Em 2015, uma pesquisa elaborada pela ABIS mostrou que os brasileiros consumiram 1,1 bilhão de litros de sorvete, o que representa um índice de 5,59 litros por habitante ao ano. “Por conta do atual momento econômico brasileiro, este ano entendemos que os índices devam permanecer próximos ao visto no período anterior. Mas é importante destacar que, entre os fatores essenciais para a retomada do crescimento, está a aposta em inovação e criatividade, investindo na qualidade e variedade dos produtos de forma a aproximar ainda mais empresas e consumidores”. No Brasil, no ano passado, foram produzidos 794 milhões de litros de sorvete de massa, 224 milhões de litros de picolé e 129 milhões de litros de sorvete soft (sorvete expresso).
“Para continuar conquistando a preferência do nosso público, todos os anos buscamos inovações que atendam as diversas ocasiões de consumo. Nosso objetivo é estar cada vez mais presente na vida das pessoas e atender suas necessidades, proporcionando momentos felizes e deliciosos”, afirma Roberto Antunes, diretor de marketing da Kibon, empresa atuante no mercado de sorvetes há mais de 70 anos. Ela foi a primeira indústria brasileira do segmento e atualmente, possui unidades fabris no interior de São Paulo (Valinhos) e em Recife.
Durante décadas, a produção de sorvetes no Brasil permaneceu artesanal - até a ameaça de guerra entre China e Japão afugentar a empresa U.S. Harkson de Xangai para o Rio de Janeiro, em 1941. Subsidiária de uma companhia norte-americana, a indústria produzia ovos desidratados e, para compensar os períodos em que a fábrica ficava ociosa – justamente no verão –, resolveu inaugurar a produção de sorvetes. Foi um estrondo: 3 milhões de picolés vendidos em apenas um fim de semana!
O sucesso feito lá na China se repetiu no Brasil. Em 1942, começavam a circular no Rio de Janeiro os primeiros carrinhos amarelos e azuis da Kibon. Os dois primeiros lançamentos tornaram-se clássicos: o Eskibon e o Chicabon.
Em 1949 o aumento do consumo exigiu que a Kibon passasse a produzir também em São Paulo. Em 1970, o índice de consumo de sorvetes no País ainda era um dos menores do mundo: menos de um litro per capita ao ano. O foco durante toda essa década foi divulgar o sorvete como um alimento nutritivo, capaz de ser a sobremesa do cotidiano das famílias.
Em 1980 a expansão foi favorecida já que geladeiras começaram a fazer parte de todas as casas brasileiras. Em 1997 a Kibon foi comprada pela Unilever (na época Gessy Lever), na maior operação realizada pela empresa fora dos Estados Unidos nos últimos 60 anos e em 2006, pensando na saúde dos consumidores, a Kibon eliminou a gordura trans de todos os seus produtos. Ingredientes comprovadamente saudáveis, como leite, chocolate e frutas, passaram a ser destacados nas embalagens.
“Sempre em busca de novidades para o portfólio e influenciada pelo verão que se aproxima, a empresa lançará em 2017 novidades nas linhas Magnum, Fruttare, Clássicos e na linha de Potes”, ressaltou Antunes.
Também foi na década de 80, em Frutal/MG, que a Chiquinho Sorvetes deu os primeiros passos. O negócio deu tão certo que hoje a marca totaliza 400 pontos espalhados em 24 estados de todo o país. “A abertura da primeira filial ocorreu por meio de Isaias Bernardes de Oliveira, precursor do negócio e que identificou a oportunidade de abrir mais uma sorveteria na cidade de Guaíra/SP. Seguindo as evoluções do mercado, em 1996 o sorvete tipo soft começou a se popularizar no país. Aderimos à novidade e logo desenvolvemos nossa própria fórmula para a base do sorvete. Em 2010, já com 45 unidades entre os familiares, entramos para o segmento de franchising”, comentou Rainer Faria, sócio diretor do Grupo CHQ – gestor da marca Chiquinho Sorvetes.
Frequentemente a Chiquinho incorpora novidades na rede e esteve recentemente presente na Itália para a maior feira de sorvetes do mundo, a Sigep. “O comportamento de consumo mudou e, seguindo isso, criamos uma linha de sorvetes para consumo externo, a linha take home Chiquinho no pote”, acrescentou Faria. Segundo ele, o cenário para o setor de sorvetes ainda é bastante otimista. “Se compararmos o mercado brasileiro com o exterior, o consumo per capita ainda tem muito a crescer. A crise não nos afetou, pois, ao longo do ano, desenvolvemos novos produtos e criamos novas campanhas a fim de manter o consumo aquecido”.
A base para o sorvete é produzida por uma empresa referência no mercado e que produz para grandes redes de fast food: a Ourolac, que possui certificação de qualidade e é uma das indústrias de laticínios mais modernas das Américas.
A fórmula exclusiva para a base dos sorvetes é mantida sob sete chaves. “Estamos sempre em busca dos melhores e mais qualificados fornecedores de insumos para a rede. Quando homologamos um fornecedor, pesquisamos o todo o histórico dele e as redes que atende. Visitamos inclusive as suas instalações para assegurar a qualidade do nosso produto final”. Atualmente a Chiquinho Sorvetes possui um mix com mais de 100 produtos no cardápio. “São vendidos em média 3 milhões de produtos por mês”, ponderou Rainer.
Também focada nas tendências de consumo, a marca de sorvetes Perfetto, de Patrocínio Paulista/SP, sinaliza presença nos principais supermercados nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal. De acordo com Roque Dalcin, diretor de operações da empresa, desde o seu start, em 1997, a Perfetto carrega no seu DNA o perfil arrojado e inovador.
“Temos no portfólio grandes sucessos como a Linha Variatta - sorvetes que se destacam pela combinação de sabores, grande quantidade de calda e pensada para tornar a sobremesa da família mais prática. Também estamos trabalhando com um sorvete zero lactose”. O primeiro picolé ondulado do Brasil, chamado de ‘Strondo’, é o mais novo lançamento da empresa. “Neste ano, percebemos uma certa restrição de consumo principalmente para os produtos de maior valor agregado, mas, continuamos ativos e com diversos lançamentos”, acrescentou o diretor.
Para Roque, o segmento alimentício sempre fez parte do plano. “Notamos um consumo per capita muito baixo na área de gelados comestíveis, comparado a outros países e, neste cenário, identificamos a boa oportunidade de mercado. Na época, há 20 anos, também fizemos uma pesquisa regional e constatamos que não havia fábricas de sorvetes na região Nordeste do Estado de São Paulo, fato que fortaleceu a ideia de criar uma indústria de sorvetes - inicialmente com foco regional”, completou. A Perfetto, que tem capacidade para produzir 15 milhões de litros/sorvete/ano compra leite em pó tanto do mercado interno como externo, tendo como principais praças de fornecimento o Uruguai e Argentina. No Brasil, o ingrediente é oriundo de Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.
A Equipe do MilkPoint parabeniza todos aqueles que são responsáveis pela fabricação do nosso querido sorvete!