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Velhas e atuais expectativas

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 28/09/2001

3 MIN DE LEITURA

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É interessante como algumas coisas se perdem no tempo, sem que haja, de forma concreta, ampla cobertura sobre o fato. Simplesmente somem do noticiário, sem mais nem menos.

Um exemplo foi a anunciada entrada da Coca Cola no mercado de leite, divulgada no final do ano passado. A empresa estaria lançando 5 produtos à base de leite, destinados à nutrição infantil. Uma empresa do porte da Coca Cola, a marca mais lembrada do mundo, certamente criaria novos nuances no mercado de lácteos, caso resolvesse de fato abarcar este novo mercado. Seria de grande auxílio para reforçar a associação entre o leite e o público jovem, um dos grandes anseios das instituições que promovem o marketing do leite, principalmente nos EUA. Até agora, excetuando-se a notícia inicial, nada de concreto aconteceu ou, pelo menos, foi noticiado.

Falando agora de Brasil, sumiu do noticiário também o mega-projeto de leite na região de Barreiras, no oeste da Bahia. Em sua fase final, o projeto teria, salvo engano, cerca de 100.000 vacas em lactação e produção anual acima de um bilhão de litros. Segundo informações publicadas, o destino da produção seria a exportação (considerando o atual momento, de excesso de oferta, ainda bem que tal iniciativa ainda não decolou, pois a perspectiva de mais 1 bilhão de litros, mesmo que para exportação, gera alguns calafrios...). Se alguém souber do paradeiro deste projeto e as razões do súbito desaparecimento do noticiário, nós agradecemos.

Também se aquietou a entrada da New Zealand Milk Products no mercado brasileiro. Após a malfadada aquisição da Vigor e boatos a respeito da Itambé, já há algum tempo não se houve falar da empresa neozelandesa por aqui. Será que o câmbio desfavorável e a aplicação da lei anti-dumping, ambos os fatores dificultando as importações, arrefeceu os ânimos da NZ ? Quem era partidário do argumento da utilização da Vigor como entreposto para importação de lácteos da Nova Zelândia, certamente aposta que sim. Ou está a empresa preparando o bote novamente, interessada no súbito aumento de competitividade que ganhamos no mercado internacional, com o dólar valendo mais de R$ 2,50 ?

Outra notícia que ficou na expectativa, pelo menos até o presente momento, foi a parceria entre a cooperativa Itambé e algum grupo estrangeiro, de grande porte. A cooperativa continua em seu vôo solo, embora as expectivas a este respeito continuem.

Com certeza há outros temas em torno dos quais grandes expectativas foram geradas e, de concreto, nada aconteceu. É claro que o fato destas expectativas não terem se confirmado não significa que (todas) elas morreram. É até possível que, no curto prazo, tenhamos novidades. Nunca se sabe. Mas, hoje, pode-se dizer que não se tornaram realidade.

É pertinente perguntar, talvez, quais das expectativas atuais do setor irão também para a gaveta. Será que a parceria da Centroleite com a Itambé terá este destino ? E a fábrica de embalagens em Santa Catarina, visando “combater” o monopólio no segmento ? Será que as CPIs do leite conseguirão apurar abusos e, mais importante, criar as condições para a correção dos desequilíbrios do mercado ? Ou tudo acabará em “pizza” (o que não é de todo mal, dizem alguns; afinal, aumentaria o consumo de queijos...).

A atuação exemplar em Goiás no que se refere ao combate a laticínios clandestinos, será que se espalhará a outros estados, de forma a coibir esta prática desleal de comércio e que gera riscos ao consumidor ?

Muito se fala, também, de organização e maior participação do produtor, o que é desejável e fundamental, como já comentado várias vezes por aqui. Será que vamos ficar na expectativa, ou teremos, de fato, mobilização suficiente para termos implantada a chamada “organização de base”?

Ia me esquecendo do PNMQL, a nova legislação que, sobre a qual, a cada mês, noticia-se que entrará em vigor no mês seguinte ... Embora esteja sempre no noticiário, a legislação ainda não deu as caras para valer. Já há quem pergunte: será que será de fato aprovada?

Estas são algumas das – grandes - expectativas que o setor atualmente vive. Talvez daqui há um ano nós venhamos a comentá-las neste espaço, identificando as que viraram realidade e as que ficaram na expectativa. Por enquanto, nos resta acompanhar o desenrolar dos fatos, cada um alimentando suas expectativas!

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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