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Associação entre produção de leite no momento da secagem e ocorrência de mastite

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 08/04/2005

2 MIN DE LEITURA

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O objetivo principal do manejo das vacas no período seco é que estes animais iniciem a lactação com adequada sanidade do úbere e com reservas corporais para sustentar a produção de leite. É bom lembrar que a taxa de novas infecções intramamárias durante este período é muito maior que na lactação, sendo que os períodos mais críticos são: o imediatamente após a secagem e a lactogênese antes do parto. Diversos fatores de risco foram estudados em relação aos seus efeitos sobre a incidência de novas infecções intramamárias, entretanto a produção de leite no momento da secagem, especialmente quando se consideram níveis elevados de produção de leite, não teve a atenção necessária por parte das pesquisas.

Para tanto foi desenvolvido um estudo na Universidade de Ohio, EUA, com o objetivo de estabelecer a associação entre a produção de leite no momento da secagem e a probabilidade de novas infecções intramamárias no momento do parto. Foram avaliadas 116 lactações de 96 vacas, durante um período de 16 meses, nas quais foram registradas as produções de leite no dia anterior à secagem e o status microbiológico dos quartos no momento do parto. Considerou-se assim que um quarto estava infectado quando foi isolado um agente patogênico em duas amostras de leite coletadas após o parto e que uma vaca estava infectada se em pelo menos um dos quartos foi isolado algum agente.

Os resultados obtidos no estudo indicaram que a produção do leite no momento da secagem está significativamente associada com a ocorrência de infecções mamárias causadas por agentes ambientais no momento do parto, tanto em nível de quarto quanto de vaca. Como a produção de leite é medida na forma de produção total dos quartos, foi analisado apenas o risco ligado à vaca e não ao quarto. Desta forma, de acordo com os resultados deste estudo para cada aumento de 5 kg de produção de leite acima de 12,5 kg/dia (no momento da secagem), o risco de novas infecções intramamárias causadas por patógenos ambientais no momento do parto é aumentado em 77%. Deve-se considerar também que outros fatores podem interferir nestes resultados, tais como a CCS das vacas no momento da secagem e a utilização de tratamento de vaca seca. Neste estudo, todos os animais receberam o tratamento de vaca seca, o que significa que mesmo com o uso da terapia de vaca seca a produção de leite na secagem tem impacto sobre a ocorrência dos casos novos de mastite no pós-parto.

Os resultados indicam que quanto maior for a produção de leite no momento da secagem, maior é o risco de novas infecções intramamárias ao parto, mesmo que estes animais sejam submetidos ao tratamento de vaca seca. Podemos explicar esta situação, uma vez que após a secagem cerca de 50% dos tetos permanecem abertos (sem a formação do tampão de queratina) após sete dias da secagem e, desta maneira, podem estar mais predispostos à ocorrência de mastite. Dados de pesquisa confirmam estas observações, indicando que vacas apresentando tetos com dificuldade de fechamento (drenagem de leite pelo orifício) são quatro vezes mais propensas a desenvolver um caso de mastite clínica no período seco que os animais com tetos fechados. Portanto, vacas com altas produções de leite no momento da secagem podem ter mais dificuldade de formar o tampão de queratina que protege a glândula mamária contra a entrada de agentes causadores de mastite e, desta forma, são mais susceptíveis à mastite no período seco.

Fonte: Journal of Dairy Science, v.88, p-577-579, 2005.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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MARCIO SANTOS DE FARIAS

FEIRA DE SANTANA - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/07/2005

Um dado importante esse informado neste artigo.



Mas ficou a questão, o que fazer?



Continuamos com o tratamento no período seco ou ele se torna ineficaz nos animais de alta produção, e, portanto não se justifica?



Mais uma vez parabenizo o artigo.



Marcio Farias



<b>Resposta do autor</b>



Prezado Márcio,



Obrigado pela sua mensagem.



Em minha opinião, o artigo de pesquisa que tomamos como fonte para o nosso radar técnico confirma um ponto importante que é a relação entre produção de leite no momento da secagem e o risco de novas infecções intramamárias.



O que significa que quanto maior a produção de leite, maior o risco de infecção. Desta forma, esta é mais uma justificativa para o uso da terapia de vaca seca, pois neste caso o seu efeito protetor é potencialmente maior.



Não foi o enfoque de o artigo dizer que a terapia da vaca seca é ineficaz em vacas de alta produção. Além da terapia de vaca seca, outras técnicas podem ser aplicadas conjuntamente como o uso de selantes para tetos e uma boa higiene do ambiente no período seco.

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