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O leite norte-americano no divã

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 31/01/2003

6 MIN DE LEITURA

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Em produção de leite, os Estados Unidos foram, no decorrer do século XX, os principais arautos da máxima produtividade por vaca. O aprimoramento do manejo, conforto animal, das técnicas de nutrição, reprodução e ordenha, da qualidade da forragem e da genética, sempre focada em primeiro plano no aumento da produção por animal, fizeram do país o segundo maior produtor de leite do mundo e o que detém a maior média de produção por vaca, fora Israel, servindo inclusive de modelo e um dos principais polos geradores de tecnologia e informações técnicas, com grande influência inclusive no Brasil, sendo exemplos as intermináveis discussões entre sistemas de produção confinados, com adoção de "free stalls", etc. e sistemas alternativos.

O oposto, porém, pouco ocorreu. O norte-americano sempre foi bastante fechado em relação a conhecer e investigar outras realidades em produção de leite (e talvez em outras áreas também), o que até seja algo natural e compreensível, dada a pujança da economia do país e a própria produção científica no setor, fazendo os EUA parecer um "mundo dentro do mundo".

Tem-se, portanto, um país que teve um crescimento espetacular de produção de leite e eficiência produtiva da vaca e que irradiou tecnologia para grande parte do mundo. No entanto, essa evolução teve uma contrapartida: descarte elevado, acima de 35% das matrizes ao ano e custos de produção não competitivos quando comparados a outros países importantes (Nova Zelândia, Austrália, Argentina, Uruguai, Brasil, para ficar nos mais mencionados), indicando que existe um outro lado dessa moeda, e que parece estar cobrando seu preço hoje.

É o que parece sugerir a edição de dezembro passado da revista Hoard's Dairyman, a principal do setor nos EUA e que foi fundada em 1885 (!), tendo acompanhado e participado da evolução da cadeia do leite nos EUA, até atingir o ponto atual.

A primeira matéria que me chamou a atenção foi o artigo do renomado nutricionista Mike Hutjens, da University of Illinois. O Dr. Hutjens, que já esteve no Brasil algumas vezes (a primeira foi no 1º Interleite, em 1994), é um dos principais responsáveis pelo grande salto de produtividade das vacas americanas, uma vez que tem grande conhecimento em nutrição, é colunista da revista há muitos anos, é extensionista de mão cheia e palestrante de primeira qualidade. Formulação de dietas para rebanhos confinados, rações completas e aditivos são a sua especialidade.

Pois o Dr. Hutjens escreveu um artigo sobre a produção de leite na Nova Zelândia, onde esteve participando de eventos e de um treinamento para técnicos. Ele começa observando que o preço do leite na Nova Zelândia caiu nesse ano de US$ 0,197/kg de leite para US$ 0,141/kg e que ainda assim a atividade é viável, um alerta a seus patrícios, que dificilmente se viabilizam produzindo leite a menos de US$ 0,28/kg. Ele comenta também a já conhecida eficiência de produção de leite na Nova Zelândia, baseada na produção de componentes por área, à base de pastagens e de animais de porte menor, com o mínimo de investimentos e de mão-de-obra. Comenta também que o sistema tem lá seus pontos fracos, como o período de lactação de 220 dias e que há uma tendência de aumento da suplementação em determinados períodos estratégicos (inclusive de uma ração completa parcial), especialmente na Ilha do Sul, onde a produção de leite está crescendo mais, fruto de terras mais baratas e menor custo de oportunidade. Diz o Dr. Hutjens: "a população de vacas na NZ atingiu 3,5 milhões de animais, com meta de 5 milhões para os próximos 5 ou 8 anos (....) o leite dá dinheiro, é uma atividade agrícola economicamente viável e está substituindo a ovinocultura na Ilha do Sul".

Ele nota ainda a diferença da concentração de componentes no leite, entre a Nova Zelândia e os EUA: 4,2% de gordura na NZ x 3,7% nos EUA; 3,4% de proteína na NZ x 3,2% nos EUA. Ele observa que as fazendas na NZ estão aumentando o número de vacas, com exemplos de 900 a 1200 vacas em lactação, sem investimento em instalações, manejo de esterco ou depósitos para alimentos, fazendo com que o custo de produção seja baixo e avisa os produtores americanos: apesar dos desafios relativos ao aperfeiçoamento do sistema de produção, a indústria leiteira da Nova Zelândia está viva e é competitiva no mercado mundial.

Bem, considerando que raramente são publicadas matérias sobre a produção de leite em outros países nessa e em outras revistas do gênero nos EUA, e considerando que o Dr. Hutjens é um dos especialistas do setor, esse artigo pode ser um sinalizador de que o país está começando a se interessar mais sobre que existe do outro lado do muro (nota-se que, em outras atividades agrícolas, isso já vem acontecendo. Há algum tempo o produtor norte-americano de soja se interessa pelo Brasil, sendo comuns as caravanas de produtores que hoje visitam o Centro-Oeste).

Mas não foi a única menção que a revista trouxe de que talvez a coisa tenha ido longe demais no caminho da máxima produção por vaca. O editorial diz textualmente: "os antigos planos de pagamento do leite e a "corrida de cavalos" pela maior média de produção de leite nos fez enamorar pelo volume de leite. Foi fácil obtê-lo, aumentando o concentrado. (...) Se tivéssemos focado em componentes, nossas vacas e nossas contas bancárias estariam melhores hoje.". Subsidiando o editorial, a revista traz uma mesa redonda entre quatro produtores que, ao decidirem trabalhar com dietas com teor de forragem mais alto, estão mais felizes hoje, reportando menor custo de alimentação, menor utilização de mão-de-obra, melhor saúde do rebanho, maior longevidade das vacas, maior teor de componentes, melhor reprodução e menor gasto de medicamentos.

Não bastando a análise crítica proveniente da comparação entre sistemas de produção, há forças de mercado que forçam uma análise ainda mais profunda da forma de produzir leite nos Estados Unidos. Na Califórnia, Estado de maior produção de leite nos Estados Unidos, foi recentemente lançada uma campanha de valorização de queijos, mostrando como as vacas leiteiras são felizes e vivem em um ambiente confortável na Califórnia. Alguns exemplos dos temas utilizados pela campanha seguem abaixo (veja mais em www.realcaliforniacheese.com).





A campanha suscitou protestos de entidades que combatem a produção animal, como o incômodo P.E.T.A., já mencionado aqui (aquele mesmo que protestou no desfile da Gisele Bündchen), sob o argumento de que a propaganda era enganosa: a grande maioria do leite produzido na Califórnia em nada se assemelha às imagens que são passadas na campanha. Talvez fosse a forma como os californianos gostariam de produzir leite ...

A própria Hoard's Dairyman, em seu editorial, comenta: "A campanha das "vacas felizes" da Califórnia está dando o que falar. Os expectadores da TV observam vacas contentes em pastagens verdejantes e em estábulos rústicos. Os céticos se perguntam: não seria propaganda enganosa ? Afinal, apenas 10% dos rebanhos da Califórnia têm acesso ao pasto. (...)."

É interessante notar que todas as observações foram feitas a partir do contéudo da Hoard's Dairyman, uma publicação tradicionalíssima dos EUA, impressa em papel jornal e com a mesma cara há anos (só tenho os últimos 15 anos, sem alterações no layout e na proposta editorial). Ao mostrar que os extensionistas norte-americanos estão interessados em discutir a produção de leite em sistemas distintos como na Nova Zelândia, ao sugerir que talvez tenham ido muito longe na exploração da produção individual do animal e ao tentar associar a produção de leite a um ambiente com apelo crescente por parte do consumidor, mas que em pouco se assemelha à realidade (e reconhecer a inadequação desta associação), a produção de leite norte-americana parece avaliar-se, como se estivesse em um divã.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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MARCOS ANTOBIO DIAS NEVES

SERRA - ESPÍRITO SANTO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 26/04/2012

Brilhante ,professor...para o Brasil se destacar mais do que vem sendo, acho que as cooperativas ligadas ao setor pecuario teriam até a obrigacao de difundi-las . Neste Brasil gigante nos seus confins quase sempre nao chega estas valiosas informacoes. Acomponho sempre que posso o milkpoint.
Professor, acompanhei por oportuno um trabalho cintifico na inglaterra sobre carencia do iodo em glandulas mamarias com serios problemas e ate obitos e te pergunto: voce poderia me indicar alguem ou alguma empresa do setor no assunto? algadermis@gmail.com
MARCELO SANTIAGO

OUTRO - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/03/2003

Artigo interessante, pois nos dá uma visão de outros países produtores de leite.
JOSÉ ULTÍMIO JUNQUEIRA JUNIOR

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/02/2003

Parabéns ao Marcelo pelo artigo oportuno e questionador e aos que enviaram cartas pela coragem de manifestar-se.

Tendo visitado os sistemas de ambos os países, minha modesta contribuição a essa discussão, se resume ao sentimento que tive:

A principal coisa que temos a aprender com os dois povos é a forma com que encaram seus próprios desafios e limitações. Quando têm um problema param, pensam, experimentam e encontram a solução.

Por aqui, com raras exceções, perdemos um tempo infinito nos sentindo injustiçados por estar passando por isso ou aquilo, reclamando e sentindo pena de nós mesmos por não ter aquela condição idealizada!

Infelizmente não temos de quem copiar um modelo tropical de produção que seja adequado as nossas condições e atenda aos anseios de prosperidade de nossos produtores. Como técnicos, precisamos arregaçar as mangas e nos colocar sabiamente diante do ambiente tropical explorando suas vantagens e tentando minimizar, com tecnologia e muito bom senso, nossas limitações. Acho que já é hora de nos sentirmos responsáveis e donos de nosso destino.

Um abraço a todos e bom trabalho !
José Ultímio Junqueira Jr.
ViaVerde Consultoria Agropecuária em Sistemas Tropicais
www.viaverde.agr.br
MARIA LUCIA ANDRADE GARCIA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/02/2003

Muito oportuna a divulgação do editorial e do artigo de Hutjens sobre a produção de leite a pasto na Nova Zelândia publicados na Hoard's Dairyman, em confronto com as condições de produção intensiva dos EUA, particularmente da California. As cartas dos professores Madalena e Marcos Neves foram mais oportunas ainda ao refletirem as posições técnicas colocadas à reflexão do produtor brasileiro. Uma alinhada radicalmente à alternativa pasto, que costuma desconhecer as condições de formação, manutenção e manejo dos nossos pastos em condições de clima tropical e terras em sua maior parte de cerrado, para não se falar do teor nutritivo dos capins e volumosos adaptados a essas condições e do uso do gado holando-zebu para produção. Um sistema que dificilmente ultrapassará uma produtividade de 2000 kg/leite/vaca/ano. Foi o que vi há uns dois anos de uma experiência em Minas com 300 vacas mestiças a pasto rotacionado, com produção média de 6 kg/vaca/ano. A média do sistema neozelandês está em torno de 3.500 kg leite/vaca/ano, uma boa diferença de produtividade. Já a colocação do Prof. Marcos Neves tem a circunspecção necessária a uma discussão isenta - ou seja, leva em consideração vários fatores para que se faça uma comparação apropriada dos sistemas, evitando novas aventuras e modismos que acabam por promover "regressões" danosas em termos tecnológicos e econômicos que terão que ser corrigidas mais à frente. Como bem observou, a renda do produtor neo-zelandês não está restrita ao preço do leite pago, mas inclui a distribuição de lucros de sua cooperativa. Coisa que no Brasil só têm, em forma de salários, nossos dirigentes cooperatistas fazendeiros. Daí dizer-se que só poucos produtores em nossas cooperativas têm seu leite bem pago... Fica sempre faltando a distribuição das "sobras" ou lucros para os demais!

Essa discussão deveria ser aprofundada em todos os seus aspectos e alternativas pois dificilmente o pais é grande e diversificado demais para se encaixar em um figurino tecnológico e econômico único como parece ser o caso da Nova Zelândia.
MARCOS NEVES PEREIRA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 03/02/2003

Caro Marcelo, acho que seu artigo merece alguns comentários. A decisão americana pela vaca de alta produção foi técnica, oriunda em grande parte dos estudos energéticos de Moe, Tyrrell e Flatt e realizados nas décadas de 60 e 70. As justificativas simples sempre foram diluição da mantença e a maior eficiência por redução proporcional na excreção de metano, devido à maior porcentagem de propionato ruminal no total de AGV em dietas ricas em concentrados. A visão é muito mais ampla e a meta foi (e é) fazer uma vaca mais eficiente a longo prazo, não só financeira, mas biologicamente. Como o americano sempre foi um excelente produtor de grãos e de forragens de alta qualidade, e o preço do leite é condizente ao sistema, estas metas científicas são viáveis.

Quanto à questão Neo-Zelandesa, isto já foi muito mais moda nos EUA do que é hoje. Acho até que o Hutjens está bem atrasado no tópico. Presenciei simpósios sobre produção estilo NZ em Madison com duração de semanas e ministrado por técnicos neozelandeses, fazendas do WI tentaram sistemas estacionais a pasto (e várias fracassaram), o GRAZE-L já existe a anos, tudo já ocorre ao longo dos últimos 10 a 15 anos. Até a tese de doutorado de um brasileiro nos EUA (do Ronaldo Reis da UFMG) foi resultado deste movimento. O maior argumento seria o fato da entrada de jovens na atividade ser mais barata em um sistema a pasto que em um sistema confinado e as conhecidas tendências "orgânicas" deste mundo (como se leite de vaca orgânica fosse diferente de leite bem produzido e ordenhado). Pasto é moda nos EUA, igual aos modismos tecnológicos que também existem no Brasil (ex: avestruz, vaca 5/8, vitelo, capim sei lá o quê, etc).

Outro ponto importante é que as fazendas trabalhando com alta forragem e citadas na Hoard's não buscam baixa produção por animal e baixo uso de insumos. A ênfase do artigo é na extrema capacidade destes produtores de produzir forragem de qualidade. Note as produções em torno de 20.000 libras/vaca/ano e o uso, por todos os entrevistados, de inoculantes na silagem e de bons cultivares. Estes produtores são exímios forragecultores. Estou terminando de escrever um trabalho realizado em parceria com um grupo na Holanda onde as vacas produziram 26 kg/dia comendo 2,8 kg de concentrado e azevém que qualquer um poderia colocar no prato e comer. Aposto que se as vacas dos entrevistados produzissem 8-10 litros por dia eles utilizariam mais milho e farelo de soja. O artigo é muito interessante pois mostra o potencial de forrageiras de qualidade, até para os americanos.

Na mesma revista citada existe uma carta de um produtor reclamando do preço do leite. É interessante que seu protesto é universal, a revista (os técnicos) dando dicas para reduzir custos e o preço do leite caindo. Parece que este produtor é bem envolvido com organizões de produtores que brigam por melhor remuneração. Chega a criticar a Hoard's por permitir anúncio de BST na revista (pois obviamente aumenta a oferta de leite no mercado) e acha que a solução é exportação (alguma semelhança com a nossa terrinha?). Sem preço digno, só com milagre na fazenda.

Um ponto interessante no artigo do Hutjens é o relato, que já tinha ouvido, da crescente prevalência de suplementação das vacas da NZ com silagens e alguns concentrados. A estacionalidade da produção tem tido um custo alto demais à indústria que trabalha ociosa. Claro que o sistema é e continuará sendo a pasto, mas parece que a suplementação se paga cada vez mais. Outro alerta é que nos acostumamos a ouvir estes casos de eficiência e satisfação com baixo preço de leite. No entanto as fazendas neozelandesas estão cada vez maiores. O próprio Hutjens descreve, aparentemente bem impressionado, pois isto não é nada comum nos EUA, o mecanismo de entrada na atividade de novos produtores. São detalhes de um país rico, conseguir comprar perto de 1000 vacas com trabalho braçal de 10 anos em fazenda dos outros, sinceramente, não é pra terrinha do Lula não. Outra coisa importante é que o preço citado do leite é o que o produtor recebe mensalmente, aquilo é apenas um custeio da fazenda. A renda vem significativa é no fim do ano, ele é um sócio da estrutura e participa do capital da cadeia. O quanto que ele recebe no final do ano, já que a "firma" é altamente lucrativa, deveria ser mais divulgado para reduzir um pouco esta lenda de satisfação com leite barato.
A maior lição é que as opções existem, mas o trabalho bem feito é fundamental para o sucesso, em qualquer nível.

Obrigado mais uma vez pela sua rica contribuição. De fato, essa discussão está longe de acabar ou de ser definitiva. Realmente, na NZ existe a tendência de aumento da suplementação, como notei no comentário. Até onde esse aumento de suplementação vai, a ponto inclusive de alterar o sistema de produção e seus custos, é difícil dizer, mesmo porque não conheço a fundo o sistema neozelandês. Mas sei que há essa tendência (e olha que os custos dos suplementos por lá não são nada baixos !!) Também, utilizar a Nova Zelândia como modelo para qualquer país é uma decisão que tende a ser equivocada, pois as características variam entre país. Novamente concordando com você, de fato os produtores abordados na entrevista utilizam forragem de elevada qualidade e buscam alta produtividade (e isso não abordei no artigo). São produtores top mesmo.

Me achou a atenção, no entanto, o fato da Hoard's Dairyman abordar de forma até insistente essas questões, dando a entender que há em curso uma autocrítica a respeito do sistema americano, especialmente ao questionar no editorial a questão dos componentes. Pelo menos, foram estas as impressões que tive ao ler a revista, embora seu sugerir que este seja de fato o caminho a seguir.

Um abraço,

Marcelo
LUIZ JANUÁRIO M. AROEIRA

OUTRO - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 02/02/2003

Excelente sua matéria Marcelo. Meus parabéns. Continue no seu papel trazendo-nos notícias atuais e muito bem redigidas.
FERNANDO ENRIQUE MADALENA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 01/02/2003

Esse modelo de produção só é possível com altos subsídios e só é praticado nos EEUU, Canadá, Europa e Japão, nos países que subsidiam pesadamente. Pena que tanta gente se deixou iludir (e perdeu dinheiro) com quem queria impo-lo aqui.

Alternativas econômicas para o Brasil, apresentadas por técnicos nacionais, podem ser encontradas no livro Produção de Leite e Sociedade.

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