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Descarte de vacas com mastite crônica

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 30/08/2002

3 MIN DE LEITURA

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Dentre as várias recomendações para manter uma produção de leite economicamente viável, o descarte de vacas-problema é uma medida que pode afetar diretamente a produção e ter grande impacto sobre a sanidade de todo o rebanho. Não é nenhuma novidade para os envolvidos com produção de leite que o descarte de vacas de um rebanho é considerado uma estratégia cara, uma vez que o valor da vaca para descarte é geralmente baixo e o preço de um animal de reposição é normalmente alto. No entanto, vale a pena discutir algumas recomendações referentes ao descarte de vacas leiteiras com mastite, visto que é muito difícil não lançar mão desta medida em algumas situações.

Em rebanhos leiteiros de alta produção, as principais causas de descarte de vacas são: baixa produção de leite, problemas reprodutivos, mastite e outros problemas de úbere, problemas de casco e de locomoção e outros problemas de saúde. Como se pode notar, a mastite é sem dúvida uma importante causa do descarte de vacas, o que significa que os critérios para o descarte destes animais podem ser ferramentas importantes no controle da mastite.

O descarte de vacas com mastite é uma maneira prática e rápida para a redução do nível de infecção existente no rebanho. Em termos de controle de mastite, a manutenção de animais com casos crônicos de mastite no rebanho, mesmo que estas vacas tenham passado por um tratamento de vaca seca, é pouco justificável. As vacas com mastite crônica (vacas com infecção persistente da glândula mamária por mais de dois meses) funcionam como verdadeiros reservatórios de agentes causadores de mastite e, desta maneira, podem transmitir estes agentes para animais sadios.

Os principais agentes que podem ser transmitidos de vacas infectadas para vacas sadias são: Streptococcus agalactiae, Staphylococcus aureus, entre outros. Para obtenção de êxito no controle destes agentes contagiosos devem ser implementadas medidas visando a eliminação de infecções existentes, além de esforços para a prevenção da ocorrência de casos novos, sendo que, adicionalmente, é recomendável o monitoramento dos índices de mastite do rebanho ao longo do tempo. Desta forma, o descarte de vacas com mastite crônica é uma das medidas essenciais no Programa dos 6 pontos para controle de mastite, pois atua de forma a eliminar infecções existentes no rebanhos, as quais podem resultar no aumento de novas infecções nos animais sadios.

O monitoramento de vacas cronicamente infectadas pode ser feito através da CCS mensal de cada animal, assim como com o acompanhamento do número e duração dos casos clínicos. Estes animais crônicos podem apresentar elevadas CCS em meses consecutivos e podem manter uma infecção mesmo após a secagem e o novo parto. Adicionalmente, animais que não respondem ao tratamento durante a lactação por mais de 3-4 seqüências de tratamentos, e que não respondem ao tratamento de vaca seca, são candidatos ao descarte.

A idade da vaca é um fator complicador a ser considerado quanto ao descarte, visto que, à medida que aumenta a idade do animal, menor é a chance de cura de infecções causadas por S. Aureus. Vacas com mais de dois casos de mastite clínica durante uma lactação apresentam grande redução na produção de leite, além de necessitar do descarte de leite com resíduos de antibióticos até o final do período de carência, resultando em grande prejuízo. Em termos práticos, podemos resumir as principais características de vacas com mastite crônica, que podem ser selecionadas para o descarte, devendo-se ainda levar em consideração outros fatores:

* Vacas com baixa produção, na qual o volume de leite produzido não cobre nem o custo da alimentação.
* Vacas de primeira cria com produção mais de 30% menor que a média do rebanho.
* Vacas com infecções clínicas crônicas, cujos casos de mastite resultam em descarte do leite por mais de 16 dias.
* Vacas com mastite subclínica crônica, apresentando elevadas CCS por vários meses, e que, mesmo passando pelo tratamento de vaca seca, mantêm a infecção após o parto.

É necessário destacar que apenas a implantação de um agressivo programa de descarte não é garantia de um bom controle de mastite, uma vez que esta medida atua na eliminação de infecções existentes, sendo então necessária a adoção conjunta de medidas que objetivam a redução de novas infecções no rebanho.

Fonte: Guidelines to culling cows with mastitis. Virginia Tech, 1999.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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