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Panorama internacional sobre o controle de mastite

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 20/04/2001

3 MIN DE LEITURA

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Marcos Veiga dos Santos

Baseando-se em trabalhos de pesquisa realizados em todo mundo, assim como pelo monitoramento feito por entidades oficiais, podemos afirmar que houve, ao longo das últimas décadas, um grande progresso no controle de mastite em vários países do mundo. A seguir, abordaremos como o controle da mastite vem sendo realizado em países com pecuária leiteira desenvolvida, quais os principais progressos obtidos, principais agentes causadores e a importância da CCS como parâmetro para avaliar a qualidade do leite.

Ainda que a mastite bovina seja a doença do gado leiteiro mais pesquisada em todo o mundo, e conseqüentemente grandes volumes de recursos - tanto humanos quanto financeiros - tenham sido empregados, esta doença continua sendo a que causa maiores prejuízos econômicos para a indústria leiteira em todo o mundo. Estima-se que nos EUA a mastite causa um prejuízo de cerca de US$ 200,00/vaca/ano pela redução de produção de leite, descarte de leite, custos adicionais com medicamentos, aumentos dos custos de reposição, entre outros. Estes são prejuízos diretos ao produtor, mas a indústria de laticínios também é afetada pela redução no rendimento da fabricação de queijos, assim como na diminuição da qualidade e da vida de prateleira de derivados lácteos.

Este quadro acima não é, no entanto, nenhuma novidade para os técnicos e pessoas envolvidas com produção de leite. O principal fator que tem impulsionado a melhoria no controle da mastite no mundo é a demanda crescente por parte dos laticínios, indústrias e dos consumidores por produtos de maior qualidade, o que tem refletido em medidas práticas como o pagamento diferenciado pelo leite de qualidade superior em algumas indústrias. Sendo assim, a qualidade do leite, que de forma cada vez mais crescente vem sendo avaliada através da sua contagem de células somáticas (CCS), tem tido papel determinante no comércio internacional de produtos lácteos, no qual o Brasil é dos principais importadores do mundo.

A mastite pode ainda ser vista sob o aspecto de segurança alimentar, em especial naqueles países com grande tradição do consumo de derivados lácteos produzidos a partir do leite cru (sem pasteurização), como em alguns países europeus. Paralelamente, alguns países consideram a ocorrência de mastite como um fator negativo sobre o bem estar animal e, portanto, medidas de controle desta doença amenizam as pressões da sociedade sobre este aspecto da produção animal.

Atualmente, a mastite pode ser analisada através de dois parâmetros básicos: a CCS e a incidência de mastite clínica. Com o surgimento de métodos eletrônicos para a CCS, esta medida tornou-se amplamente difundida, sendo atualmente a mais utilizada na maioria dos países. Considera-se que a CCS superior a 300.000 células/ml é um indicativo de mastite subclínica.

Países da União Européia, Nova Zelândia e Austrália adotam como limite máximo legal para a CCS do leite para consumo humano o valor de 400.000 células/ml, enquanto que o Canadá fixou o limite em 500.000 células/ml e os EUA o valor de 750.000 células/ml. O Brasil estuda a adoção do limite máximo de CCS de 1.000.000 células/ml a partir de julho de 2002, ainda que esta legislação não esteja totalmente definida.

A adoção de limites máximos para a CCS do leite deve ser encarada como uma clara tendência de busca de maior qualidade, uma vez que diversos países que adotaram esta medida têm apresentado ao longo da última década uma significativa redução na média da CCS dos rebanhos leiteiros. A medida que se observa diminuições na CCS média dos rebanhos, são implementadas novos limites para a CCS.

Tabela 1 - Média anual da CCS em diversos países do mundo

 

Tabela 1



Estes dados indicam primeiramente que o progresso no controle de mastite não ocorre do dia para a noite, uma vez que todos estes países apresentam programas de monitoramento da CCS há vários anos, sendo ainda necessário um intenso trabalho de informação e principalmente de incentivos para produção de leite com baixa CCS. Se por um lado a experiência internacional mostra resultados promissores, por outro lado estes dados mostram que é possível produzir leite com baixa CCS, mesmo em condições de clima adverso, como por exemplo em Israel e alguns estados dos EUA.

fonte: Pacific Congress on MilkQuality, Japan, p.245-251, 2000

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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