Possíveis efeitos do crescimento da cana-de-açúcar na produção de leite |
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.
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RENATO CALIXTO SALIBABRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE EM 09/05/2008
Dr. Marcelo se muitos produtores de leite passarem a produzir cana para a usina de etanol o preço poderá cair e como muitos produtores de leite vão sair da atividade, logo poderá faltar leite e a lei da oferta e procura irá regular o mercado, portanto acho que a principio, a produção de cana para a fabricação de etanol poderá ser um bom negócio, só que os produtores poderão estar caindo na mão de um novo cartel. O que me preocupa é que os produtores de leite são bons no que fazem e já passam o maior sufoco, imagine entrar num negócio em que ele dependerá totalmente da usina, se ela quebrar e a terra do produtor estiver cheia de cana como ele irá reformar e transformar tudo em pasto de novo? Na minha opinião seria o ideal que pudesse ser feito um trabalho em que o produtor de leite pudesse arrendar partes da sua terra para os usineiros e com os resíduos e/ou cana fresca alimentar o seu gado de leite onde o produtor teria duas fontes de renda e uma atividade complementaria a outra e o produtor teria uma alternativa viável, o senhor não acha?
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THIAGO AFONSO DE OLIVEIRAUBERABA - MINAS GERAIS EM 17/04/2007
Caro Marcelo,
Gostaria de parabeniza-lo pelo artigo que gerou um debate riquíssimo, ao meu ver, sobre a polêmica que está sendo gerada em relação ao aumento das áreas de cana-de-açúcar x prudução de leite (nao só de leite, mas também de outras atividades pecuárias e outras culturas). Além de ser neto de pequenos produtores de leite, faço o curso de Gestão de Agronegocios na UNIUBE e acho muito interessante esses assuntos que causam "debates", pois assim o ganho com informações é bem maior, porque estão aqui comentários e opniões de produtores que estão na atividade há anos, e de produtores que estão iniciando. Analisa-se assim o ponto de vista e a situação de cada um, mostrando a realidade dos produtores do Brasil. Parabenizo a MilkPoint por nos proporcionar este espaço. Parabéns, Marcelo, e parabéns aos heróis do leite. Abraço e sorte pra todos. |
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ALEXANDRE PIMENTEL RÔACURITIBA - PARANÁ - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 13/04/2007
Prezados leitores
A discussão em pauta refere-se, na minha opinião à tecnificação do campo, onde o produtor (seja de leite, cana, soja, carne ou outros) bem sucedido é aquele que busca a profissionalização no setor em que atua, gerenciando e atuando de forma competente na sua "empresa". Portanto, como é de praxe, os bons produtores sabem a viabilidade do seu negócio, não se deixando envolver por modismos, e sim por propostas concretas. |
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IRINALDO DE LIMAREGENTE FEIJÓ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 12/04/2007
Caro Marcelo,
Entendo que o pequeno produtor de leite tende a continuar produzindo o leite. As índustrias brevemente irão apresentar propostas de tecnificação e apoio a estes produtores, pois os grandes produtores localizados nas áreas de plantio de cana tendem a migrar de atividade. Os estados do Sul devem se tornar os maiores produtores de leite do Brasil devido ao clima e a um processo de "reforma agrária" sucessória que já ocorreu nestes estados, existindo hoje uma grande quantidade de pequenos imóveis rurais. |
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JOSÉ RICARDO VILKASANGATUBA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 09/04/2007
Muito bom seu comentário sobre a cana e leite. Estou no meio desta "confusão". estamos localizados em Angatuba, vizinha de Itapetininga, onde já tem usina, e próximo a Itaí, onde também tem outra e vai ser construida mais algumas.
Realmente a cana está na porteira da fazenda. Em 2005, gastei dinheiro, tempo e noites de sono para comprar um pivô para poder incrementar a comida do meu rebanho leiteiro. Agora vejo vizinhos já estruturados há anos com irrigação, arrendarem suas terras para a cana. Da noite para o dia foram retirados os pivôs, arado tudo e agora verdeja a cana. Onde existia plantio de grama para campos de futebol e jardins, agora se vê cana! Porém, nesta imensidão de fazendas que se viraram para cana, poucas é que eram de leite, ou parcialmente leite. Até o momento não soube ou vi alguma propriedade leiteira profissional mudar para a cana. Por quê? Penso que o Sr. Marcelo está certo em dizer que onde há produtividade e profissionalismo isto não ocorrerá. Pelo momento ainda não senti atração pela cana, pois posso tirar de minhas vacas mais do que a cana! |
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FABIO GOMES DE SOUZABARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 08/04/2007
Hoje muitos pecuaristas falam em etanol, em parar com a produtividade leiteira e investir em plantio de cana-de-açúcar. Pode dar certo ou não. Acho que o Governo deveria dar mais valor aos produtores de leite, dando a eles mais incentivo, e também incentivar o povo brasileiro a consumir mais os produtos lácteos com campanhas de nossa matéria-prima.
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MILTON SHIGUEO SATOREGENTE FEIJÓ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 02/04/2007
Quando se fala que o álcool é uma fonte de energia limpa, parece que esquecem o desmatamento feito pelas usinas, que enterram as árvores com o intuito de esconder o feito, poluem os rios com vinhaça, não dão as mínimas condições de trabalho aos cortadores de cana, sem falar nas queimadas. Mesmo assim continuam a dizer que é uma fonte de energia limpa.
Acredito que futuramente pode ser considerado uma fonte de energia limpa, mas, por enquanto é uma cultura que está devastando como outra qualquer. |
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UBIRAJARA DIAS DA SILVASÃO BERNARDO DO CAMPO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 02/04/2007
Importaremos o leite! Não é simples? Até hoje eu não vi o Governo fazer grandes coisas pelo setor lácteo, ninguém obriga a adicionar leite em lugar algum, e pelo que eu saiba, também não vi nenhum acordo internacional tratando de leite em que o Governo estivesse envolvido.
Vamos cuidar da monocultura, para que pensar em outras culturas se a cana é a vedete do momento? Vamos beber, comer e respirar cana até que não sobre mais nada. |
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MARCO GODINHO DIBPASSOS - MINAS GERAIS - ESTUDANTE EM 01/04/2007
O ponto principal dessa discussão sobre cana-de-açucar e produção leiteira seria, na minha opinião, não a competição entre esses setores, mas sim a integração entre eles. Já que até hoje não sabemos qual será o destino dos resíduos desta indústria no futuro, como a vinhaça, por exemplo, ou mesmo a produção de melaço, muito usada na nutrição animal nos EUA.
Por isso, cada vez mais a profissionalização e a implatação de novas técnicas e tecnologias são necessárias no setor pecuário brasileiro, e no setor agroindustrial. Marco Godinho Dib Estudante de Zootecnia Passos - MG |
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RUY CESAR PADULAARAÇATUBA - SÃO PAULO EM 01/04/2007
Dados nos mostram que áreas ainda serão ocupadas com cana. Em 1995, a atividade canavieira produzia 103 toneladas por hectare e hoje são 165 toneladas/ha - 62% de acréscimo.
Produtores de leite, tínhamos no ano de 1977 3,5 litros por animal. Se passaram 30 anos, e temos 4 litros por animal - 12,5 % de aumento (me refero à região de Araçatuba-SP). Porém, existem aqueles com média muito superior a 20 ou 30 litros/animal/dia. Estes, se conhecerem o custo de produção, tiverem um trabalho zootécnico muito bem tabulado e um programa sanitário eficiente, não trocam esta atividade por nada. Não será desativada planta alguma de laticínios, a não ser por outro motivo, mas pela área plantada em cana jamais. Temos que lembrar que granelização permite você comprar leite a distância (spot). |
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MARTINHO MELLO DE OLIVEIRAPARANAÍBA - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE EM 01/04/2007
Acho extremamente importante essa discussão mais ampla, com todos os setores envolvidos, produtores de leite, cana, arrendatários, laticínio, usina e governo, no sentido de conciliar a produção tradicional de uma região com a produção de cana, evitando a monocultura.
Assim poderíamos evitar problemas no futuro, como desemprego com suas consequências e desabastecimento de algum alimento com o aumento da inflação. Seriam medidas para o Brasil ser o maior produtor de etanol do mundo, mas também o maior produtor de carne, leite, grãos, e enfim o maior produtor de alimentos do mundo. |
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ELMO PROCOPIO DE SOUZAEM 31/03/2007
Parabenizo o Dr. Marcelo Pereira, por este artigo com referência ao etanol. Com certeza será uma busca desenfreada ao plantio da cana, acredito que os produtores de leite com menos experiência no ramo e os produtores que não tiverem condições de associar uma coisa à outra - "leite e cana" -, irão abandonar o leite, optando pelo plantio da cana.
E, isto acontencendo, será a grande chance dos "experts" em produção de leite se reestruturar ainda mais. Eu ainda nem comecei na produção de leite, é o meu sonho, que em breve, talvez neste ano, iniciarei. Ainda estou nos Estados Unidos ralando para que este sonho se torne realidade. Estou há sete anos aqui e, então, estou desambientado no assunto. Mas resolvi comentar, desculpe-me se estou dizendo alguma bobagem. Abraços. |
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AILTON CÉSAR BARBOSASÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 31/03/2007
Será que haverá mercado para tanto álcool que as indústrias pretendem produzir? Pelas perspectivas de investimento por parte dos usineiros, vamos "nadar" em álcool por aí. Será que vamos pagar tão barato pelo litro de álcool, como as indústrias de laticínios pagam pelo litro de leite?
É muito vergonhoso para um povo trocar áreas ricas em produção de alimentos - especialmente o leite - por combustível de carro. O que mais impressiona é que o país importa petróleo, para mover a frota - inclusive os luxuosos veículos dos usineiros - de máquinas (tratores, caminhões, colheitadeiras, plantadeiras etc.) das usinas. É, vamos esperar para ver no que isto vai dar. |
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OZIMAR MIRANDA RÊGOSÃO LUÍS - MARANHÃO - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 31/03/2007
Enquanto o planeta inteiro precisa de florestas para absorver o CO2 que é lançado ininterruptamente na atmosfera, o Governo, com a ganância dos dólares, incentiva o desmatamento para o plantio de cana. Entenda.
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FERNANDO ANTONIO DE AZEVEDO REISITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 31/03/2007
Marcelo,
Tenho algumas ponderações, que a cana cresce num ritmo forte, não temos dúvida, exclusivamente em regiões de boa topografia para mecanização. Mas considerando que Minas Gerais representam quase 30% da produção nacional de leite, e com boa parte deste produzido em regiões montanhosas, como boa parte do sul de Minas e zona da mata, e sendo que os três estados do Sul (SC, PR, RS) representam outros quase 30% da produção nacional, vejo que quase 60% da produção não esteja concorrendo diretamente com a cana. Caso nas regiões onde a cana avança diminua a produção de leite, pois muitos produtores de leite não conseguem obter igual rendimento da cana por hectare, que mudem de atividade, e boa sorte a eles e sorte deles de terem opção. Se todos os que não conseguem uma eficiência mudarem de atividade, talvez até melhore para quem realmente já produza com lucro; ainda existe muita gente subsidiando o leite com renda de outra atividade. Não consigo enxergar a cana como vilão para o produtor de leite, pode até ser uma solução. |
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RENATO FONSECABELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 31/03/2007
Prezado Marcelo,
Quando leio que a produção de leite pode remunerar o produtor com um lucro de R$ 0,10 por litro, sinceramente me pergunto de que país vocês estão falando. Eu não sou nem muito burro e nem tão ineficiente no meu negócio e opero com prejuízo, repito, prejuízo. E todos os produtores de leite que conheço também operam com prejuízo, há pelo menos dois anos. Em que planeta vocês habitam? Desculpe-me pela indelicadeza, mas a quem vcs querem fazer de bobo nessa história? <b>Resposta do autor:</b> Caro Renato, Obrigado pelos comentários. Não temos objetivo de fazer ninguém de bobo. O artigo coloca claramente os desafios que a atividade leiteira têm frente ao avanço da cana. Coloca que uma atividade que remunera bem, com baixo risco e trabalho, tende a empurrar o leite para as áreas marginais, ou áreas de fronteiras. Essa foi a tônica do artigo e, nesse ponto, acredito que estamos falando a mesma língua e do mesmo país. Lamento que você tenha utilizado e retirado de contexto um trecho que empreguei justamente para embasar o raciocínio acima, com o intuito aparente de descaracterizar o artigo. Disse, no texto, que não é impossível, mas sem dúvida difícil, ter a mesma rentabilidade da cana com o leite. Sustento que existem produtores, seja pela região em que estão, seja pelo tipo de sistema de produção, seja por gestão acima da média ou outra razão, que possuem essa condição, embora reconheça que são minoria, o que novamente remete ao argumento central do artigo. Atenciosamente, Marcelo P. Carvalho |
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JOSÉ GERALDO PEREIRA PINTOCAXAMBU - MINAS GERAIS EM 31/03/2007
Parabéns pelo artigo, Dr. Marcelo.
Só espero que esse novo "Ciclo da Cana" seja realmente promissor, que dê ao Brasil o destaque mundial que merecemos oferecendo empregos e divisas ao nosso povo sem estrangular outras atividades, principalmente a agropecuária. |
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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCOJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 31/03/2007
Prezado Marcelo,
Entendo que vai haver um deslocamento da atividade leiteira do Brasil, retornando a mesma para lugares antes tradicionais, como a Zona da Mata e o Sul de Minas Gerais, que, outrora, já foram grandes bacias leiteiras nacionais. Lugares alienígenas, antes habitados por gado de corte e, agora, também, pelo leiteiro, como aconteceu com a região do Triângulo Mineiro, até mesmo por questões de logística, voltarão a ser destinados ao setor primitivo. E neles haverá a implantação dos projetos maiores de cana-de-açúcar, ainda que por questões topográficas, já que as condições de relevo acidentado impedirão a mecanização das culturas canavieiras naquela gleba sul-mineira acima citada, ao contrário da região de Uberlândia e Uberaba, cuja a planura dos terrenos facilita a utilização de maquinário (os mapas de seu artigo demonstram muito claramente este fenômeno). Quanto às plantas de laticínios recém-implantadas nestes últimos locais, houve, em meu entender, erro de interpretação das reais possibilidades das áreas e a tendência é que paguem pelos mesmos, ou com o encarecimento do produto ou com o fechamento das fábricas. Mas, no fundo de meu coração, ainda acho que este "boom" da cana-de-açúcar não passa de fase, tal como já aconteceu com outras culturas, como a soja, no passado e o milho, mais recentemente, por exemplo. Logo a normalidade estará presente ao setor. GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO |
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MARIUS CORNÉLIS BRONKHORSTARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE EM 31/03/2007
Prezados leitores,
Estou na atividade leiteira há 25 anos, exclusivo, pois tudo que produzimos é para a transformação em leite. Também já vi muitos produtores pularem como macacos de galho em galho - entram na atividade quando está bom e promisor, e quando está na hora de começar a ganhar, o lucro ou ganho não é o esperado! Todas as atividades têm seu custo de implantação, o seu retorno depende. Por exemplo, cana é anual, então seu retorno é mais demorado. Estamos no norte do Paraná, a cana está perto mas não ameaça. Quanto à atividade leiteira, está crescendo gradativamente, e quem mais cresce é o grande agricultor que vem investindo no setor, pois lhe traz renda mensal e garantida, mesmo com oscilações de volume e preço. O que quero dizer é que só fica na sua atividade por longo prazo o profisional, seja ele produtor de cana, leite, soja, gado de corte etc. E com certesa haverá ocilações de oferta e procura, mas isto com certeza acomoda ou aquece o mercado, e com isto, haverá troca de atividade. Mas a longo prazo, o profisional permanece onde está, produzindo o que sabe e gosta de fazer. |
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