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Controle dos fatores ambientais associados à prevenção da mastite - Parte 2

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 25/07/2006

3 MIN DE LEITURA

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Por Bruno Botaro1 e Marcos Veiga2

Mastite ocasionada por bactérias Gram positivas

Streptococcus spp.

O Streptococcus uberis é o microrganismo que está entre as causas mais comuns de mastite clínica e subclínica de rebanhos em lactação, e a principal causa de mastite entre vacas secas. Como não existe mecanismo de transmissão contagiosa dessas infecções durante o período seco, acredita-se que esses casos de mastite sejam de origem ambiental. Feno, palha e outros materiais orgânicos, assim como outros alimentos, água e pasto albergam altas contagens de S. uberis. Até o momento, mais de 5 cepas diferentes de S. uberis foram identificadas dispersas no ambiente.

Portanto, devido à sua grande disseminação no ambiente, o S. uberis, de forma semelhante à E. coli, pode ter a transmissão por via contagiosa e a partir do ambiente, pois é pouco provável que uma grande proporção de vacas de um mesmo rebanho seja infectada com a mesma cepa.

Em estudo realizado em 2005, pesquisadores relataram a predominância de uma única cepa de S. uberis isolada de animais com mastite de um único rebanho americano. Esse estudo demonstrou ainda que a cura desses casos de mastite era mais demorada que a daqueles causados por outras cepas de S. uberis, fato que os levaram a concluir que essa cepa mais agressiva tivera um tempo maior de contato com os animais do rebanho, o que pode ter levado a uma maior adaptação.

Até recentemente, o S. agalactiae era considerado o microrganismo contagioso mais característico, pois não era encontrado no ambiente e a sua transmissão acontecia estritamente de uma vaca para outra. Em 2005, alguns estudos comparativos permitiram observar que cepas de S. agalactiae que contaminam animais são diferentes daquelas que contaminam humanos.

Em casos raros, uma vaca pode ser infectada pela mesma cepa de S. agalactiae que acomete o homem, levando ao aparecimento do caso que poderia ser chamado de "mastite ambiental por S. agalactiae". Tal definição poderia ser a justificativa para casos acidentais de mastite clínica por S. agalactiae em rebanhos com contagem anual média de células somáticas no tanque menores que 150.000 células/mL.

Staphylococcus spp.

Da mesma forma que os estreptococos, o Staphylococcus aureus e outras espécies de estafilococos coagulase negativa são causas comuns de mastite. O S. aureus, microrganismo altamente contagioso e que facilmente se dissemina no rebanho, causa mastite clínica crônica com alta contagem de células somáticas, e ocasionalmente, o aparecimento de sinais de mastite clínica, como grumos no leite.

Em rebanhos com baixa CCS, nos quais a transmissão do S. aureus é bastante controlada pelo manejo adequado, a mastite causada por esse microrganismo ainda é prevalente. Nesses rebanhos, os casos de mastite por S. aureus apresentam características de mastite clínica, com grumos, de curta duração, as quais são manifestações tipicamente observadas em rebanhos acometidos por mastites ambientais.

Além disso, em 1998, um grupo de pesquisadores holandeses observou que a desinfecção irregular do estábulo ou a substituição freqüente da cama dos animais contribuíam para a maior incidência de mastite clínica por S. aureus, denotando a possibilidade de infecção pelo microrganismo por via ambiental.

Estudos para identificação do microrganismo puderam confirmar que as diferentes manifestações clínicas estavam associadas com diferentes cepas de S. aureus e que, algumas cepas estavam melhor adaptadas à glândula mamária, responsáveis pela forma mais corriqueira de mastite subclínica por S. aureus, enquanto outras aparentaram ser de origem ambiental.

O grupo dos estafilococos coagulase negativa compreende múltiplas espécies que diferem quanto à origem, à forma de transmissão e as conseqüências da infecção. Para essa categoria de microrganismos, estudos adicionais estão sendo realizados para melhor elucidar a epidemiologia e as formas para seu controle no rebanho.

A qualidade microbiológica do leite associada à mastite

É notório que a contaminação ambiental do leite reduz a qualidade da matéria-prima e dos derivados após o processamento, além de diminuir a sua vida de prateleira. Dessa forma, quando os procedimentos de ordenha são conduzidos sem higiene e com instalações e animais mal manejados, o leite produzido apresenta CBT elevada.

Além disso, a CBT do leite de tanque elevada está associada com altas contagens de bactérias causadoras de mastite nos animais. Apesar das principais causas de alta CBT no leite serem conhecidas, como limpeza deficiente dos equipamentos de ordenha e resfriamento inadequado do leite, um estudo recente mostrou que vacas com mastite também podem ser causa de alta CBT no tanque. Essa situação é particularmente importante no caso específico da mastite causada pelos estreptococos.

Um grupo de pesquisadores norte-americanos observou que a cepa predominante de S. uberis no leite do tanque estava presente nos animais do rebanho acometidos pela mastite por aquele microrganismo. Resultados similares foram observados em relação a rebanhos com altas contagens de coliformes. Portanto, o controle tanto da mastite causada por esses agentes ambientais, além de outras medidas de higiene já mencionadas, são necessárias para a melhoria da qualidade microbiológica do leite.

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1 Mestrando da FMVZ/USP
2 Médico Veterinário e professor da FMVZ/USP

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