariam o volume disponível de matéria prima reduzir 2 ou 3%. Se isso se reverter em preço a produção interna já se mostrou reativa o bastante para subir esse mesmo volume em curtos espaços de tempo. Quando tivermos volumes excedentes somente com produção interna e com o mercado fechado, vamos recorrer ao que? Do que vamos reclamar? É preciso pensar oo setor do ponto de vista estrutural; Obrigado pela participação |
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MAURILIO REIS ARVELOSSÃO JOÃO DEL REI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 24/09/2017
Excelente artigo Sávio!
Já tivemos um discussão saudável aqui na milk point sobre esse tema, num sei se vc vai se recordar! Queria te deixar duas perguntas. A primeira é sobre o preço pago ao produtor no leite fornecido no mês de setembro se vai ter mais uma queda ou a tendência é de se estabilizar? E a outra é se o governo causasse uma barreira para importação do leite em pó ele ajudaria produtor e a indústria? Essa importação do leite em pó é prejudicial para indústria também? Parabéns!!! |
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SÁVIO COSTA SANTIAGO DE BARROSLAVRAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 23/09/2017
Helena;
A sua família talvez seja a maior referência recente que eu tenha de produção familiar, que é empresarial, eficiente e que consiga estabelecer uma relação saudável com a indústria; A Verde Campo ganhou muito em conhecimento das necessidades dos produtores quando estabeleceu relação comercial com vocês; Me recordo de algumas vezes que te liguei para entender qual era a maior dificuldade dos produtores em determinado momento, para assim retransmitir para a gestão estratégica da companhia visando ações no sentido de melhorar as condições dos parceiros; Espero que a relação Verde Campo / Fazenda Baixadão continue sendo um sucesso; Abraço |
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HELENA NOGUEIRA FROTAVARGINHA - MINAS GERAIS - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 23/09/2017
Parabéns pelo artigo! Prezo muito por essa mudança, produtores e indústria precisam andar juntos nessa caminhada em busca de sucesso para ambas as partes!
Precisamos vender leite para nossos amigos e não para nossos inimigos. Acredito na sua busca e dentre os intens, a transparência no trabalho trará certamente um engrandecimento nessa relação. |
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HAROLDO JOSÉ APARECIDO SOUZASANTA RITA DE IBITIPOCA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 21/09/2017
Parabéns,Savio,grande amigo,excelente colocação.
Acredito que ja passou da hora de mudarmos aquela imagem , do produtor ser o chapelzinho vermelho ,e a industria o lobo mal. Parceria é a saida para o setor,acho que essa parceria tinha até que ser maior ,entrando 5motambém aponta final do setor que o mercado varejistola . Haroldo produtor Santa Rita do Ibitipoca Abraço! |
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SÁVIO COSTA SANTIAGO DE BARROSLAVRAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 21/09/2017
Bom dia João Caldeira !!!
Já tive o prazer de negociar com você no passado. Não sei se você se recorda, mas apesar das coisas serem muito mais difíceis e menos evoluídas, já tentávamos naquela época discutir preços antes do início do mês em reuniões da associação. Essa atitude a dez anos atrás era algo impensável para um setor que via de regra, disponibilizava preços somente no dia de pagamento; Acredito que a solução depende de evoluir na conversa, trocar tendências e evoluir no discurso sempre; Foi um prazer reencontrá-lo; Abraço |
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SÁVIO COSTA SANTIAGO DE BARROSLAVRAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 21/09/2017
Bom dia professor Paulo Machado;
Concordo plenamente com as suas colocações. A Indústria nacional não pode deixar de provocar mudanças; Acredito também que os produtores não podem confundir isso com isenção de responsabilidade nessas mudanças. É mais fácil terceirizar o "trabalho sujo" do que realiza-lo. Eles devem entender que sabendo mais sobre tendências, eles devem trabalhar para atende-las; Agradeço muito a sua participação !!!! |
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JOÃO AUGUSTO MACHADO CALDEIRABELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 21/09/2017
Savio,
Parabens pela excelente analise! Desejo que este artigo colabore para que entidades, empresas,etc epromovam ações para que esta evolução seja acelerada. Ressalto 2 itens que são cruciais para o produtor: Falta de informações rapidas e confiaveis sobre oferta, demanda e tendencias de mercado, substituindo a situação atual onde se divulga o historico dos fatos. Evoluir desta situação onde somente se sabe do preço do produto bem depois dele ser entregue. Joao Caldeira - Antonio Carlos - MG |
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PAULO FERNANDO MACHADOPIRACICABA - SÃO PAULO EM 21/09/2017
Parabéns, Sávio. Excelente artigo!
Em todo e qualquer negócio, o mercado é soberano e dita as regras. O mesmo vale para o leite. A indústria está mais próxima do mercado e, portanto, ela deve capitanear o processo de produção. Ela deve ter visão de longo prazo e, no mínimo, saber e definir sua demanda em quantidade de matéria prima para os próximos 06 meses. Além da quantidade, ela deve definir claramente suas necessidades quanto a qualidade do leite, com regras claras, constantes, e universais (o que vale para José deve valer para João), segurança alimentar e preço. Com estas necessidades entendidas, os produtores podem se organizar para atender seus clientes. Como somente a partir de análises laboratorias é impossível garantir a qualidade do leite, a indústria deve, também, determinar programas de garantia de qualidade a serem seguidos pelos seus fornecedores, às custas de, não os seguindo, serem excluídos da lista de fornecedores. Isto é o que acontece nos mercados mais maduros, tomando como exemplo a indústria automobilística. Perto desta indústria o negócio do leite ainda é infante, mas está evoluindo. O que a Verde Campo está fazendo é um exemplo de caminho a ser seguido. Parabéns! |
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RAQUELSANTA MARIA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO EM 21/09/2017
Parabéns pelo texto.
A cadeia produtiva do leite é uma das cadeias produtivas do agronegócio que mais carece da prática de "gestão da cadeia de suprimentos". Essa relação conflituosa que você destacou deixa margem para ações oportunistas (de ambos agentes: agricultores e empresas processadoras), assimetria de informação, exercício de poder, maior frequência de troca de fornecedores/compradores, etc. Enquanto a cadeia produtiva não é vista como cadeia e os agentes trabalham em conflito, todos os setores envolvidos perdem, inclusive o consumidor. Abraço |
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AMAURIK CEZARIO COELHOPASSA TEMPO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 20/09/2017
Sábias palavras Sávio.
Quando todas indústrias souberem o que precisam, e seus critérios de pagamento refletirem isso, teremos menos volatilidade no setor. Haverá um perfil de produtor para cada linha de produtos. Pagar por qualidade é aplicar a meritocracia no campo. Esforços diferentes merecem resultados diferentes. Parabéns , Sávio , Vocês da Verde Campo são prova que a qualidade no campo agrega valor ao produto, fortalecendo todos os elos da cadeia leiteira. |
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