ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

O velho protecionismo que o leite já conhece

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 17/02/2009

5 MIN DE LEITURA

16
0
A onda protecionista que parece acometer vários países e setores da economia mundial não poderia deixar de afetar aquele que é o produto mais sensível do agronegócio mundial: o leite. Após 2 anos de aparente mudança de paradigma, um sonhado sinal de novos tempos, a União Europeia volta com seus subsídios à exportação, gerando protestos e resgatando a necessária pauta de combate às distorções. Os Estados Unidos, vivenciando os piores preços de leite desde 1978 e a pior relação de troca em décadas, acionou o mecanismo de aquisição de leite para estocagem e voltará também com o DEIP, o programa de exportações subsidiadas.

O problema se agrava pelos motivos de sempre: é impossível competir com o tesouro da União Europeia e dos Estados Unidos. Dessa forma, os produtores de países em desenvolvimento ou países que estruturalmente não têm subsídios (Nova Zelândia e Austrália), têm de lidar com preços ainda mais baixos em função dessa ajuda artificial que distorce o mercado, o que ocorre por vários motivos.

Primeiro, o subsídio à exportação faz com que a real situação de mercado (oferta e demanda) não seja totalmente assimilada pelos produtores e indústrias exportadoras destes países, que acabam recebendo valores acima dos vigentes no mercado internacional. Com isso, uma benéfica sinalização para redução da produção não acontece, ou pelo menos não na intensidade necessária para que haja uma rápida correção do mercado. Segundo, em um primeiro momento força os preços do mercado internacional mais para baixo ainda, ao viabilizar o escoamento artificial de uma produção que não teria como ser exportada. Terceiro, atrapalha o desenvolvimento da atividade nos países que são competitivos.

Vale dizer que a prática da União Europeia não é ilegal do ponto de vista comercial, de acordo com as normas da OMC. Também, o fato dos subsídios à exportação estarem até então zerados não significava que haviam sido eliminados. Ocorre que, com os preços elevados no mercado internacional, eles simplesmente não eram necessários: a União Europeia poderia exportar mesmo com altos custos de produção, pois o mercado externo remunerava até a ineficiência crônica.

A questão de curto prazo é até que ponto vai haver uma escalada de subsídios a exportação, voltando aos níveis históricos. A questão de fundo é se o projeto de eliminar os subsídios à exportação em 2013 continuará vigente. Pelas reações, fica evidente que o produtor europeu não está preparado para lidar com o fim definitivo da ajuda às exportações, isso sem falar no subsídio direto, dado para cada produtor, que continua firme e forte. O que a Comissária de Agricultura fará se, no momento de eliminar os subsídios definitivamente, como ela mesmo já anunciou que defende, os preços estiverem lá embaixo? Simplesmente deixará os produtores menos eficientes saírem do negócio? É pagar para ver, mas acho pouco provável.

A ajuda oficial aos bancos, sob a ameaça de quebra geral da ordem econômica mundial, é emprestada de forma oportunista para justificar a maior intervenção nos lácteos, historicamente já conhecidos pelo alto grau de apoio na maior parte dos países desenvolvidos. Se os bancos podem receber bilhões, porque os produtores locais também não podem ficar com seu quinhão? Sob a alegação de palavras mágicas em momentos de crise, como "rede de proteção", "estabilização do mercado interno", "segurança alimentar", "garantia de empregos" e "fomento à indústria local", a aplicação de subsídios volta com uma força que estava esquecida, o que é perigoso tanto para o caminho em direção ao livre comércio e a globalização, como para a própria recuperação da economia mundial. Na crise de 30, nos EUA, medidas protecionistas geraram retaliação e no final dificultaram ainda mais a saída do fundo do poço. Por isso, o "Buy American" incluído no pacote de ajuda dos Estados Unidos é visto com crítica por muita gente.

A revista The Economist, em sua edição de 7 de fevereiro, coloca que o "Nacionalismo Econômico", que já havia sido enterrado, "ressurge, vindo diretamente do período mais escuro da história moderna, transformando a crise econômica em crise política. A revista vai mais longe: "o comércio encoraja especialização, traz prosperidade. Os mercados globais de capital, com todos os seus defeitos, alocam dinheiro mais eficientemente do que os mercados locais. A cooperação econômica encoraja a confiança e aumenta a segurança. A economia globalizada está sob ameaça".

A revista ainda alerta que "o comércio internacional deve cair pela primeira vez desde 1982. Os investimentos privados para países emergentes devem cair para US$ 165 bi, de um pico de US$ 929 bi em 2007". Sobre o "Buy American", a Economist diz: "haverá retaliação de outros países e, com isso, empregos serão eliminados nas empresas exportadoras. E a mensagem política é a pior possível". Logicamente, a Economist tem sua visão e sua ideologia, mas o argumento deles é que, em um momento de pânico global, pode-se optar por medidas que piorarão a situação no médio prazo. Gosto muito da frase: "Nunca tome decisões importantes depois de um dia muito bom ou muito ruim". Talvez essa frase se aplique a esse momento.

Na briga pela justificativa da aplicação de subsídios, os argumentos variam desde os que alegam que, caso os preços fiquem abaixo dos custos, os produtores não têm como sobreviver (curiosamente, por aqui também ocorre isso), sendo os subsídios necessários; até os mais sofisticados, que dizem que os baixos preços no mercado internacional ajudam os consumidores dos países mais pobres, que conseguem comprar lácteos a preços menores. É uma espécie de ajuda humanitária, porém feita em parte com o dinheiro de quem não foi consultado ou que não pode pagar. Sem dúvida, preços mais baixos estimulam a demanda (e desestimulam a oferta), mas se forem mantidos através dos subsídios, o efeito na oferta é mais lento, ou inexistente, como mostrou o próprio excedente estrutural de leite da União Europeia ao longo de décadas de subsídios. Existem também os mais caras-de-pau, que argumentam que, como os preços de ajuda à exportação, bem como os preços internos da Europa, são publicados na imprensa, os países concorrentes podem calcular o valor de suas ofertas!

Há quem diga que os velhos tempos não voltarão. Não há mais espaço para a retomada maciça dos subsídios à exportação. É possível, mas também não se esperava um pacote protecionista com retrocessos do tipo "Buy American" nos EUA. Na dúvida, é preciso vigiar e acionar os mecanismos possíveis para evitar que os efeitos recaiam sobre a produção brasileira. Ou retaliar.

Essa preocupação é real especialmente em um ano em que o Brasil já começa importando quantidades muito grandes de leite, isso em pleno janeiro, mês que costuma apresentar recordes de produção.



PS: complemento pós-publicação: recebi esse gráfico mostrando os níveis de subsídios ao leite em pó desnatado. Vê-se que os valores atualmente aplicados são modestos, enquanto os preços praticados no mercado internacional são equivalentes aos valores vigentes na época em que os subsídios eram bem maiores. Fica a pergunta: será que vai haver nova escalada de subsídios? Porque, se os subsídios próximos a 900 euros por tonelada eram necessários no passado para viabilizar as exportações, hoje os valores não são ainda suficientes para dar competitividade a União Europeia. Aliás, falta muito ainda.

Clique na imagem para ampliá-la.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

16

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

PEDRO MARCOS TORRES

SANTOS DUMONT - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/03/2009

Bom dia, boa tarde e boa noite a todos.

Sabem o que o nosso querido Presidente está querendo? Ele simplesmente esta querendo aumentar o numero de beneficiarios das bolsas de esmola, ou talvez como disseram anteriormente, bolsas eleitoreiras.

È isto que está acontecendo com o produtor de leite, vendendo as suas vacas para sobreviver, depois será obrigado a ir para as filas de banco receber a tal bolsa do governo, e por fim bajular políticos corruptos em troca de migalhas para matar a fome.
MARCOS JOSÉ REZENDE

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 06/03/2009

Bom dia Marcelo;

Excelente matéria.

Eu gostaria de lembrar que esta importação desenfreada que esta ocorrendo agora, esta parecendo muito com os anos de 1997 a 2000 onde a pecuária leiteira do estado de São Paulo quase acabou.

A dois anos atrás quando viviamos um bom momento no setor do leite com o produtor recebendo perto de R$ 1,00 o presidente Lula se disse preocupado com o preço do leite, pois a população de baixa renda teria dificuldade em comprar o produto. Hoje com o preço que os produtres estão recebendo ele não faz nada. Se pelo menos fosse colocado uma aliquota maior sobre a importação ajudaria muito, estaria defendendo os produtores (Reserva de mercado). O governo não precisa ajudar, é só não atrapalhar. Produtor de leite não precisa de esmola, todos são muito trabalhadores.
KLEBER DE FARIA

IPAMERI - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/02/2009

Não acredito que o novo presidente dos EUA consiga acabar com o protencionismo, bem como os países europeus, pois eles só conseguiram chegar no lugar de maiores e mais ricos devido a força do protencionismo de suas economias e ao fato de sugarem e explorarem o que podem de países em desenvolvimento e capazes de crecer como o Brasil. Concordo com você Rodrigo (Carmo do Rio Claro - MG.) O segmento de leite só crecerá e junto com ele o Brasil se nosso governo conseguir enxergar que é hora de usarmos as mesmas estratégias dos países ricos: fazer protencionismo e lutar com eles de igual para igual.
JOÃO FRANCISCO S. VAZ

PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 25/02/2009

Prezado Autor,
Cumprimentos pelo artigo. O que pude concluir é que "cada um luta com as armas que tem"! O que a Comunidade Europeia e Estados Unidos estão re-editando, é um mecanismo muito conhecido no agronegócio chamado: Subsídio.

É natural que fiquemos preocupados com isso, já que o Brasil é um país que vem evoluindo em volume e produtividade, tanto é que a partir de 2007 começou a chamar atenção dos concorrentes, como exportador de lácteos. E certamente, não tem condições e nem intenção de subsidiar seus produtores (pelo menos que eu saiba). Fica a preocupação para nós do Rio Grande do Sul, que recebemos grandes investimentos em Plantas beneficiadoras de leite, apostando no aquecimento do mercado externo e preços internacionais em alta, ou pelo menos firmes. O que farão estas grandes Empresas, manterão seus projetos? E nossos Produtores, como ficarão? Seguirão investindo na atividade?

Questões difíceis de serem avaliadas!
Abraço, João Francisco.
MIGUEL HADDAD

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/02/2009

Olá Amigo Marcelo,

Tudo bom com você?

Estamos vivenciando uma época em que quase todo dias nossos jornais locais trazem noticias alarmantes. E hoje ao ler seu artigo novamente fico preocupado. Até onde esta turbulência nos afetará? Os subsídios assustam pelo fato de que outros países estão preparados para que, mesmo temporariamente, matenham uma certa tranquilidade para o setor mais sensível da cadeia produtiva. Por um outro lado, os efeitos colaterais, com a baixa forçada dos preços do mercado internacional como um todo, fazem com que nossos produtores fiquem a mercê do mercado uma vez que não sabem o custo real de produção. Se acontecer de o leite ser pago mais barato do que custa então, a agonia vai ser plena e constante.

Mais uma vez todo um trabalho desenvolvido nos últimos anos pelas diversas instituições, tanto particulares como governamentais, estarão em descrédito, serão criticadas até que o mercado reaja novamente e que tirar leite vire o melhor negócio do mundo!

Pessoalmente acho que devemos ficar atentos ao mercado global, porém não podemos parar com o trabalho existente para fortalecimento de nossos produtores seja lá quem estiver por trás (SEBRAE, EMBRAPA, COOPERATIVAS, SENAR, Publicações diversas). Só com este trabalho que é aberto a todos, mas poucos o procuram e usam é que acredito em um fortalecimento de nossa cadeia produtiva nacional. Existem subsídios a eles? Nós também temos. Não em dinheiro, mas em trabalhos sérios e com alicerces bem fortes. E que desta forma a crise seja atenuada e que fiquemos alertas.

No mais, abraços e até uma próxima.

Miguel Haddad
L. FERREIRA DE AGUIAR

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/02/2009

Prezado Sr. Marcelo.

Nenhum governo do primeiro mundo quer ver suas cidades cheias de gente desempregada, o aumento da criminalidade ou o subemprego e vão fazer de tudo para minimizar seus problemas sociais. O subsídio dado aos exportadores de leite na Europa e Estados Unidos apenas agrava os problemas que o produtor brasileiro hoje está enfrentando. Existem outros muito mais sérios e de difícil solução.

O subsidio aos produtores nos países desenvolvidos nunca deixou de existir. A União Europeia praticamente dobrou de tamanho e isso certamente será um fator prejudicial aos países em desenvolvimento, que não tem condições econômicas ou vontade política para subsidiar seus produtores. No Brasil se houvesse vontade política, a crise por que passamos hoje seria bastante aliviada com medidas simples e de resultado imediato. Se existe dinheiro para manter programas para garantir a re-eleição dos atuais partidos que governam o Brasil, como o PAC e as bolsas esmola, e para garantir os lucros do sistema bancário, por que não fazer um plano do tipo "american buy", um comprar produtos brasileiros? Por que não responder aos países ricos com a mesma moeda?

Lembro na década de setenta, que para alavancar o desenvolvimento da agropecuária, no Banco do Brasil, que era de fato um banco de fomento ao desenvolvimento agropecuário, existiam muitas linhas de crédito a juros compatíveis com a atividade. Uma das linhas de crédito que deixou boas lembranças foi a de retenção de crias, que era simplesmente emprestar dinheiro para o criador para que esse não vendesse suas matrizes e assim tivesse condições de continuar na atividade fazendo limpezas de pastagens, o que hoje é crime, mantendo seu negócio e criando empregos. Com a crise por que passa o setor leiteiro e os graves problemas que estão prejudicando o agricultor, como o malfadado e injusto Código Florestal e a outorga para uso dos recursos hídricos, a atividade agrícola no Brasil ou vai ficar nas mãos da agricultura empresarial ou do governo e seus movimentos sociais, onde impera as bolsas esmola e o paternalismo (a compra legalizada de votos).

Os altos custos de produção e os baixos preços pagos aos produtores de leite estão fazendo com que estes simplesmente deixem de ordenhar suas vacas e muitas indo para os frigoríficos. Muitos proprietários rurais estão desesperados, pois no passado compraram terras sem reserva legal ou receberam uma herança e ficaram com área sem reserva florestal e hoje veem como única saída se livrarem o mais rápido possível dessas terras, pois o Ministério Público e a Policia Ambiental já estão aplicando pesadas multas. Qual vai ser o fim dessa história não consigo imaginar. E tenho certeza que a culpa por nossas dificuldades não será do protecionismo dos governos de primeiro mundo a seus produtores rurais, mas da demagogia e incompetência de nossos atuais governantes.

O que podemos fazer é pressionar nossos representantes na Câmara e no Senado para que criem coragem e façam alguma coisa para consertar os erros cometidos por pessoas que não conhecem a realidade dos campos brasileiros e só se preocupam com as próximas eleições.

Lucas Ferreira de Aguiar.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/02/2009

Prezado Marcelo: este assunto só vai ser silenciado no dia em que - como venho dizendo à exaustão - pararmos de agredir aos países desenvolvidos por darem subsídios aos seus cidadãos e começarmos a cobrar, do barbudo presidente que nos "dirige" (?) e de seus vários e políticos "ministros" (?), que aqueles (os subsídios) sejam, também, destinados ao produtor de leite tupiniquim. De nada nos vale ficar chorando porque o companheiro americano, para produzir o lácteo fruto, recebe incentivo financeiro de seu país, se não nos valorizamos a ponto de achar que nós, de igual forma, também merecemos ver destinada a nossos cofres esta grande benesse. É como se fossemos a raposa da fábula, a desejar a uva maravilhosa e a desdenhar a vontade de comê-la, porque inatingível.

Prezado Luciano, não é com o "fundo do poço" que devemos nos preocupar, mas sim, com o que virá de sua boca. Se viesse subsídio, estaríamos salvos e livres da desleal concorrência internacional. Mas, no entanto, o que geralmente cai sobre nós é o descrédito, a vergonha, a dificuldade financeira e, pior ainda, a sensação de que fazemos o papel de idiotas, mantendo a balança comercial em alta e ajudando nas festas do "Planalto", onde, certamente, o copo de leite sequer sonha em chegar. Estamos todos cansados, reconheço, mas eu, ainda desiludido ao ver que, mais uma vez, nossa categoria insiste em chorar pelo que não tem, ao invés de lutar para conseguí-lo.

O "sucateamento do nosso setor", caro Rodrigo, já está evidente e, há anos, corroi a força produtiva de nossa gente. O que mais dizer ante o fato de que lemos, no setor, sempre o mesmo jornal, amarelado e gasto, que anuncia, há diversos lustros, que o produtor de leite paga para produzir? Tomar uma atitude - que não seja a famosa cachaça assim batizada - firme e consciente, se quisermos parar de ouvir a mesma missa, rezada em uma igreja sempre cheia de fiéis descamisados e de pés no chão. Parabéns, Marcelo, por mais esta valorosa análise.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
RODRIGO CARVALHO ROLLIM

CARMO DO RIO CLARO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/02/2009

É hora de fazer protecionsmo no Brasil para evitar sucateamento do nosso setor. Abram os olhos àqueles que governam.
LUCIANO PAIVA NOGUEIRA

SETE LAGOAS - MINAS GERAIS

EM 18/02/2009

Em suma: ainda não chegamos ao fundo do poço! E inexiste uma sinalização sequer do nosso governo quanto à reação do Brasil às ações dos países desenvolvidos. Permitir este volume de importações no atual momento da cadeia do leite no país é simplesmente dizer: "Eu não me importo se houver a extinção da produçao de leite no país".
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/02/2009

Marcelo, bom dia.
Concordo que é dificil competir com o Tesouro do Primeiro Mundo. Mas existem mecanismos de defesa, voce sabe. O que falta é agilidade das nossas entidades para propor soluções que nos protejam. O governo precisa ser acionado; sendo acionado, e com bom senso, eles entenderão as nossas dificuldades.
Sou otimista?
MARCELO PEDROSA DE RESENDE

MOCOCA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/02/2009

Não é novidade. Protecionismos e subsídios são inerentes ao capiatlismo monopolista, aprofundando dessa maneira ainda mais as diferenças entre os ricos e pobres. A questão é estrutural e não conjuntural. O que é mais preocupante é a impressão que só fazer a lição de casa não basta. A persistência sem dúvida deve ser a maior qualidade de um produtor de leite.

Abraços.
REGIS JOSÉ DE CARVALHO

CARMO DO RIO CLARO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/02/2009

Boa noite Marcelo.

Pelo andar da carruagem este ano vai ser mesmo de atentar para as tomadas de decisões. Com estas notícias de aumento de importações e subsídio às exportações pelos países ricos, o nosso problema deve aumentar. Como você sabe muito bem, com estes custos está muito difícil a situação da produção de leite, seja ela intensiva ou não. Já não está mais a reclamação por reclamar, é real mesmo o nosso empobrecimento. O que acho pior é que não vejo nenhuma autoridade do setor tentar aletar de fato nossos governantes sobre o assunto, depois que o estrago já foi feito é que tomarão as decisões, aí as empresas já fizeram todo o estoque e nosso produto sendo pago muito baixo. Não sei se estou sendo muito pessimista mas é o que estou vendo neste momento.

Abraço. Régis J. Carvalho
BEATRIZ TATIANA QUIRINO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 17/02/2009

Parabéns pela matéria Marcelo, muito interessante e esclarecedora. Mas, na minha modesta opinião, o Brasil deveria parar de importar produtos que temos em grande oferta aqui dentro, como o que vem ocorrendo, empresas brasileiras trazendo leite em pó da Argentina e Uruguai de até R$ 0,50. O governo tinha que interferir nisso, para fazermos movimentar e valorizar nosso produto. Acho que o princípio deveria partir daqui de dentro, e é claro nos preocuparmos também com o mercado lá fora, mas só para exportamos nosso excedente.

Porque o Brasil é o melhor e maior país para se produzir leite e disso não temos dúvidas.
HELVECIO OLIVEIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 17/02/2009

Já notaram a semelhância semântica entre subsídio e suicídio?

Abs Marcelo.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/02/2009

Parabens pelo artigo, muito oportuno para a reflexão. Realmente é preocupante a onda protecionista que se explicita como consequência da crise. Mas talvez mais preocupante é que os paises ricos, que justamente por isso deveriam ser menos protecionistas, sempre foram os mais protecionistas. O lema sempre foi "Mateus, primeiro os meus". A globalização acabou resultando um processo no qual o mais forte põe no globo do mais fraco. Por isso acreditar no livre comércio internacional é quase acreditar na existência de Papai Noel, que chega com um saco de presentes para dar para todos que foram bonzinhos.

Bretons Woods foi uma tentativa de acertar o passo da economia mundial, combalida com a crise de 29 e com as duas guerras mundiais. Mas a delegação dos USA, que já tinham a hegemonia mundial, fizeram Lord Keines engulir sua proposta e impuseram a sua, que convia aos seus interesses imediatos, que a criação do FMI, do Banco Mundial e o livre mercado seriam suficientes para ajustar a economia mundial. Na época, a conceituada publicação The Economist advertiu que o mundo iria se arrepender de se ter adotado a proposta americana em detrimentro da proposta apresentada por Keynes. Não deu outra, chegamos a outra crise mundial de proporções semelhantes à de 1929.

Nos resta agora aguardar o que vai acontecer, e que depende fundamentalmente dos paises ricos. Será que a história os ensinou alguma coisa e vão tomar medidas que possibilitem uma nova ordem econômica no mundo? Ou simplesmente vão trocar seis por meia dúzia e tomar medidas imediatistas que minimizem os impactos imediatos da crise e lhes permitam empurrar com a barriga mais um pouco a economia até a chegada de oma nova crise?

Quem viver verá.

Um abraço.
Marcello de Moura Campos Filho
REGIANE MALDONADO

ITURAMA - MINAS GERAIS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 17/02/2009

Estou fazendo uma matéria, sobre a crise no setor leiteiro. Entrevistei vários donos de Laticínios e, pelo que eu percebi, estão tentando sobreviver em meio a crise, impostos pagos, e exigências feitas pelo Ministério da Agricultura, tudo o que você explicou aí Marcelo. Quer dizer, se está difícil para os empresários, imagina para o produtor rural, tende a passar fome no futuro ou vender suas matrizes, e partir para outra economia? Moro em Iturama, Triângulo Mineiro que já foi uma região muito leiteira, hoje estamos em crise total, muitos deixaram o Leite, passaram para Cana, outra cultura, que não está em alta. Como diz o velho ditado, e segundo todos os produtores e empresários do ramo leiteiro, ´esperança é a última que morre´.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures