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Como escolher o desinfetante para tetos ? - Parte 2/2

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 20/06/2002

4 MIN DE LEITURA

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Qual o melhor produto para desinfecção dos tetos ?

Esta é uma questão constantemente perguntada para pesquisadores e especialistas, veterinários e produtores. A resposta para esta questão é bastante simples. Pode ser usada qualquer formulação que tenha sido testada e que os resultados tenham comprovado cientificamente que são capazes de reduzir a ocorrência de novos casos de mastite. Atualmente, não é do nosso conhecimento que as empresas que produzem desinfetantes para tetos tenham que comprovar os resultados para registro de produtos nos órgãos competentes. Desta forma, a comprovação de que os produtos comercializados são efetivos é um ônus e dever do fabricante e não do produtor ou técnico. Sem os resultados de testes de eficácia dos desinfetantes não há como garantir a eficácia no campo.

Atualmente o Conselho Nacional de Mastite dos EUA (NMC - National Mastitis Council: www.nmconline.org), publica anualmente um relatório com todos os produtos que foram testados, utilizando protocolos reconhecidos cientificamente, o que garante tanto para os fabricantes quanto para os consumidores que o uso destes produtos está sendo realmente eficaz. A seguir é feita uma breve descrição de como são testados os produtos para desinfecção de tetos para garantir a sua eficácia.

Como determinar a capacidade desinfetante de um produto

1) Testes in vitro: pelo menos três métodos podem ser usados para a avaliação de desinfetantes in vitro. Um dos métodos utiliza o modelo de tetos incisados para avaliar a capacidade do produto desinfetante em eliminar os microrganismos da pele do teto. Este teste tem como objetivo primário avaliar, de forma rápida, se determinado produto é eficaz para uso como dipping, pois é menos caro e mais rápido que os demais métodos. De forma sintética, o método consiste em mergulhar os tetos incisados (tetos de animais abatidos) em solução com os microrganismos causadores de mastite e, posteriormente, aplicar a solução desinfetante que está sendo testada. Os tetos são então avaliados para saber qual a proporção de microrganismos que foi eliminada pelo desinfetante. Caso o produto demonstre ser efetivo neste teste, ou seja, reduza de forma significativa a população de microrganismos no teto incisado, pode-se então proceder as demais avaliações sobre eficácia na redução de novas infecções.

2) Teste de desafio experimental: normalmente estes testes devem ser conduzidos em rebanhos experimentais. Este teste avalia se o produto testado é capaz de reduzir a incidência de novas infecções intramamarias em comparação com tetos não desinfetados, quando submetidos a um desafio experimental com microrganismos causadores de mastite. Isto é realizado após a retirada do conjunto de ordenha, sendo que todos os tetos do animal são mergulhados numa solução com agentes causadores de mastite. Imediatamente apos este desafio, faz-se o uso do pós-dipping em apenas dois tetos (em diagonal, um dianteiro e outro traseiro) e deixam-se os outros dois tetos sem o uso do pós-dipping. Repete-se este procedimento por uma semana, durante a segunda ordenha e, após este período, avalia-se a taxa de novas infecções nos quartos com o uso de pós-dipping e sem o uso de pós-dipping. A eficácia do produto deve ser expressa em termos de redução porcentual dos novos casos de mastite em comparação com os quartos não submetidos ao produto.

3) Teste de exposição natural: este tipo de teste para avaliação de desinfetantes para teto somente pode ser feito em rebanhos experimentais ou rebanhos comerciais colaboradores. A diferença básica entre este teste e o do desafio experimental é que, ao invés de mergulhar os tetos em solução contendo os microrganismos causadores de mastite, os tetos são desafiados naturalmente nas condições do rebanho. Desta forma, faz-se a desinfecção dos tetos somente em dois quartos e deixam-se os outros dois quartos sem o dipping. Durante o período de um ano (para avaliar as diferenças de estações do ano) é avaliada a ocorrência de casos de mastite entre os quartos com o uso de desinfecção e sem o seu uso. Neste caso, pode-se comparar um determinado produto a ser testado em comparação com outro produto já reconhecidamente eficaz.

Qual a melhor forma de aplicação do desinfetante nos tetos ?

A forma mais convencional de aplicação do desinfetante nos tetos é pela imersão do teto na solução desinfetante. Existem vários modelos de copos de aplicação, mas os modelos que permitem que o desinfetante recircule facilitam a contaminação do produto com substâncias que podem diminuir a atividade do desinfetante. Desta forma, se o produto não for mantido limpo e trocado periodicamente, pode ocorrer o efeito inverso, que é a disseminação de microrganismos pelo desinfetante. Alguns microrganismos como Pseudomonas e Serratia podem crescer mesmo em soluções desinfetantes, mas, de forma geral, raramente são causas de casos de mastite.

Atualmente, alguns rebanhos têm como opção o uso da aplicação por spray ao invés de usar o aplicador convencional. Este procedimento pode trazer resultados satisfatórios, desde que sejam tomados cuidados para garantir que toda a superfície do teto seja coberta com o desinfetante. Geralmente, isto não é atingido com ordenhas nas quais objetiva-se reduzir o tempo de ordenha, pois os ordenhadores têm pouco tempo para cada etapa da ordenha. Sendo assim, tanto resultados práticos quanto de pesquisa indicam que a aplicação por spray pode ser eficaz, desde que realizada de forma adequada, o que nem sempre é possível. Como regra geral, deve-se observar se os tetos estão sendo totalmente cobertos com a solução desinfetante para definir se o método de aplicação está sendo adequado.

Como mensagem final, é importante dizer que a prática de desinfecção dos tetos é um das principais estratégias para manejo de ordenha visando controlar a mastite e que, para que os resultados sejam positivos, é de fundamental importância o uso de produtos que tenha eficácia comprovada em testes científicos.

Fonte: Nickerson,S.C. NMC-PDPW Milk Quality Conference, 2001.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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RAFAEL SANTOS

MOEMA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/08/2019

Não observei melhora significativa nos quadros de mastite após a adoção do pré e pós dipping. Estou utilizando uma solução de iodo para ambos, mais diluída no pré e concentrada no pós. No meu caso, vou tentar outra solução, estou abandonando já essa técnica.
JULIANO FERREIRA CANDIDO

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 09/08/2010

Professor qual a pratica mais eficaz, imergir todo o teto ou somente a ponta?

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