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Mata a cobra e mostra.... Será?

POR ROBERTA ZÜGE

NA MIRA

EM 17/12/2013

2 MIN DE LEITURA

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Nos processos de certificação de qualidade, o auditor sempre busca confirmar o cumprimento dos requisitos da norma. Todos os itens devem ter evidências objetivas, ou seja, provar-se o cumprimento de tal requisito.

Por exemplo, há itens como - “Treinar em sistema de produção de leite e boas práticas agropecuárias, incluindo o uso e aplicação de produtos veterinários e agrotóxicos, produção e manejo de alimentos, manejo racional e ordenha, manejo sanitário, transporte de animais e nos POs”, o auditor irá verificar os certificados dos treinamentos, que devem ter sido realizados por profissionais com competência para a atividade. Devem estar datados, com descrição do conteúdo ministrado, assinaturas dos treinandos e do instrutor. Também poderá entrevistar os colaboradores e verificar, in locu, a capacidade do operador em realizar a atividade especificada.

Quando explicamos a sistemática de um processo de avaliação da conformidade, sempre se faz uma correlação com uma expressão popular que diz: Mata a Cobra e Mostra o Pau, que tem o intuito de afirmar algo e provar; não deixar dúvidas. Seria correto este ditado para a certificação?

Nas auditorias se deve evidenciar, de forma inequívoca, que tal requisito é atendido.

Evidência objetiva pode ser definida como: 1. Constatação de natureza qualitativa ou quantitativa de informações, dados ou fatos relativos à qualidade de itens, materiais, produtos, serviços, processos ou sistemas, respaldada em observações, medições e/ou resultados de testes, ensaios ou outros meios; ou 2. Dados que apoiam a existência ou a veracidade de alguma coisa.

Itens como:
- Especificar o modo de eliminação de animais mortos;
- Documentar a entrega dos resíduos para terceiros;
- Dispor de Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO;
- Possuir CIPATR quando a fazenda possuir mais de 20 trabalhadores;
- Em propriedade com mais de 20 trabalhadores, nomear representante para a CIPATR em obediência à NR 31;

Exigem a verificação de documentos que comprovem a veracidade do cumprimento.

Já outros itens como:
- Utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) determinados no PPRA, com Certificado de Aprovação – C.A;
- Utilizar somente produtos veterinários registrados, de acordo com a orientação do fabricante ou Médico Veterinário;
- Os produtos veterinários devem ser manuseados somente por funcionários treinados.

Além da verificação de documentos, como certificados de treinamentos, ou comprovantes de entrega de EPIs, há necessidade de entrevistas com funcionários e inspeção visual, para comprovação do real cumprimento do item da norma.

Entendendo estes conceitos, podemos fazer uma avaliação: está o ditado correto? Há evidencias de que realmente a cobra morreu? Como poderia comprovar o óbito do referido animal?

Pois é, no caso de auditorias de certificação, temos que comprovar; ou mostrar a própria cobra morta ou um atestado de óbito da cobra, contendo a assinatura do médico veterinário, e que tenha CRMV da região!

ROBERTA ZÜGE

Membro do CCAS.
Consultora técnica em fazendas e industrias de alimentos com foco no atendimento a requisitos legais e normas de qualidade. Coordenou o projeto da norma Brasileira de Certificação de Leite (MAPA/Inmetro).
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JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/01/2014

Caro Ronaldo, não sei como vocês chama aí em Minas, mas pra nós aqui é certificação. Onde se tem protocolos de manejo e de ordenha, normas técnicas para uso e armazenagem de agrotóxicos, onde se faz necessário sala apropriada para estocagem, descarte adequado de embalagens... na questão de manejo sanitário, quarentena para vacas em tratamento, marcação de vacas tratadas, registros de vacinas e medicamentos apicados com carimbo e assinatura de técnico responsável, cartazes de procedimentos afixados nas diversas dependências da propriedade, controle de entradas e saídas de alimentos, dentre outras várias normas que são aplicadas na propriedade, se não me falhe a memória são quase 100 itens à serem observados.
Abraço!!
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/01/2014

Caro Jéferson,

Você está falando de certificação ou de assistência técnica? Visto que qualquer fazenda pode ser certificada e não contar com um nutricionista por exemplo, pode nunca ter feito uma análise bromatológica de sua silagem, entre outros aspectos.

Um abraço
JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/01/2014

Esses retornos indiretos são mais importantes do que o valor do leite que é acrescido pelo simples fato de se ter a certificação, pois apesar de serem percebidos somente a longo prazo, são os que mais trazem retorno financeiro ( quando o laticínio adota o Sistema de Valorização da Qualidade do Leite como parâmetro de remuneração ).
ANDRÉ MARCEMINO HAMPF

CASTRO - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/01/2014

Caro Rodrigo, as vezes existe sim um valor acrescido no preço do leite quando a propriedade é certificada, mas o correto é fazermos a análise de quanto se gasta para deixar a propriedade conforme todos os critérios da certificadora. Infelizmente esse retorno do ponto de vista financeiro é um pouco longo, no entanto quando existe critérios e profissionalismo na propriedade o retorno em qualidade e quantidade de informações, tecnificação de mão de obra etc são os verdadeiros ganhos num primeiro momento.
RODRIGO

DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 02/01/2014

Se o certificado trazer algum retorno financeiro no preço do litro de leite produzido, acho que vale a pena.
JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/01/2014

Nesses termos concordo com o amigo Ronaldo, pois os selos são concedidos de uma maneira, digamos assim, um pouco "facilitada"... Isso precisa ser mudado.
Abraços!!
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/01/2014

André,

Nestas condições que você citou isto seria uma forma de crime contra o consumidor, ou estou errado? É certo alguém comprar um produto com selo de certificação,quando na realidade ela não existe?
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/01/2014

Caro Jéferson,

No seu caso as visitas são de surpresa ou são agendadas?

Abraço

HELDER DE ARRUDA CÓRDOVA

CASTRO - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 01/01/2014

André,

Parabéns pelas suas considerações. A atividade leiteira é coisa séria e deve ser explorada por gente (produtores, técnicos) séria.

Grande abraço.
JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/01/2014

Concordo plenamente com o amigo André. Está na hora do negócio ficar mais sério, doa a quem doer. Não se faz uma omelete sem quebrar alguns ovos, é agora ou nunca!!!
Abraços!!!
ANDRÉ MARCEMINO HAMPF

CASTRO - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/01/2014

Fantástica suas colocações Roberta. O que mais observo é programa de certificações com hora e visitas marcadas, certificados quando existem são montados para passar na certificação, atestados e todas as ferramentas importantes deixadas mas no momento da certificação aparece tudo. Treinamento e qualificação de mão de obra quase inexistentes. Então vem realmente seu questionamento " Mata a cobra e mostra o pau" só se for "para inglês ver" como se diz em outro ditado popular.
Já passou da hora de brincarmos de faz de conta em relação a pecuária leiteira nesse país, chega de índices e certificações medíocres que só atestam nossa incompetência tanto como produtores como técnicos. O nosso momento é agora todos juntos desenvolvendo uma pecuária forte, saudável, séria e com muita competência e profissionalismo.
JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2013

Caro Ronaldo, desculpe se me expressei mal. Quando me refiro a retorno "não financeiro", estou me referindo ao retorno a longo prazo, não como o adicional pago pelo laticínio, que é retorno direto. A única diferença, é que nesse caso o foco são os resultados obtidos, que no final ( nesse caso você tem razão ), acabam se revertendo em valor agregado. Mas se é como você relatou, as empresas aí ainda não estão preparadas para o novo nixo de mercado que está se formando, por aqui a coisa já está um pouco mais evoluída, ao menos na empresa para qual eu forneço, que é multinacional.
Abraço!!!
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2013

Caro Jéferson,

No seu caso você está tendo retorno, bem diferente de fornecer leite para uma empresa que paga diferenciado pela certificação aqui, é uma média de R$ 0,08 a R$ 0,10 a menos por litro, comparado com as outras compradoras de leite, não é por menos que hoje só restaram 2 produtores fornecendo para eles em meu município. Agora me explique qual é o retorno não financeiro que você está tendo, não estou entendendo como algo que acrescente alguma melhoria não reflete no financeiro de uma fazenda. Afinal, tudo que melhoramos reflete na produção e por sinal no faturamento.

Abraços.
JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2013

Amigo Ronaldo:
Você está corretíssimo em todas as afirmações. Minha "certificação" é baseada em PBA's, custeada pelo laticínio, recebendo mais dos que não são "certificados". Se estivesse em outra empresa estaria recebendo entorno de 6% a 10% menos ( dependendo da empresa ). Mas reitero que, no meu caso pelo menos, o maior retorno da "certificação" não foi o financeiro. Repito: fazem apenas dois anos que atuo no setor leiteiro, tenho muito a aprender com vocês ainda, mas sem as discussões acredito que não há aprendizado!!
Abraços!!!
ROBERTA ZÜGE

CURITIBA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/12/2013

Prezado Ronaldo

O blog tem o intuito de difundir os conceitos e o conhecimento sobre o tema.
Caso queira algum estudo de viabilidade para o seu empreendimento, contrate um profissional que realize este serviço. Com certeza, aqui mesmo no portal, você encontrará pessoas habilitadas para realizar a atividade.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2013

Senhora Roberta,

Então a questão é que ninguém tem dados para me provar que existe retorno com a certificação, exceto se for custeada pelo laticínio e tiver um pagamento diferenciado pelo leite. Correto? Ou alguém sabe me dizer com precisão qual será o retorno para cada real investido?
ROBERTA ZÜGE

CURITIBA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/12/2013

Prezado Ronaldo.
Sua questão é importante, mas seria negligencia da minha parte citar um valor. Isto irá variar, principalmente, em relação à complexidade do sistema de produção. Quando maior; mais funcionários e equipamentos, investe-se mais tempo na consolidação do processo. Outro ponto crucial é o grau de aderência aos requisitos legais. Assim, propriedades que já buscam estes atendimentos necessitam de menor tempo e investimentos para a implementação de uma norma de qualidade.
Tenho atuado em cooperativas que absorvem o custo da consultoria, realizam os treinamentos, a concepção de documentos e monitoram o atendimento dos itens. Ao produtor restou a responsabilidade de adequações físicas e, claro, cumprir os procedimentos, realizando os registros e controles necessários. Alguns precisarem de muito, mas muito pouco investimento, outros vão demorar a conseguir atingir a meta. Nesta situação, as propriedades menores, que utilizam eminentemente mão de obra familiar, tem sido as mais fácies de realizar a implementação. Talvez esta seja uma realidade aqui no Paraná, onde ainda temos a família, de fato, realizando as atividades rurais.
O selo de qualidade será utilizado no produto final. Assim, a indústria deve também ser certificada e garantir que 100% do leite, que está certificado, seja oriundo de propriedades certificadas. Este já é um modelo amplamente utilizado em países como Itália, o que traz uma relação mais estável entre os elos, pois há uma interdependência positiva entre os atores do setor agropecuário.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2013

Caro Jéferson,

No seu caso, a sua certificação é baseada nas BPAs, não é? E foi custeada pelo laticínio, correto? Você recebe um valor diferenciado dos que não são certificados, correto? Agora vou te perguntar o mais importante: você recebe mais que se estivesse em outra empresa?
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2013

Senhora Roberta,

Para colocar um ponto final nesta discussão sobre a certificação, a senhora poderia nos dizer qual o valor da implantação e certificação de uma propriedade nas BPAs? A partir de quantos litros/dia o retorno começa a existir? Qual o nível tecnológico a propriedade deve estar no momento do inicio da implantação das BPAs para que tenha um retorno?

JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2013

Cara Roberta, obrigado pelo comentário!!!
Realmente, venho de um setor onde a profissionalização é crucial para se se manter em um mercado cada vez mais competitivo. A certificação vem a ratificar esse processo.
Penso que no nosso setor ainda falta a ótica do "profissional do campo", pois as tecnologias evoluíram junto com as técnicas de manejo e gestão, e boa parte dos produtores não está acompanhando essa revolução. Os conhecimentos que possuo da área administrativa tem nos ajudado, e muito. Mas contudo tenho ótimas, perspectivas para nosso setor, prova disso é que mudei para cá, e estou investindo nisso.

Abraço!!

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