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Avaliação de desempenho de salas de ordenha

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 28/02/2007

3 MIN DE LEITURA

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Os sistemas de ordenha têm se tornado cada vez mais indispensáveis para a produção de leite de alta qualidade. Contudo, para um bom desempenho, além da definição das características do equipamento, deve-se planejar criteriosamente o centro de ordenha, o qual inclui a sala de ordenha, a sala de espera, a sala de leite, a sala de máquinas, o escritório, os vestiários e o almoxarifado.

Para um ótimo desempenho, o sistema de ordenha deve ser capaz de ordenhar as vacas de forma completa, rápida e sem causar danos ao animal. Isso ocorre quando temos a ordenha de tetos limpos e secos, com boa estimulação prévia para a descida do leite e a remoção das teteiras tão logo o fluxo de leite acaba. Outros fatores de grande importância para o desempenho da sala de ordenha são a forma de movimentação das vacas até a sala de espera, a facilidade de entrada e saída das vacas após a ordenha e a duração das etapas de preparação do úbere antes da ordenha (teste da caneca, pré-dipping, secagem).

A avaliação do desempenho pode auxiliar na identificação de falhas de manejo de ordenha e oportunidades de redução de custos. Para medir o desempenho da sala de ordenha podem ser usados alguns indicadores, tais como número de vacas ordenhadas/hora, vacas ordenhadas/unidade de ordenha/hora, volume de leite/hora, volume de leite/unidade de ordenha/hora, fluxo de leite e tempo de ordenha.

Vacas ordenhadas/hora: pode ser facilmente calculado fazendo-se a divisão do número total de vacas ordenhadas pela duração total da ordenha. Esse índice tem a vantagem de sua facilidade de obtenção, mesmo para salas de ordenha com pouca ou mesmo nenhum tipo de automação, sendo muito útil para o planejamento de novas instalações. É importante lembrar que devem ser incluídas nessa avaliação as vacas recém-paridas e as vacas em tratamento. Os dados de levantamentos de pesquisa apontam que salas paralelas podem ordenhar de 80 a 400 vacas/hora e as do tipo espinha de peixe de 60 a 200 vacas/hora.

Vacas ordenhadas/unidade de ordenha/hora: é obtido pela divisão das vacas ordenhadas/hora pelo número de unidades de ordenha disponíveis. Isso permite comparar o desempenho de salas de diferentes tamanhos. Esse índice é muito influenciado pelo tipo de manejo pré-ordenha, uma vez que em rebanhos com pouca ou nenhuma preparação das vacas (não realização de pré-dipping, por exemplo), ocorre aumento do desempenho da sala, mas com a possibilidade de comprometimento da quantidade de leite extraída e da saúde da glândula mamária. Estima-se que o manejo pré-ordenha possa reduzir o desempenho em cerca de 15%.

Os estudos indicam que quando é feita uma adequada preparação do úbere antes da ordenha, as salas convencionais podem ordenhar de 4,3 a 4,5 vacas/unidade/hora (duas ordenhas/dia) e de 4,8 a 4,9 vacas/unidade/hora (três ordenhas/dia). Vale lembrar que lotes de vacas com baixa produção ou em fim de lactação podem ter ordenhas mais rápidas em função da menor quantidade de leite produzida.

Volume de leite/hora: é o resultado da divisão do volume total de leite pela duração da ordenha.

Volume de leite/unidade/hora: é a divisão do total de leite pelo número de unidades de ordenha e pela duração total da ordenha. Esse índice é aumentado quando encontramos vacas de alta produção e curta duração de ordenha. Nessa situação, é avaliado o fluxo de leite ordenhado por unidade de ordenha por hora, o que também permite comparações de salas de diferentes tamanhos. Os dados de pesquisa apontam que esse é um dos melhores indicadores do desempenho de salas de ordenha, sendo que uma meta ordenha 68 kg de leite/unidade/hora para rebanhos de duas ordenhas/dia e 55 para rebanhos com três ordenha diárias.

Tempo de ordenha e fluxo médio de leite: o tempo de ordenha está diretamente relacionado com o volume de produção da vaca e com os procedimentos de estimulação pré-ordenha. Uma meta a ser obtida é ordenhar os primeiros 12,5 kg de leite em 4 minutos de ordenha efetiva. Para cada 4,5 kg de leite adicional, o tempo adicional necessário deve ser de 0,5 minutos. Esses índices não são normalmente atingidos em lotes de vacas de baixa produção. O fluxo médio de leite é obtido pela divisão da produção pela duração da ordenha efetiva, sendo que as metas recomendadas são ordenhar cerca de 3,9 kg/minuto (duas ordenhas/dia) e 3 kg/minuto para rebanhos em três ordenhas/dia.

A avaliação desses índices de desempenho permite a identificação de problemas de manejo de ordenha e de situações que necessitam de melhoria. Entre os casos mais comuns de redução do desempenho, está a demora na entrada das vacas na sala de ordenha, a dificuldade de posicionamento da vaca dentro da sala de ordenha (contenção), a preparação da vaca antes da ordenha, a saída das vacas, a mudança de lotes e os problemas de configuração de extratores de teteiras.

Fonte:

Reid e Stewart, Encontro do National Mastitis Council, p. 12-17, 2007

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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JEAN MARCELO MAUL

BALNEÁRIO CAMBORIÚ - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/03/2013

Gostei muito da matéria e da abordagem. Parabéns à todos!!!
FRANCISCO DE ASSIS LAMAR

SÃO LUÍS - MARANHÃO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/01/2009

Boa noite, Marcos.

Gostaria de estudar mais sobre salas de ordenhas, no que diz respeito a planejamento, instalações, suas medidas, equipamentos, manejo de ordenha, etc. Peço que me informe material de pesquisa, seja na internet, livros e revistas, ou outros meios de informação.

Obs: se possível, enviar para meu e-mail

Atenciosamente, Lamar
FRANCISCO AGENOR D TEIXEIRA

BARBACENA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/08/2008

Gostaria de receber sugestões quanto a sala de ordenha e equipamentos para implantação de projeto de pecuária leiteira. Utilizaremos rabanho jersey, 30 vacas, produção de 500 a 600 litros diários.

<b>Resposta do autor</b>

Prezado Francisco Agenor D Teixeira,

Obrigado pela mensagem e pela participação. Infelizmente, sem informações mais detalhadas ou mesmo sem conhecer in loco a propriedade, eu não poderia fazer sugestão sobre qual o tipo de sala de ordenha ou mesmo sobre o dimensionamento do equipamento. A minha sugestão é o senhor procure um técnico capacitado ou empresas de equipamentos de ordenha para auxiliar na escolha mais acertada.

Atenciosamente, Marcos Veiga.
WILSON MOTA DA SILVA

CURITIBA - PARANÁ

EM 27/03/2007

Tenho uma dúvida, o sistema de ordenha balde ao pé está proibido? Ou, há pervisão para que isso ocorra? Neste caso como ficarão os pequenos produtores (10,15 vacas)? Menos 1 opção?

Na verdade, se o balde ao pé está (ou será) proibido, é muita injustiça com o pequeno produtor brasileiro, sempre que o dólar está em baixa, o mercado brasileiro é inundado de leite e derivados da Argentina. E lá as coisas não são tão boas assim, ao menos para expotar para o Brasil. Entre 95 a 98, quando o real estava valorizado, laticínios compravam "leite" da Argentina, tal produto vinha da Nova Zelãndia e Austrália (na verdade soro) que lá seria para alimentar porcos. No país vizinho servia para diluir leite em pó próximo da data de vencimento, então, vendiam para o Brasil. Assim ficava muito fácil para eles concorerem com os produtores nacionais.

E se este dólar cair ainda mais? O brasileiro só poderá fornecer leite se cumprir exigências muito acima de suas possibilidades, e os argentinos colocarão em nosso mercado subproduto lácteo sem qualidade, sem nutrientes, sem concorrentes nacionais, sem ficalização sanitária ...

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Wilson,

Entendo que as suas reclamações são muito justificadas e relevantes. No entanto, em NENHUM momento os artigos mencionaram que será proibido o uso do equipamento balde ao pé ou de qualquer outro tipo de equipamento de ordenha. Até onde eu tenho conhecimento, essa informação está TOTALMENTE equivocada. Atenciosamente,

Marcos Veiga dos Santos
ARMANDO DA COSTA CARVALHO

GUARANI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/03/2007

Marcos parabéns pelo artigo. É uma maneira de avaliar se o sistema de ordenha foi bem dimensionado e se a mão-de-obra está qualificada.
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/03/2007

É isso aí, Marcos. O simples monitoramento, de acordo com as informações do seu artigo, servem como base para elucidar e desmascar uma série de problemas comuns. Obrigado pelas informações!
Abraço.
VALDAIR KLIKS

TEUTÔNIA - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 10/03/2007

Olá,

Conheço muitos produtores de leite que adquiriram sistemas canalizados de ordenha. No entanto, esses sistemas foram instalados no galpão onde os animais recebem a alimentação. Minha dúvida é se esses sistemas estão dentro das normas de funcionamento das ordenhadeiras, pois observa-se canalizações longas para leite e circulação da água, comprometendo o vácuo e a limpeza dos canos e, por consequência, a qualidade do leite.

Nesses casos, não deveriam haver punições para as empresas que instalam ordenhadeiras "fora do padrão"?

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Valdair,

Obrigado pela mensagem. Concordo totalmente que equipamentos de ordenha adaptados sem observância das normas técnicas de funcionamento de dimensionamento irão afetar qualidade (limpeza) e saúde da vaca. Hoje temos uma legislação do MAPA sobre funcionamento de equipamentos de ordenha, mas não existe nenhuma previsão de punição para empresas que não atendam as normas.

Acho que a punição deve ser, uma vez que não temos outra alternativa, via consumidor exigindo compromisso das empresas fornecedoras.

Atenciosamente,

Marcos Veiga

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