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Terapia estendida é uma alternativa para o tratamento de Staphylococcus aureus

POR TIAGO TOMAZI

E MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 19/01/2011

4 MIN DE LEITURA

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O controle eficaz da mastite envolve como princípio básico, a aplicação de medidas para combater e prevenir a ocorrência de infecções intramamárias (IIM).

Os custos ocasionados pela mastite variam conforme o agente infectante e a forma em que doença se apresenta. Embora os custos com a reposição de animais, tratamento e mortalidade sejam maiores nas mastites clínicas, alguns fatores adicionais devem ser considerados na avaliação das mastites subclínicas. Estes incluem a perda de parênquima funcional da glândula mamária, redução da qualidade do leite e o custo de manutenção de potenciais agentes contagiosos.

Uma das principais ferramentas para eliminação de infecções intramamárias é o uso de antibióticos e antimicrobianos, que apresentam uma estratégia essencial para o controle da mastite. Mesmo com o uso de antibióticos, a taxa de cura dos tratamentos convencionais durante a lactação, em especial para o tratamento de infecções crônicas causadas por Staphylococcus aureus é baixa. Este fator tem estimulado a busca de novas estratégias de forma a melhorar os resultados obtidos com tratamentos.

O S. aureus é o agente contagioso mais prevalente na maioria dos países produtores de leite e causam IIM tanto na forma clínica, quanto subclínica. Este microrganismo tem importância econômica significativa para o setor leiteiro, pois causa redução na produção e qualidade do leite, além de somar gastos com tratamentos e descarte de leite e animais.

Atualmente, as principais alternativas para o tratamento da mastite subclínica crônica ocasionada por estes agentes contagiosos são: a terapia combinada, o uso combinado de vacinação e tratamento intramamário e a terapia estendida. Essas novas alternativas, ainda que impliquem maiores custos, podem ser viáveis em situações nas quais os rebanhos apresentam alta prevalência de infecções crônicas.
Recentemente, um estudo buscou determinar a eficiência de um programa terapêutico estendido com o uso de cefapirina sódica. O experimento foi realizado em vacas com mastite subclínica crônica por S. aureus.

Com base em registros de lactação, CCS e infecção por S. aureus, vacas de 14 propriedades leiteiras foram divididas aleatoriamente em dois grupos: o primeiro foi formado por 45 vacas, tratadas duas vezes ao dia, durante 5 dias, com bisnagas contendo 200 mg de cefapirina sódica. Todos os quartos mamários foram tratados.; o segundo grupo consistiu de 30 vacas que não participaram do protocolo de tratamento (grupo controle).

Amostras de leite foram coletadas assepticamente de cada quarto mamário das vacas pertencentes aos dois grupos para cultura microbiológica aos 28 e 14 dias antes do tratamento e aos 10, 24 e 31 dias após o tratamento.

Além destas, amostras para avaliação da CCS foram coletadas dos quartos mamários 2 semanas antes do início do tratamento, e 10 e 31 dias após o término deste período.

Após a realização das análises microbiológicas, para avaliação em nível de vaca, as taxas de cura foram de 25,8% (8/31 vacas) no grupo tratado e 3,3% (1/30 vacas) no grupo controle. A tendência de maior taxa de cura foi observada também no grupo tratamento: quando apenas 1 quarto estava infectado, a taxa de cura foi de 36,8% (7/19 vacas); e nos animais onde mais de um quarto mamário estava infectado, a taxa de cura foi de 8,3% (1/12 vacas).

Em nível de quarto mamário, a taxa de cura após a primeira cultura microbiológica pós-tratamento foi de 77,5% (38/49 quartos mamários) e 18% (9/50 quartos) nos grupos tratamento e controle, respectivamente (Tabela 1).
 

Clique na imagem para ampliá-la.
Fonte: Adaptado de Roy et al. (2009).

Novas infecções intramamárias (NIIM) foram diagnosticadas na primeira análise pós-tratamento em 1,4% (1/74) dos quartos no grupo tratamento e 10,3% (7/68) dos quartos no grupo controle (Tabela 1).

O efeito do protocolo terapêutico sobre a CCS no dia 31 após o tratamento foi avaliado. No entanto, os grupos não apresentaram diferença significativa quando a CCS foi convertida para a escala logarítmica.

A terapia estendida com cefapirina sódica por 5 dias demonstrou-se efetiva no tratamento de vacas com infecções crônicas por S. aureus. Foi possível observar que vacas infectadas em apenas um quarto apresentam maior chance de cura (36,8%) com o tratamento, quando comparadas com o grupo controle (5,6%). Além disso, estas vacas apresentam maiores taxas de cura quando comparadas com vacas com mais de um quarto infectado (8,3%).

Desta forma, vacas novas, com apenas um quarto recentemente infectado por S. aureus e baixa CCS são as candidatas preferenciais para o uso de terapias estendidas.

Ao optar por este tipo de tratamento, é indispensável ter ciência de que o canal do teto é porta de entrada para microorganismos patogênicos. No entanto, antes das infusões intramamárias, deve-se realizar uma técnica de assepsia adequada para minimizar as chances de desenvolvimento de quadros de mastite clínica. Além disso, práticas de higiene no manejo e segregação de animais devem ser implementadas para ajudar na prevenção de novas infecções por agentes causadoras de mastite.

Referência bibliográfica:

Roy et al. Can. Vet. J. 2009; 50:1257-1262

TIAGO TOMAZI

Médico Veterinário e Doutor em Nutrição e Produção Animal
Pesquisador do Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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GUSTAVO MENECHELI

DUARTINA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/02/2011

Boa noite Dr. Marcos Veiga,

trabalho em uma fazenda de animais Holandes PO, onde apresenta CCS acima de 500.000, foi feito varias vacinacoes com a vacina Hipramastivac, porem a CCS diminui mas em seguida aumenta. Um dos grandes problemas desta fazenda eh a limpeza do estabulo e ainda tempo de permanencia muito alto no estabulo. Tambem a agua naum eh de boa qualidade. Seria causa desta alta CCS a contaminacao e tempo alto dos animais no estabulo. A CBT desta fazenda eh baixa +- 15.000.

Atenciosamente:
Gustavo

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Gustavo Menecheli,

A vacinação deve ser usada como uma ferramenta auxiliar para controle de mastite. Não podemos esperar que o uso da vacina, mesmo que com várias repetições, conforme descrito, resolva problema de animais com mastite crônica, uma vez que a vacina tem função de aumentar a resistência e reduzir os sintomas (CCS, casos clínicos) .

Minha recomendação seria que fosse realizada a CCS individual das vacas do rebanho por um período mínimo de 3 meses (3 coletas mensais) e em seguida fosse feita a coleta de amostras das vacas com CCS mais alta para a cultura e isolamento dos agentes causadores. Somente com este dado, pode-se definir uma estratégia de trabalho mias específica, como tratamento, secagem, descarte ou segregação. Sem dúvida que os demais problemas levantados devem contribuir para o aumento da mastite no rebanho.

Atenciosamente, Marcos Veiga

JOVANI SCHERER BECKER

JÚLIO DE CASTILHOS - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/01/2011

Compartilho com o Lucas, gostaria de saber qual vacina esta em uso, eu tenho usado uma aqui no RS e venho tento bons resultados dependendo da propriedade, ou melhor do agente q identifico na propriedade. Gostaria de ver um protocolo para fazer a terapia estendida combinado com vacina...

<b>Reposta do autor:</b>

Prezado Jovani Scherer Becker,

Neste artigo foi relatado somente os resultados da terapia estendida por 5 dias. Não foram descritos resultados com o uso de tratamento + vacinação, pois o artigo em questão não era sobre este tema.

No entanto, atualmente a vacina com indicação para prevenção e controle de mastite por S.aureus e que está sendo comercializada no Brasil é a Topvac do Laboratório Hipra.

Atenciosamente,

Marcos Veiga
LUCIANO M. REDU

OUTRO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/01/2011

porque o experimento com cefapirina sodica? ou mehor, existe experimento similar com outros principios ativos(ex: cefquinona ou cefalexina)?

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Luciano M. Redu,

Eu não tenho informação sobre qual a razão da escolha deste antibiótico. Existem outros estudos com o uso de terapia estendida com pirlimicina, que já foi comercializada no Brasil como Pirsue, mas atualmente não está disponível.

Atenciosamente,

Marcos Veiga
LUCAS ANTONIO DO AMARAL SPADANO

GOUVÊA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/01/2011

Muito interessante o estudo, realizado pelo Tiago Tomasi e pelo prof. Marcos Veiga dos Santos, tenho inclusive o livro do Dr. Marcos, que me tem sido de enorme utilidade.
O uso de terapia estendida já foi utilizada por mim, mas a utilização de vacina não. no desenvolvimento do estudo, qual vacina foi utilizada? faltou citar qual.
Já usei uma vacina que resolveu o problema de mastite ambiental de uma única vaca que a contraiu, um único caso, tendo em vista que ou extremamente rigoroso no controle de mastite, citei a fonte das minhas exigências, o livro Estratégias para Controle de Mastite e melhoria da qualidade do leite.
Gostaria de saber qual vacina se pode utilizar no tratamento combinado, uma vez que a mesma não foi citada no artigo.
Aprecio muito os artigos do Dr. Marcos, e quero parabeniza-lo por suas publicações, que são de extrema utilidade para todos nós produtores de leite.
Um abraço a ambos.


<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Lucas, a vacina comercial para controle de mastite por coliforme e Staphylococcus aureus é a TOPVAC do laboratório HIPRA.

Atenciosamente, Marcos Veiga

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