Até recentemente não havia uma posição definitiva sobre o efeito da pasteurização do leite sobre a sobrevivência do Mycobacterium paratuberculosis, o agente causador paratuberculose ou Doença de Johnes. Esta doença é uma enterocolite crônica, sem cura, que causa grandes prejuízos na pecuária de leite em todo o mundo, sendo que estudos recentes têm indicado a sua presença aqui no Brasil. Num estudo recente realizado pela Faculdade de Medicina Veterinária da USP, os resultados apontaram que cerca de 40% dos animais estudados apresentaram anticorpos contra o agente, o que torna o problema bastante preocupante, uma vez que se imaginava que esta era uma doença exótica em nosso meio.
Uma grande preocupação de saúde pública era de que este agente poderia também ser o causador de uma doença em humanos, chamada de Doença de Crohn, que apresenta algumas semelhanças de sintomas com a paratuberculose e, da mesma forma, não tem cura. Alguns pesquisadores questionavam se a pasteurização seria realmente efetiva em eliminar o M. paratuberculosis do leite, uma vez que ele pode estar no leite produzido por animais acometidos, sem apresentarem sintomas.
Um boa notícia sobre a resistência do M. paratuberculosis frente a pasteurização vem dos resultados de um estudo feito pelo Centro Nacional de Saúde Animal dos EUA, que demonstraram de forma definitiva que este agente é eficientemente eliminado a 72o C por 15 segundos, o que demonstra que as temperaturas utilizadas para a pasteurização comercial são eficientes em destruir este perigoso agente.
Estes resultados de estudos de pesquisa reafirmam a importância do consumo de leite ou outros derivados lácteos que tenha sido previamente pasteurizados. Esta é a única forma de garantir a segurança do leite de consumo e manter a imagem de que o leite é um alimento seguro.
fonte: JAVMA, 217:175-178, 2000.