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Procedimento de coleta da amostra de leite afeta a CCS

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 08/11/2006

2 MIN DE LEITURA

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Com a crescente importância da análise do leite para sistemas de pagamento e como ferramenta de gestão dentro da fazenda leiteira, os procedimentos de coleta de amostras e de análise laboratorial são hoje considerados pontos chave para a credibilidade e confiança dos resultados.

Considerando que os laboratórios brasileiros de análise de leite têm programas de controle e aferição de equipamentos, a correta coleta, armazenamento e transporte da amostras até a análise passa a ser fundamental, pois dependendo desses fatores os resultados obtidos podem trazer uma informação que não retrada a realidade e pode levar a uma tomada de decisão equivocada.

Com relação à CCS, é consenso entre os pesquisadores que o fator que isoladamente mais afeta os resultados da análise é a ocorrência de mastite subclínica, a proporção de vacas infectadas e a gravidades dos casos. Contudo, o momento da coleta de leite durante a ordenha também pode interferir significativamente na CCS, cujo impacto é mais importante para os produtores que realizam a CCS individual das vacas do rebanhos. Para avaliar o efeito do momento da coleta da amostra de leite sobre os resultados da CCS, foi desenvolvido o seguinte estudo, realizado numa universidade alemã.

Em um primeiro estudo, o leite dos quartos mamários foi dividido em frações que simulariam as mesmas condições da seqüência de uma ordenha: os dois primeiros jatos, o leite da cisterna da glândula e o leite alveolar (retirado somente quando ocorre a ejeção do leite). Deve-se ressaltar que somente após 50 segundos do início da estimulação dos tetos ocorre ejeção do leite.

Após a coleta, a CCS foi determinada e indicou que existem mudanças significativas entre as frações do leite. Para amostras de leite com CCS < 100.000 cel/ml, o efeito das frações do leite sobre a CCS foi muito pequeno. No entanto, para amostras com alta CCS (> 200.000 cel/ml), os dois primeiros jatos de leite tiveram uma CCS cerca de 5 vezes maior dos que a CCS do leite total, ainda que essa fração representasse um volume de leite muito pequeno (< 1% do volume total).

Em termos práticos, quando uma amostra para a realização de CCS é coletada apenas do leite dos primeiros jatos, pode-se ter resultados muitos superiores aos de uma amostra coletada durante toda a ordenha, indicando um resultado erroneamente elevado para aquele animal.

No segundo estudo, o leite dos primeiros jatos foi analisado com maior detalhamento, sendo que a CCS foi determinada para o leite dos 6 primeiros jatos e do restante do leite ordenhado, visando identificar como se comporta a CCS durante o início da ordenha. Da mesma forma que no estudo anterior, a CCS se reduz do primeiro para o sexto jato de leite, indicando que a CCS é maior no início da ordenha.

A conseqüência prática desses resultados de pesquisa é que os resultados da CCS individual devem ser interpretados de acordo com o procedimento de coleta. Quando apenas os primeiros jatos de leite são coletados, muitas vezes por dificuldades de amostragem no equipamento ou por tentativa de tornar o procedimento menos trabalhoso, os resultados são totalmente diferentes do leite total da vaca. Dessa forma, recomenda-se que a amostragem do leite para CCS deve ser feita do leite total da ordenha de cada vaca.

Fonte:

Sarikaya e Bruckmaier. Journal of Dairy Science, vol.89, p.4246-4250, 2006.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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CAMILA CARREIRO DE MACEDO

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - ESTUDANTE

EM 21/03/2008

Estou realizando um estudo sobre a importância da coleta correta das amostras para realização da contagem de coliformes totais e gostaria de saber se uma amostra representativa ideal seria a referente a ordenha do dia todo ou se a de uma parte do dia seria o sufuciente para representar.

<b>Resposta do autor</b>

Prezada Camila Carreiro de Macedo,

Acredito que o fundamental seja primeiramente saber para qual objetivo você necessita do resultado. Se for o caso de saber o nível de contaminação geral do leite, seria importante sim que a amostra fosse representativa de toda a ordenha. Quando se coleta em determinados período da ordenha, a amostra seria representativa apenas daquele grupo de animais ou daquele período da ordenha.

Atenciosamente, Marcos Veiga
WELLERSON DA FONSECA MASSON

PAIVA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/06/2007

Estou tentado implantar um programa de pagamento por qualidade, porém, aqui não tem produtor que usa tanque de expansão o leite é 100% de latão.

Gostaria de saber se o leite da manhã pode ser misturado ao da tarde (sem refrigeração) para coleta de amostra pra CCS (rebanho total da propriedade) ou tem alguma interferência que obrigue a retirar as amostras separadas.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Wellerson,

O procedimento ideal é que a amostra de leite represente uma proporção da ordenha do dia todo. Se for duas ordenhas, o frasco deve ter o leite das duas ordenhas. Como o foco é ter um resultado confiável, esse seria o procedimento mais correto.

Atenciosamente, Marcos Veiga
SAMUEL

GUARDA MOR - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 27/11/2006

É provável que também influencie o teste de CMT podendo levar o produtor a interpretar o teste de forma errônea, estou certo?

<b>Resposta do autor:</b>

Samuel,

Obrigado pela mensangem.

Esse artigo se refere a coleta de amostras composta para a CCS. Com relação ao CMT, o procedimento é justamente a coleta de amostras de cada quarto e dessa forma não teria problema de interpretação para o teste do CMT.

Atenciosamente, Marcos Veiga

JOÃO TADEU GREJIANIN

GUARACIABA - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/11/2006

Descartando os 3 ou 4 primeiros jatos, deve-se coletar toda a ordenha do animal. Seja no dispositivo para medir o leite, ou balde ao pé,sempre coletar 100% do leite do animal. Estou certo?

Parabéns pelo artigo.

JOAÕ TADEU GREJIANIN

<b>Resposta do autor:</b>

João,

Obrigado pela mensagem.

A melhor forma de coletar o leite para a análise de CCS é que a amostra seja coletada de toda a ordenha, descontados os primeiros jatos. Isso pode ser feitos pelos medidores de fluxo, balão de medição ou mesmo a partir do latão.

Atenciosamente, Marcos Veiga
JOÃO JOSÉ ANDRADE

LORENA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/11/2006

A Clinica do Leite sempre recomendou que em coletas individuais as amostragens fossem efetuadas pelo conjunto do leite de cada animal, e nunca efetuar coletas direto nos tetos.

Este estudo serve para reforçar ainda mais os procedimentos de ordenha, principalmente no descarte dos primeiro jatos de leite de cada teto.

Alguns estudos indicavam uma elevação na Contagem Bacteriana do leite, e este estudo está confirmando também uma elevação na CCS.

Parabéns pelo artigo.

Atenciosamente,

João José Andrade
ANA LUCIA RANDOW SILVA

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/11/2006

Se retiro a amostra no medidor da ordenhadeira, onde está contido o mesmo pecentual do início ao fim da ordenha, isto não me daria a melhor media de todas as situações?

<b>Resposta do autor:</b>

Ana Lucia,

Obrigado pela mensagem. O uso de amostras de leite do medidor de fluxo do leite é uma ótima forma de coleta de amostra para CCS.

Atenciosamente, Marcos Veiga

RUYTER CARLOS DA SILVA

UNAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/11/2006

A forma de coleta na fazenda pra pagamento pela qualidade não é muito clara. A freqüência também, que parece ser de uma amostra mensal. Como uma alta contagem de bacterias afeta o preço do leite por 3 meses consecutivos, não seria necessário um sistema de amostragem que não prejudicasse o fornecedor?

Se encontrar uma alta contagem bacteriana, não seria o caso de também avisar ao fornecedor do leite para se encontrar o motivo e corrigi-lo e não apenas penalizar o fornecedor por 3 meses. Gostaria de ler um artigo com este enfoque que é de maior interesse aos fornecedores de leite de todo o país.

Obrigado

Ruyter

<b>Resposta do autor:</b>

Ruyter,

Obrigado pela sua mensagem. A questão dos procedimentos de coleta e do número de amostras mensais para programas de pagamento por qualidade é uma decisão de cada empresa e não temos nenhuma legislação sobre o assunto. Sem dúvida que problemas de coleta e de resultados errôneos podem prejudicar muito o produtor. Nesse caso, o produtor deve estar atento e fazer a sua avaliação com o envio de amostras para laboratórios credenciados e podem comparar os resultados com aqueles enviados pelas empresas.

Atenciosamente, Marcos Veiga

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