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Alguns dados sobre o médico veterinário que atua no setor agropecuário

POR ROBERTA ZÜGE

NA MIRA

EM 10/07/2016

6 MIN DE LEITURA

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Em primeira mão, apresento neste blog, alguns resultados encontrados de uma pesquisa que foi finalizada, agora, na primeira semana de julho. A pesquisa completa ainda será publicada. No entanto, tive autorização do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná (SINDIVET-PR) para publicar alguns dados relativos aos técnicos que atuam no setor do agronegócio/produção animal.

A pesquisa “Perfil, opinião, satisfação e expectativas dos médicos veterinários com a profissão” surgiu da necessidade por parte do Sindivet-PR em conhecer melhor o perfil, as fortalezas e os desafios da Medicina Veterinária e a satisfação dos profissionais que atuam no Paraná. O estudo foi realizado pela Plan, que é uma consultoria especializada em avaliação de programas sociais e pesquisa social, fundada em 2007, com sede em São Paulo, com ampla experiência em condução de trabalhos como este.

Para coleta dos dados quantitativos, foi feito disparo online de questionários para os médicos veterinários, principalmente através do mailing do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR). O survey online teve grande adesão por parte da categoria, foram 1.182 médicos veterinários participantes, número amplamente representativo. Atualmente, a numeração de CRMV-PR está acima de 13 mil, levando em conta que alguns desses profissionais já faleceram, outros tantos abandonaram a profissão, temos perto de 10% da classe atuante tendo respondido ao estudo. Vale destacar que em pesquisas nacionais, por exemplo, pesquisas de intenção de voto, são entrevistadas 2.000 pessoas para representar a população brasileira inteira (maiores de 16 anos).

O questionário foi desenvolvido a partir de encontros entre a diretoria do SINDIVET-PR e a empresa de pesquisa contratada. Participaram de alguns desses encontros representantes do CRMV-PR e profissionais atuantes na área de Medicina Veterinária em cargos públicos municipais. A versão final do questionário contém aproximadamente 25 perguntas fechadas e/ou semiabertas, e teve um tempo de aplicação de cerca de 10 minutos.

Entre os questionamentos foram destacadas a formação acadêmica, área de atuação, renda, satisfação com a atividade que realizada, entre outras questões. Mesmo sendo uma pesquisa realizada somente com médicos veterinários no Paraná, ela serve como reflexão para as outras profissões que atuam no agronegócio.

Aqui no artigo focarei as questões relativas aos técnicos que realizam suas atividades profissionais no setor agropecuário. Em relação a satisfação na atividades os dados estão abaixo. Destaque que em todos os itens pertinentes a profisssão do MV no agro, tem-se mais de 50% entre bem satisfeitos e plenamente satisfeitos.

Tabela de satisfação do MV conforme a área

Um dos itens mais aguardados da pesquisa era a renda dos profissionais. A renda dos médicos veterinários varia bastante conforme a área de atuação. Como esperado, o setor de pet, que é muito estimulado nas escolas de medicina veterinária, possui os mais baixos resultados. 

As áreas com piores remuneração, onde mais de 30% dos profissionais que atuam nessas áreas ganham até R$ 2.500,00 por mês, são “Clínica de pets” (42%), “Consultório veterinário” (37%), “Laboratório de diagnóstico ou biotério” (30%) e “Medicina veterinária legal” (33%). Entre os profissionais que atuam em “Cirurgia de pets”, 29% ganham até R$ 2.500,00.

As áreas com melhores remuneração, onde mais de 30% dos profissionais que atuam nessas áreas ganham mais de R$ 7.500,01 por mês, são: “Agronegócio” (32%), “Animais selvagens” (42%), “Defesa Sanitária Animal” (31%), “Ensino e pesquisa” (39%), “Laboratório de produção e insumos” (60%) e “Meio Ambiente” (39%). Entre os profissionais que atuam na área de “Extensão rural”, 29% ganham mais de R$ 7.501,00 por mês. Importante ressaltar que o número de respondentes de animais selvagens foi muito pequeno, 33 apenas, de 1.182. Há um campo ainda restrito para esta área, mais focado em servidores públicos.

Quando cruzados os dados de gênero e idade, percebe-se que a profissão era majoritariamente masculina, porém, entre os profissionais com idade de 36 a 40 anos começa a inversão e, hoje, é majoritariamente feminina.

Correlação gênero e faixa etária

Para várias áreas há uma relevante diferença de gênero, ou seja, áreas de grande atuação masculina ou feminina. As áreas de “Produção e reprodução”, “Assistência técnica”, “Animais selvagens”, “Extensão rural”, “Laboratório de produção de insumos” e “Vendas” são de atuação majoritariamente masculina. Ou seja, parece haver uma maior possibilidade dos homens aturem profissionalmente nestas áreas. As relacionadas aos pets são majoritariamente femininas. Infelizmente, ainda se tem dificuldade das mulheres atuarem no setor agropecuário, mas isto é algo que deve ser superado, o profissionalismo deve se sobrepor ao preconceito, quando se foca a competitividade.

Correlação de área e gênero


Alguns dados são muito importantes para os que estão buscando atuar no setor agropecuário. Há uma clara tendência de buscar uma especialização e conhecimentos específicos.

Entre os médicos veterinários que declararam estarem cursando e/ou terem concluído algum programa de aperfeiçoamento e/ou de pós-graduação (n=836, ou 71% da amostra), há uma grande concentração em “Especialização”, seguido de “Cursos de aperfeiçoamento”.

Cursos extra curriculares

Como os dados da Pesquisa Qualitativa indicam, pelo mercado de trabalho ser muito competitivo e de difícil acesso, além dos profissionais sentirem lacunas na formação técnica oferecida na graduação, a procura pela pós-graduação se torna frequente. Os dados encontrados na Pesquisa Quantitativa apontam para resultados semelhantes: “Vontade de se aprofundar em algum tema”, “Incrementar o currículo” e “Progressão na carreira” são os critérios mais citados para ingressar na pós-graduação.

Razões para realizar cursos

Claramente o setor agropecuário é um mercado para os profissionais da medicina veterinária. No entanto (até pelo número expressivo de escolas de nível superior que só no Paraná foram contabilizadas 24 faculdades - em menos de 10 anos o número de profissionais atuantes mais que dobrou no Estado), há uma grande necessidade de aprimoramento. O profissional que deseja atuar deve possuir capacitações que se diferenciem e possam proporcionar ganhos aos seu contratante.

Os respondentes também avaliaram o curso de medicina veterinária que frequentaram. De modo geral, os médicos veterinários avaliaram positivamente o curso de graduação, 20% avaliou como “Excelente”, 53% como “Bom”, 23% como “Regular” e 4% como “Ruim” ou “Péssimo”. Porém, ao cruzar com os dados de faixa etária, percebe-se uma certa tendência de crescimento do número de pessoas que avaliaram o curso como “Razoável” e “Ruim”.

Avaliação da graduação


Há muitos outros dados que logo serão publicados. A pesquisa mostrou algumas informações que já eram de conhecimento, como a baixa remuneração e uma saturação do mercado de pequenos animais. E evidenciou que o setor agropecuário é um campo de grandes possibilidades. Algo também esperado, afinal, o agronegócio tem sobrevivido às grandes crises políticas e financeiras que o Brasil enfrenta, enquanto outros setores estão afundando profundamente. Também que a formação complementar é um imperativo para quem busca melhores condições de trabalho e renda, ou seja, o profissional deve buscar o máximo de conhecimento nas áreas em que atua, caso contrário irá perder oportunidades.

Uma boa oportunidade para formação complementar de profissionais da área é a capacitação através de cursos à distância. Pensando nesta necessidade, o EducaPoint traz uma agenda de cursos on-line com temas voltados para o setor, ministrados pelos maiores especialistas na área.

Na próxima semana (19/07), começará uma nova edição do curso on-line “Programas de certificação na pecuária leiteira” em que Roberta Zuge será a instrutora. 
Ou entre em contato: (19) 3432-2199 / cursos@agripoint.com.br .


 

ROBERTA ZÜGE

Membro do CCAS.
Consultora técnica em fazendas e industrias de alimentos com foco no atendimento a requisitos legais e normas de qualidade. Coordenou o projeto da norma Brasileira de Certificação de Leite (MAPA/Inmetro).
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JOÃO LEONARDO PIRES CARVALHO FARIA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/07/2016

Sensacional este trabalho, deveria estender para todo o Brasil!!
Parabéns!!!

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