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Centenário, Laticínios Regina aposta em novos produtos e acredita na valorização do mercado de gorduras

RAQUEL MARIA CURY RODRIGUES

EM 30/10/2017

7 MIN DE LEITURA

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Laticínios Regina - Barborsa & Marques Solidez de mercado: em 2017, resultado da empresa poder ser melhor do que o previsto

Ao longo de 100 anos, a Barbosa & Marques, detentora do Laticínios Regina, atuou em diferentes atividades até se consagrar como uma das mais antigas indústrias de laticínios do país. Fundada em 1915 por Antônio Marques e Francisco Barbosa e com um capital inicial de 10 contos de reis de cada sócio, iniciou suas atividades como fábrica de sabão, em Carangola/MG, configurando àquela que seria sua maior atividade nos primeiros anos de existência: o comércio por atacado e representações comerciais.

Nos anos seguintes, os sócios investiram no comércio de café; refinação de açúcar; produção de glicerina; macarrão e suinocultura, até chegar ao ramo de laticínios em 1934. Fato este que se deu quase por acaso, quando Antônio Marques se associou a um amigo na produção de manteiga, a manteiga Paiva. Anos mais tarde, na década de 40, foi lançada a marca Regina, com a produção e venda de queijos. Mantendo a tradição das empresas familiares, o nome Regina foi uma homenagem à neta de um dos fundadores.

A maior expansão se deu nos anos 50, quando uma arrancada nos investimentos tornou possível alavancar o crescimento na captação e industrialização do leite, com ênfase nos queijos. Os anos 70 e 80 foram marcados pela diversificação dos tipos de queijos fabricados, foco na qualidade, controle rigoroso e modernização. A mecanização das fábricas permitiu a produção de leite pasteurizado e depois, de leite UHT, expandindo o portfólio da marca, que logo depois viria a lançar creme de leite e bebidas lácteas.

A Barbosa & Marques foi pioneiro na implantação de resfriamento de leite nas fazendas no estado de Minas Gerais nos anos 90, que na década seguinte, passou a produzir soro em pó, leite em pó e leite condensado. Atualmente a Barbosa & Marques conta com três unidades industriais: em Governador Valadares e Águas Formosas, ambas em Minas Gerais, e outra em Maravilha (SC).

A Barbosa & Marques, que continua sendo uma empresa familiar, é dirigida até hoje por herdeiros diretos do seu cofundador, Francisco Alves Barbosa. Atualmente os produtos só não são comercializados nos estados da região Sul do Brasil, mas a empresa está se preparando para começar em breve.

“Nossa expectativa e objetivo traçado para 2017 era manter o mesmo resultado de 2016, mas, o decurso do ano sinaliza que o resultado pode ser melhor que o inicialmente previsto. Apesar da boa expectativa vamos manter a previsão conservadora e aguardar a consolidação do resultado. Uma vez concretizado o quadro de recuperação econômica vamos retomar o investimento na unidade industrial de Santa Catarina, suspenso no início da crise”, comentou Marco Rocha, Gerente Comercial da Regina, em entrevista exclusiva ao MilkPoint. 

De acordo com ele, normalmente as crises chegam primeiro nos eletroeletrônicos, veículos e atividades relacionadas ao lazer. Os alimentos são os últimos itens a serem afetados. Na crise o atual, o processo não foi diferente. “O mercado de lácteos sofreu mais a partir do primeiro trimestre deste ano. Por outro lado, normalmente o mercado de alimentos é o primeiro a sentir os efeitos da retomada de crescimento. Esperamos que o país comece a crescer e que o setor se recupere o mais rápido possível.

linha de produtos Laticínios Regina
Neste ano a Regina lançou novos produtos: leite em pó 800 g, queijo parmesão ralado 1kg, queijo processado e queijo provolone 6kg

Fabricação dos produtos

“Temos diversos produtos com processos de fabricação diferentes, o que torna complexo descrevê-los. Mas o mais importante – e que afeta todos - é a qualidade da matéria-prima, no caso o leite. Temos acompanhamento rigoroso de todo leite que recebemos. Promovemos o treinamento de nossos funcionários, dos transportadores e dos fornecedores, visando garantir a mais alta qualidade. A captação é realizada nas regiões próximas às unidades produtoras e, conforme dito anteriormente, a qualidade é o resultado de processo contínuo de aprimoramento e treinamento de nossos funcionários e produtores”, comentou Raquel Sant'Ana Nepomuceno, Gerente de Qualidade da Regina.

Temos diversos produtos com processos de fabricação diferentes, o que torna complexo descrevê-los. Mas o mais importante – e que afeta todos - é a qualidade da matéria-prima, no caso o leiteRaquel Sant'Ana Nepomuceno, Gerente de Qualidade da Regina

Para ela, as novas tecnologias normalmente auxiliam na produção e no controle da qualidade, seja no desenvolvimento de equipamentos de análise menor e de maior mobilidade, com resultados de análises mais rápidos, seja nas máquinas de processamento e embalagem mais sofisticada e com menor intervenção humana. “O grande desafio fica por conta de controlar a qualidade do produto que sai da nossa empresa até a mesa do consumidor, processo que não está sob o nosso controle”. Neste ano a Regina lançou novos produtos: leite em pó 800 g, queijo parmesão ralado 1kg, queijo processado e queijo provolone 6kg.

queijos Laticínios Regina

Valorização do mercado de gorduras lácteas

Raquel destaca que pesquisas recentes revelaram que a gordura de origem animal, como a manteiga, é mais saudável comparado a margarina. “A medida que a população mundial toma conhecimento desta informação, naturalmente substitui o produto na dieta alimentar. Este movimento já está ocorrendo há algum tempo e foi percebido tanto pelos fabricantes de produtos lácteos como por quem fabrica margarina. Até mesmo os supermercados já aumentaram os espaços das manteigas nas gôndolas, em detrimento dos espaços de margarina”. Segundo ela, a Regina também sentiu um aumento na demanda pela manteiga. A empresa não divulga números, mas aponta a crescente expansão desse mercado.

Mas como se encontra o mercado de gorduras no Brasil?

O mercado de gorduras lácteas se mantém aquecido, tanto nos negócios entre empresas quanto em relação aos preços ao consumidor final. Para Paulo Silvestrini, diretor da Cenelat, no Brasil a manteiga teve um aumento de preços bastante relevante principalmente perto dos meses de maio e junho. “Inclusive, se chegou a praticar R$ 27 - 28/kg/manteiga (média de R$ 21-23) e o kg da matéria gorda na faixa de R$ 28-30. Isso ocorreu principalmente pela baixa oferta. No início de 2014, o quilo da manteiga girava em torno de R$ 7,50-8,00/kg. O preço praticamente triplicou e com uma inflação menor”, pondera.

Com a maior produção de leite nos meses subsequentes, o preço recuou já que paralelamente, a oferta de creme cresceu no mercado. Aliado a isso, devido à queda no poder aquisitivo da população, as indústrias não conseguiram fazer o devido repasse. “Porém, a manteiga continua aquecida e, quando comparada aos outros produtos lácteos, ela andou na contramão. Eu acredito que a procura continuará aumentando e teremos problemas de abastecimento de gorduras no país. Não vai faltar, mas, ficará difícil”.

Segundo Paulo, um outro fator impactante para o negócio e que deve ser levado em consideração é que as indústrias estão desnatando menos - principalmente o leite em pó. “O consumo do leite em pó desnatado é muito menor comparado ao leite integral e essa é uma tendência não só brasileira, mas, mundial. Isso faz com haja menos interesse das indústrias, que venderiam bem a manteiga, mas teriam dificuldades com o leite desnatado, aumentando os estoques. “Não está havendo incentivo para esse produto. Ao mesmo tempo, está ocorrendo uma mudança nos hábitos de consumo de manteiga, que deixou de ser um fantasma. O pessoal está parando de consumir a gordura vegetal e procurando a animal. Essa maior procura não foi acompanhada por uma oferta adequada nos últimos anos, o que impactou este mercado”.

O consumo do leite em pó desnatado é muito menor comparado ao leite integral e essa é uma tendência não só brasileira, mas, mundial. Isso faz com haja menos interesse das indústrias, que venderiam bem a manteiga, mas teriam dificuldades com o leite desnatado, aumentando os estoquesPaulo Silvestrini, da Cenelat

Além disso, algumas empresas retiraram a manteiga do portfólio justamente por não saberem onde infiltrar o leite em pó desnatado. “Mesmo com a valorização do mercado de gorduras, não vejo, a curto prazo, empresas que não estavam no negócio, entrando nele. Elas estão preocupadas com o repasse, diferente das empresas que já possuem uma linha de produção e posicionamento”.

A Cenelat, que está no mercado há 37 anos, é um ‘bolsa de laticínios’ que trabalha com o mercado nacional e internacional. “Eu sou a segunda geração da empresa, que foi fundada pelo meu pai. A ideia da empresa surgiu pela dificuldade na época em conseguir produtos lácteos e gerar um equilíbrio entre a demanda e a oferta do mercado. Era um outro momento. Passávamos por várias etapas junto ao mercado lácteo e posso afirmar que o típico do mercado lácteo é ser atípico. Um exemplo é o que aconteceu com o mercado do leite UHT do ano passado para este”. Hoje, a empresa presta consultoria de preços e descobre oportunidades para fornecedores e eventualmente, vendedores.

RAQUEL MARIA CURY RODRIGUES

Zootecnista pela FMVZ/UNESP de Botucatu.

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GERALDO CARLOS DA SILVA

ÁGUAS FORMOSAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 30/10/2017

Uma bela história! Como funcionário, sinto-me orgulhoso por fazer parte dela.

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