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Resíduos de iodo no leite

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 06/04/2001

3 MIN DE LEITURA

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Marcos Veiga dos Santos

A utilização de desinfecção dos tetos antes e após a ordenha tem sido uma prática amplamente recomendada para controle de mastite em rebanhos leiteiros, sendo que os produtos a base de iodo são provavelmente uma das classes mais utilizadas em todo o mundo. A ampla aceitação de produtos à base de iodo para a desinfecção de tetos se deve a sua alta eficácia, comprovada em diversos estudos científicos, e ao seu baixo custo.

Ainda que o iodo seja um nutriente essencial na dieta humana e de vacas leiteiras, apresentando função importante na prevenção do bócio, a sua ingestão em excesso pode ser tóxica e ocasionar problemas de saúde tanto no homem quanto em animais. Este fato tem chamado a atenção de diversas agências de saúde pública em todo o mundo sobre os possíveis efeitos da desinfecção dos tetos, também conhecida como "pré e pós-dipping", sobre a concentração de resíduos de iodo no leite e nos seus derivados, uma vez que o leite deve ser isento de qualquer tipo de resíduo, sendo considerado como uma boa fonte de iodo par a dieta humana. Atualmente, existem diversos estudos científicos que avaliaram a presença de resíduos de iodo no leite, assim como as suas principais origens. Desta forma, vamos rever os principais resultados e informações sobre os resíduos de iodo no leite, analisando cerca de 35 diferentes trabalhos de pesquisa sobre o assunto, realizados nos últimos 20 anos.

De forma geral, o limite máximo aceitável de resíduo de iodo no leite é de 500 ppb (partes por bilhão = mg/ton) em diversos países do mundo, de acordo com recomendações da OMS. O iodo presente nos produtos desinfetantes está tanto na forma germicida (I2), quanto na forma não-germicida (I-), enquanto que o iodo encontrado no leite está geralmente na sua forma não-germicida.

As principais fontes do iodo do leite são: utilização de pré e pós-dipping com produtos à base de iodo, iodo presente na alimentação da vaca, iodo presente no suplemento mineral e iodo presente em sanitizantes utilizados em equipamentos de ordenha. Em todos os estudos realizados até o momento, a concentração média de resíduos de iodo no leite esteve abaixo do limite máximo tolerável de 500 ppb. Ainda que algumas poucas amostras de leite de produtores individuais tenham excedido este valor, a concentração de resíduos de iodo nos silos de cooperativas e laticínios esteve sempre abaixo do limite máximo.

Nos trabalhos de pesquisa que avaliaram o impacto do uso da desinfecção dos tetos após a ordenha com produtos à base de iodo, a implantação desta prática de manejo contribui com uma concentração de iodo no leite que variou entre 0 e 142 ppb de iodo. Estes resultados variaram de estudo para estudo, mas, de forma geral, o pós-dipping teve pouca contribuição sobre a concentração de resíduo de iodo no leite. De forma semelhante, a prática do pré-dipping apresentou impacto ainda menor sobre o nível de resíduos de iodo no leite (12 a 35 ppb), quando os tetos foram secos após a utilização do desinfetante antes da ordenha. Ainda que os tetos não sejam secos após o uso do pré-dipping, o aumento do resíduo de iodo seria de cerca de 250 ppb.

Por outro lado, os suplementos minerais e alimentos utilizados para vacas leiteiras foram apontados como as principais causas de concentrações elevadas de resíduos de iodo no leite. Diversos estudos mostraram uma relação direta entre a concentração de iodo no suplemento e o nível de resíduo de iodo no leite. Estes efeitos foram verificados tanto quando se usam fontes orgânicas quanto fontes inorgânicas de iodo como suplemento alimentar.

Estes resultados de pesquisa mostram de forma clara que o uso de desinfetantes à base de iodo para pré e pós-dipping não representa riscos de aumento da concentração de resíduos de iodo no leite, desde que estas práticas de manejo sejam feitas de forma adequada.

Tabela 1 - Efeito da concentração de iodo no desinfetante (pós-dipping) sobre os níveis de iodo no leite

 

Tabela 1



fonte: MilkPoint

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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BENEDITO PEREIRA DA SILVA

PROMISSÃO - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 13/10/2016

criança pode tomar iodo com leite?
GERALDO TADEU DOS SANTOS

MARINGÁ - PARANÁ

EM 10/09/2016

Muito interessante a tua abordagem sobre resíduos de iodo no leite. Parabéns!!!

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