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Leite: a cadeia que nós mesmos esquecemos

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 17/11/2014

6 MIN DE LEITURA

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O leite é uma das mais importantes cadeias do agronegócio brasileiro. Analisando o Valor Bruto da Produção, calculado pelo MAPA, dentre todas as atividades agropecuárias do país, é a sexta mais importante (tabela 1), atrás da soja, do bovino de corte, da cana-de-açúcar, do frango e do milho.

Tabela 1. Valor Bruto da Produção em 2014 - estimativa (adaptado do MAPA)

Obs: considerada apenas a produção inspecionada, no caso do leite e abate de bovinos e aves

Está à frente, por exemplo, do arroz (18,1 bilhões), café (16,1 bilhões) e suínos (13,6 bilhões), bem como outras notadamente mais modestas.

Ainda, analisando os dados temporais, percebe-se que o leite também não faz feio: em valores deflacionados, agregou quase R$ 16 bilhões/ano a mais de 2000 para 2014, passando o café, que era o sexto colocado há 14 anos e que vem patinando desde então.

Estes dados refletem apenas a produção primária. Se analisarmos a cadeia de processamento e distribuição, os números são ainda mais robustos. Em trabalho realizado pelo PENSA/USP, estimou-se que a cadeia produtiva do leite movimentou em 2004 um total de R$ 64,78 bilhões. Se fizermos uma conta rápida, fazendo um cálculo proporcional considerando o valor bruto da produção de leite em 2004 (R$ 12,1 bilhões), chegaríamos a R$ 140,2 bilhões movimentados em 2014, usando a metolodogia do PENSA/USP, ou quase 3% do PIB nacional.

Isso sem contar a importância na geração de empregos e no desenvolvimento regional, notadamente nas pequenas propriedades. O colega Marcelo Rezende escreveu recentemente um belo artigo (Clique Aqui) mostrando o potencial do leite em gerar renda líquida em áreas pequenas, quando comparado com outras atividades melhor ranqueadas em valor bruto da produção. Ele menciona também que são gerados cerca de 4 milhões de empregos, além da atividade existir na maior parte dos quase 6.000 municípios do país, refletindo a relevância da atividade.

Quanto analisamos a evolução temporal dos valores absolutos (gráfico 1), porém, percebe-se que, principalmente após 2007, as culturas agrícolas tiveram um crescimento muito forte, notadamente a soja, além dos bovinos de corte. Apesar do forte crescimento, o leite teve um desempenho proporcionalmente menor, o que não invalida o “boom” que tivemos na produção, no consumo e no processamento industrial nesse período. A cana-de-açúcar foi outra cultura com desempenho significativo – pelo menos até o início do primeiro governo Dilma. Na gestão de seu antecessor, o governo estimulou o setor, tido como estratégico, atraindo muitos investimentos, o que foi descontinuado após 2010, com reflexos na perda de valor da cadeia como um todo nos últimos 2 anos.

Gráfico 1. Valor Bruto da Produção (adaptado de dados do MAPA, 2014)


Se os dados forem analisados proporcionalmente, aplicando o valor 100 para os números no ano 2000 para cada uma das culturas, percebe-se que a cadeia do leite acompanhou de perto a bovinocultura de corte, segmento que passou por grandes transformações, incluindo a consolidação de gigantes como o grupo JBS (gráfico 2).

Ainda, percebe-se que o leite vem apresentando evolução contínua, sem os altos e baixos da agricultura que, se em determinado momento trazem pujança e riqueza, em outros (nos momentos de baixa) deixam um rastro de dívidas e insolvência.

O fato é que, sem alarde, sem grandes investimentos e com uma matriz de produção baseada em um módulo de pequeno porte, o leite vem acompanhando outros segmentos em relação a crescimento. (obs: quando menciono pequeno porte, não estou falando apenas de produtores de 50, 100, 200 litros, mas comparativamente a outros setores, 1000, 2000 litros diários também sugerem um produtor que não tem grande escala).

Gráfico 2. Crescimento relativo das atividades agropecuárias em relação ao Valor Bruto da Produção (dados adaptados do MAPA, 2014).



No entanto, quando se trata de imagem, comunicação e influência, o leite não tem reputação ou status compatível com sua importância sócio-econômica e geradora de renda por área produzida. As notícias envolvendo leite são geralmente negativas: ou questões de fraude, cada vez mais recorrentes; elevação da inflação, nos momentos em que o produto sobe de preço; crises nas indústrias; leite faz mal à saúde, por aí vai. Via de regra, também, a imagem do produtor é retratada da seguinte forma: ordenha manual, baixo nível de tecnologia e asseio, situação de mera sobrevivência.

Sim, se existem fraudes, é preciso divulgá-las; se o alimento contribui para a inflação, seria ingenuidade imaginar que a mídia não iria noticiar; se a crise ocorre, será certamente notícia; e se grande parte dos produtores têm mesmo essa característica...

Mas hoje se bate no leite sem defesa! E, como uma extensão desse fato, não temos uma agenda positiva para trabalhar a sociedade– normalmente, a grandeza do leite fica restrita ao próprio setor. É um setor voltado para dentro, o que não ajuda quando se trata de mudar a imagem ou mesmo de retratar a importância específica do setor que, se não está nos bilhões de dólares gerados com as exportações, está na irrigação econômica de milhares de municípios, contribuindo para a manutenção do tecido social rural do país.

Sem dúvida há vários aspectos envolvidos na construção deste estereótipo. O primeiro é que a atividade leiteira é, em média, menos tecnificada do que a agricultura de exportação, ou do que a cana-de-açúcar. Assim, mesmo na segunda década do século XXI, um produtor tecnificado, com exploração sustentável econômica, ambiental e socialmente, que tem alta remuneração do capital, ainda é exceção. De certa forma, o estereótipo representa uma boa parte da realidade.

Ainda, o fato de o setor ser voltado para o mercado interno, sem possibilidade de alçar grandes voos no mercado internacional no curto prazo, deixando de gerar riqueza por essa via, certamente contribui para a imagem que se faz da atividade leiteira.

Por fim, a fragmentação da cadeia e os problemas decorrentes da má coordenação acabam sobressaindo, sendo expostos ao grande público e contribuindo para a percepção de que se trata de uma cadeia problemática.

O resultado é que o leite não “aparece” para a sociedade e tem dificuldades de ser respeitado mesmo dentro do agronegócio: apesar de ser a sexta cadeia produtiva, certamente gerando mais empregos do que a maior parte das que estão melhores posicionadas, o leite não costuma ser lembrado quando o assunto é discutir a agenda do agronegócio. Não me recordo da última vez que tivemos uma palestra sobre leite, por exemplo, nos ótimos congressos da ABAG. Também, o leite nunca faz parte de fóruns organizados pela mídia de massa (Estadão, Valor, Exame, Folha, etc) quando o tema é agronegócio.

Creio que está mais do que na hora de organizarmos uma ação coordenada da cadeia, ancorada nos seguintes pilares: construção de uma agenda de futuro – onde queremos chegar, o que deveremos fazer?; Divulgação para a grande mídia da importância da atividade, através de uma forte assessoria de comunicação; divulgação de casos de sucesso, empreendedorismo e novos investimentos, tanto na produção, quando no processamento; comunicação sobre benefícios do leite e lácteos para a saúde.

Paralelamente, claro, é preciso enfrentar de forma enérgica a “agenda oculta”: fraudes e contaminações que têm afetado a imagem do setor e que evidentemente não devem fazer parte de qualquer cenário futuro que possamos construir.

Hoje, não vejo estrutura de coordenação montada no setor que possa trabalhar que seja a agenda positiva acima, que envolve diversos atores da cadeia. Enquanto isso, o leite vai crescendo quieto, com suas características e dificuldades, como se não fizesse parte do agronegócio brasileiro.

 

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do MilkPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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HUGO ZARDO FILHO

PANAMBI - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 09/12/2014

Caro Marcelo



O macho leiteiro merece um destaque. Com uma reposição bem planejada, podemos inseminar as vacas inferiores do rebanho, com raças de corte.

Tem um filão ai!
JOÃO AUGUSTO MACHADO CALDEIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/12/2014

Marcelo,

Que tal abordar este tema no Interleite 2015?
ROMUALDO MARTINS DE PAULA

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 03/12/2014

Katia Abreu, a frente da CNA e Ministério da Agricultura, as atitudes tomadas serão apenas governistas e petista.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 02/12/2014

Carlos Eduardo, Hale, Dartagnan, Mário, Agatangelo, Celso, José Antônio, Janaina, Tiago e Hellen, obrigado pelos comentários.



João Augusto, não sei como achar esse caminho de maior representatividade. A questão é a obrigatoriedade - sem ela, fica difícil ter receita, uma vez que haverá sempre o problema do "carona": para que eu irei contribuir, se meu vizinho já contribui e, isoladamente, minha contribuição não irá afetar o resultado (e portanto terei os benefícios)? O outro problema é a dificuldade da representatividade em função da heterogeneidade do setor. Penso que se tivéssemos informações sobre os 50 mil maiores produtores, e eles tivessem uma representação organizada, trabalhando junto com a CNA e Federações em pautas de interesse comum, seria muito bom. Mas ao falar em 50 mil produtores, temo soar elitista; mas não é essa a ideia, mas sim ter um grupo suficiente amplo e representativo, que tenha condições de se articular para pensar o futuro do setor.



Hugo, o correto seria colocar o macho leiteiro na cadeia do leite, uma vez que é subproduto da mesma e não da bovinocultura de corte.
HELLEN FABIANE FRANCO SILVA

JATAÍ - GOIÁS - ESTUDANTE

EM 02/12/2014

Boa tarde Marcelo, sou de Jataí - GO, seu artigo representa totalmente a concepção de minha pesquisa de mestrado, no qual este mesmo município estudado se destaca, sendo o 3º lugar no ranking de produtividade leiteira por cabeça de vaca ordenha do Brasil, mas é apenas conhecido pela alta produção de grãos, confirmando o que você supracitou...

Abraços
ROMUALDO MARTINS DE PAULA

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 25/11/2014

Boa tarde Sr. José Antônio. Esta sua conta e a mais pura realidade da situação atual do mercado do leite, em nosso país. Vou lhe dar uma ideia, de uma situação favorável para quem realmente quer mudanças, reconhecimento, respeito e uma valorização da classe.

Se organizar, perante aos sindicatos rurais, cooperativas das principais praças produtoras de leite. Não teremos que fazer isso em mais do que 10 macro regiões do pais. Alcançaremos no mínimo 80% da produção atual. Precisamos pontuar os ponto críticos e relevantes para uma imediata mudança. Me localizo no centro do país. Estou próximo as grande praças. Viajo semanalmente a todas estas cidades. Minas, Goiás, São Paulo. Tenho clientes em todos o país, desde de Santarém no Pará. Tocantins, Minas em geral, Rio De Janeiro, São Paulo, Bahia, Goiás, DF. E vejo todos os dias, vcs sofrendo com isso. Meu objetivo e atende-los da melhor forma possível, mas quero vê-los ganhar dinheiro, e não viver por conta apenas da sobrevivência e sustento da família. Não e difícil se organizar, precisarmos querer e trabalhar para um futuro melhor dos nosso filhos e os filhos dos nossos parceiros no dia a dia da fazenda. A cadeia só será respeita se primeiro nos respeitarmos, organizamos, planejarmos. Vamos o mento e agora, o governo federal já percebeu que não tem mais as rédeas na mão. Esta preocupado em não deixar seu governo cair, esta fragilizado e vulnerável a tudo. Vamos gente, eu quero ver vcs melhor, vamos acreditem em vcs...Cadê a proteína do leite que vcs tem, cadê a energia desse produto abençoado e sagrado????? VOLTO A REPETIR, AS PORTAS DA MINHA CASA ESTAO ABERTAS A VCS. EU ACREDITO NO MEU PAÍS EU ACREDITO EM PESSOAS.
TIAGO TOMAZI

ITHACA - NOVA IORQUE - PESQUISA/ENSINO

EM 25/11/2014

Já passou da hora da cadeia produtiva do leite ser realmente reconhecida. As evidências estão aí. Associando-se o comprometimento dos líderes da cadeia com uma postura empreendedora por parte dos produtores, é possível tornar a cadeia produtiva do leite ainda mais rentável e significativa dentro do agronegócio brasileiro. É preciso vestir a camisa! Parabéns pelo artigo.
JOSÉ ANTONIO

SALVADOR - BAHIA

EM 24/11/2014

Meu caro Marcelo,



Como sempre brilhante a sua leitura da cadeia do leite, faço meus todos os comentários dos demais seguidores acima, entretanto, na minha visão, fica para as entre linhas provocar uma ampla reflexão da cadeia do leite brasileira articulada pelo produtor de leite não pelo Sindileite ou falsas lideranças da CNA ou quem sabe ainda esperar que governo resolva nossos problemas.



Porque penso assim! analisando o possível número R$140 Bilhões é muita grana, capaz de imaginarmos como é que pensa nossas indústrias, nossas lideranças rurais e nossos Governadores e Deputados em cada um dos nossos estados brasileiro.

Imaginemos R$140 Bi X 7% de ICMS = R$9,28 Bi nas mãos das industrias, dos políticos estaduais e sob a supervisão atenta das entidades de classe. A PETROBRÁS é fichinha.

Para o Governo Federal sobra a necessidade de financiar os pseudos grupos  industriais com recursos do BNDES e aos pobres produtores de leite e a sociedade brasileira restou apenas a conta.



Estes recursos de R$9,28 Bi são distribuídos na forma de benefícios fiscais estaduais, some a este os benefícios fiscais federal e certamente a conta só tende a crescer para ser dividida.



Sou Consultor de empresas e produtor de leite, sempre que posso tento mostrar uma reflexão a estes números a um maior numero de pessoas e deveriam ser avaliadas por todos nós.



Apenas o produtor tem a capacidade de mudar isso, em outros comentários que tive a oportunidade de fazer chamei a atenção para estes fatos.



Como podemos mudar esta relação que somos subordinados?

Deixando de produzir? Talvez!

Por quanto tempo? 30 dd!

Será suficiente?

  

O produtor brasileiro tem que tomar uma medida drástica sem avisar para ser respeitado.



O trabalhador de qualquer setor faz greve e consegue o que quer, os Movimentos Sociais pressionar com manifestações, invasões e nós fazemos o que! Apenas reclamamos e culpamos o governo.



Lidere esta discussão, eu topo te ajudar, outros produtores e dirigentes de cooperativas serias também topam participar deste movimento.   





  
JANAINA PAULA DO CARMO

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/11/2014

Excelente artigo. Porém vejo que ainda falta valorização na atividade leiteira, tanto na cadeia produtora, como na consumidora, visto que não existe sequer um estimulo nacional para aumentar o consumo do produto
CELSO CARVALHO AQUINO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/11/2014

Artigo bastante esclarecedor e dentro da nossa realidade. Realmente, o que falta é a solidariedade governamental entre quem produz e quem compra. É uma atividade comercial que não tem um instrumento jurídico de compra e venda, uma política de preço minímo e uma projeção de imagem favorável. Parabéns, continue nesta trilha!...
AGATANGELO SOUZA DE OLIVEIRA

MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/11/2014

Parabens pelo artigo, pois o mesmo nos dá uma radiografia completa da cadeia produtiva do leite, fazendo com que reflitamos o quão longo caminho temos que percorrer para termos uma produção mais eficiente na cadeia.
MARIO CARLO VARGAS PARETO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/11/2014

Oi Marcelo,

Parabéns por exaltar a necessidade para a importância da cadeia leiteira no país. Precisamos fazer entender aos burocratas o peso que a produção de leite carreia na distribuição de renda das classes mais baixas da área rural. Qualquer pecuarista sabe que para cuidar de boi no pasto basta apenas um funcionário, mas para "tirar um leitinho de umas vaquinhas" são necessários no mínimo dois. Também sabemos que a rotatividade desta mão de obra é intensa, seja motivada pelas condições de trabalho/habitação ou pelo incentivo que representa o seguro-desemprego e outras benesses mais. Pouquíssimos produtores conseguem manter um saldo positivo apenas com a produção de leite, e no geral seriam a mão de obra mais barata da cadeia produtiva, se não contassem com outras fontes de renda.

Entretanto, nosso governo continua permitindo a importação de leite em pó, principalmente de países que fazem intermediação deste produto.

Se nossa produção é tão importante para a economia nacional, mas principalmente para a local, visto que estamos criando empregos, pagando salários a esses empregados, que compram no comércio das cidades próximas as propriedades rurais onde trabalham, porque o governo não tem uma política de proteção ao produtor de leite?
HUGO ZARDO FILHO

PANAMBI - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 24/11/2014

Prezado Marcelo



Parabens pelo artigo. Se me permite uma curiosidade, o terneiro macho e a vaca descarte, ambos, para carne, são computados para cadeia do leite ou corte?
JOÃO AUGUSTO MACHADO CALDEIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/11/2014

Marcelo,

Parabéns! Como sempre, brilhando....

Considera-se os setores de cana de açúcar e gado de corte como exemplo,  

O Marcelo Rezende propõe um outro tipo de representatividade do setor que seja mais atuante e que nós deveríamos mostrar interesse, de acordo.

Como achar este caminho?
DARTAGNAN DAVILA RAMOS

SÃO PAULO - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 24/11/2014

Muito Apropriado este artigo, sempre pensei assim, é preciso dar a verdadeira importância a cadeia como um todo, divulga-la, parabéns!
HALE BORGES JUNIOR

SILVEIRAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/11/2014

Parabéns, belo artigo e raro pela clareza, como novo produtor, tendo entrado no negócio meio por acaso e a cerca de 5 anos e ainda mais numa propriedade de pequeno porte, assisto e reconheço todas as mazelas descritas, e me atrevo a acrescentar a completa falta de apoio e transferência de conhecimentos que possam acelerar uma melhora significativa principalmente para os pequenos produtores, onde orientações mal dadas, transferidas com arrogância pelos poucos órgãos atuantes e a descontinuidade das orientações levam a perda de auto estima e descrença dos pequenos e sofridos produtores.



No nosso caso em particular, vendo todas estas dificuldades optamos por iniciar com animais sabidamente de baixa produção e consequentemente baratos, reduzindo o custo inicial de implantação e os riscos de perdas exageradas, formando nosso rebanho com inseminações e IATF, logramos projetar para o próximo ano trabalhar com rendimentos um pouco acima do ponto de equilíbrio o que pode ser um indicador de que apesar dos pesares a atividade tende a ser lucrativa mesmo para propriedades de pequeno porte. Considerando-se é claro que disponha de uma agricultura de qualidade e certo grau de tecnologia aplicada.
CARLOS EDUARDO FREITAS CARVALHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/11/2014

Excelente artigo Marcelo.

A representatividade do setor, além de estar parada há muito tempo, nunca chegou perto de apresentar um estudo como o seu no intuito de sensibilizar toda a sociedade quanto à importância socio-econômica do leite. É necessário identificar representantes realmente engajados na melhoria do setor, com ações efetivas que busquem apresentar dados positivos como estes, bem como casos de sucesso alcançados de maneira simples.



Um abraço
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 20/11/2014

Obrigado a todos que comentaram e compartilharam suas visões e experiências sobre o tema. Parece que o que coloquei encontra eco nos produtores de leite, o que é fundamental para que essa realidade mude.



Grande Jerônimo, companheiro há tempos, obrigado pelo seu comentário e apoio, abraço!



Abraços a todos, Romualdo (vou ver o vídeo!), Irinaldo, Alexandre, João Aurélio, Luciano, Paulo e Ricardo!


ROMUALDO MARTINS DE PAULA

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 19/11/2014

Quero parabeniza-lo Sr. Marcelo. Por tamanha capacidade e profissionalismo em nos trazer matérias e conteúdos tão relevantes e de fácil compreensão a todos. Mas quero parabenizar a todos que compartilhou seu depoimento sobre o assuntos tão relevante posta em pauta. Senhores não tiro um litro de leite em casa, mas atendo cliente com produção de 7.000 litro e cliente com uma VACA que produz 5 litros dia. Minha mudança radical profissionalmente a 3 anos, foi por acreditar em vocês. Acima um parceiro fala, não sabemos a força que temos. Afirmo SABEMOS SIM. Basta querermos. O boi carreira sabe a força que tem, mas sabe se defender do ferrão. Outro já sentiu vergonha de falar que era produtor rural, eu também senti isso, quando me perguntava em que ramos eu esta atuando, quando vim para o meio de vocês. Outro expõe a demora pelo recebimento, mas o mundo dos negócios e frio. Se deixar nem receberíamos. Temos que se dar valor próprio, ter orgulho de quem somos, sentar na mesa de executivos e olhar dentro dos olhos, e não para as botinas. Negociarmos com autoridade e sabedoria a nosso favor, parar de ceder tudo que a indústria impõe. A mídia realmente só mostra aquele sofredor de balda na mão ( Veja o site do G1 TV INTEGRAÇÃO 1 EDIÇÃO DO DIA 18-11-14 ) Lá vocês vão ver dois guerreiros, e um indústria dando suas explicações. O profissionalismo principal, esta em querermos ver os filhos dos nossos empregados estudando e se profissionalizando para o setor. Não apenas querermos ver os nossos filhos formados. Esperarmos um centenários para agirmos e de mais. Somos a bola da vez no agronegócio mundial. Vamos agir, vamos nos encontrar, vamos formar lideres, vamos ter coragem em nos defender e prosperar iguais aos demais seguimentos.  Marcelo e todos os senhores, abro as portas da minha casa para todos vocês, vamos nos organizar e mostrar para o Brasil que mundo e esse o nosso. Já passou pela cabeça de cada um, se deixarmos de abastecer o mercado por uma semana? Mas para pensar nisso temos que ter responsabilidade, sobre nossas contas, nossas famílias, nossos projetos, nossas vidas...Mas até quando vamos aceitar o domínio dos senhores feudais???  
IRINALDO DE LIMA

REGENTE FEIJÓ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/11/2014

Caro Marcelo,  parabens pela iniciativa de tocar neste assunto.

Nós produtores de leite precisamos mudar nossa postura em relação à apresentação. Quando vejo reportagens tanto escrita quanto falada, sob uma propriedade produtora de leite, a imagem que mostram dos produtores é de tar pena. Representa uma familia pobre, mal trajada, tentando sobreviver da atividade leiteira. Os laticinios não procuram ajudar os produtores, estabelecendo politicas de apoio a produção e clareza na politica de preços. Na minha região temos muitos assentamentos, onde o leite é uma das únicas fontes de renda mensal para estas familias. A grande maioria deles produz sem nenhuma assistência e ainda ficam na mão de atravessadores para fornecer a produção. Eu acredito que esta visão do nosso setor só irá mudar quando houver uma diminuição no número de produtores e os remanescentes conseguirem estabelecer um elo de ligação maior com a índustria, em relação ao estabelecimento dos preços e qualidade do produto.  Por parte do governo, precisa apertar a fiscalização no ponto de venda, identificando e punindo com rigor os produtos adulterados.  Se fiscalizar pra valer a adição de soro no leite, vamos ver que a produção brasileira é pequena para abastecer o mercado interno. Tem muito laticinio fraudando e adulterando o leite e criando distorções no mercado que prejudica as empresas idôneas.

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