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A transformação por que passa o leite no Brasil |
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MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.
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ADIR FAVAMURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 17/09/2013
Parabéns, Marcelo. Gostei muito do seu texto.
Um artigo como este é o que o setor de leite precisa. Trata-se de uma enorme contribuição porque mostra como se deve fazer as contas, como obter resultados que possam nos mostrar onde estamos e para onde devemos ir. Estou altamente convencido que o produtor de leite deve fazer o possivel para melhorar a qualidade do leite que produz, mas deve também melhorar muito a sua forma de trabalhar. Uma coisa depende da outra. Isto você mostrou com muita clareza e sabedoria. Parabéns!!! |
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCOJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 03/09/2013
Prezado Marcelo Pereira de Carvalho: Parabéns por mais esta brilhante lição. Meu olhar sobre o setor mais se solidifica quando, analisando suas belas anotações, descubro o que já venho pregando, há longo tempo: o produtor do futuro que não for profissional, não tiver escala de produção, qualidade e volume individual alto (rebanhos pequenos e com capacidade produtiva individual alta são o futuro), não ficará no setor, a não ser por diletantismo (e, caro, diga-se de passagem).
Deflui daí que, com o encarecimento natural das terras e o aumento do preço da mão de obra, a concentração de rebanhos confinados tenderá a ser, cada vez mais, acentuada e exigirá mais e mais leite por unidade de produção. Este não é um fenômeno nacional, outras potências mundiais do leite, como os Estados Unidos da América, já passaram por isso. Agora, parece que chegou a nossa vez. Não se olvide, no entanto que, se para nós que já nos encontramos em regime de escala de produção, muito embora incipiente, já se tem tornado difícil a caminhada, imagine para aquele que ainda teima em produzir pouco, com muito rebanho e muito pasto? É hora de acordar, antes que seja deveras tarde (e, não se iludam, já está entardecendo). Um abraço, GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO ALFA MILK FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG =HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE= https://www.fazendasesmaria.com |
MARCELO DE REZENDELONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 03/09/2013
Caro Marcelo,
Parabéns pelo artigo! Para os técnicos que atuam no campo é difícil mensurar o quanto impactos relacionados aos mercados, especialmente naquilo que acontece fora do país, interferem no dia a dia do produtor comum, ou seja, aquele que vive da atividade e que depende de seu esforço e eficiência para continuar a atividade. Obviamente que estes impactos existem e de alguma forma terão consequência sobre a vida destes produtores. Na prática sabemos que todo bom produtor de leite é também um bom agricultor, essa lógica se faz cada vez mais necessária frente as necessidades de se alimentar vacas com comida boa e de preço compatível com os preços de leite pagos pelo mercado. Mas ainda que não tenhamos a percepção exata do que estas mudanças causam efetivamente na vida destes produtores, é inegável que vivemos um período de transformação na pecuária leiteira do Brasil, talvez pouco sentida para aqueles produtores cujas possibilidades de melhoria dependem basicamente de preços (de leite e de insumos), mas de grande impacto sobre a vida da grande maioria dos produtores brasileiros, cuja atividade demanda escala, conhecimento e eficiência, e que estão cada vez mais pressionados pela necessidade de remunerar o capital investido na atividade frente a nova realidade econômica do país. |
MARCELO PEREIRA DE CARVALHOPIRACICABA - SÃO PAULO EM 29/08/2013
Obrigado Jair, Luziano, Murilo e Roberto,
Dois aspectos relevantes colocados pelo Roberto: a conjuntura afetando a análise estrutural, de mais longo prazo; e a dependência e descolamento de preços entre os insumos (grãos principalmente) e o preço do leite. Momentos de alta e baixa irão sempre ocorrer (mesmo nos EUA, com produção mais tecnificada, há momentos em que a rentabilidade cai muito); acho, porém, que existe uma mudança estrutural. Estamos finalizando um levantamento com a Leite Brasil, junto a 45 laticínios, e o número de produtores representando uma amostra de 30% do leite inspecionado é muito diferente dos 1,1 milhão. Esse processo que vem sendo delineado há quase 20 anos, desde o Censo de 1995/96, passando por momentos de crise, de euforia, de estabilidade, etc. Por isso, acho que a análise é consistente mesmo no momento de certa euforia, embora reconheça que há o risco de um refluxo quando as coisas esfriarem. Em relação ao descolamento de preços entre grãos e leite, esse é um ponto muito relevante e vimos no ano passado como isso pode afetar a rentabilidade. À medida que aumentamos a dependência de grãos, esse risco aumenta; na produção a pasto, o risco maior é climático; no confinamento, é de preços (do leite e insumos). Novamente os EUA seguem na frente nisso: é possível que aprovem aquela nova política pública que garante uma rentabilidade mínima ao se considerar não mais o preço mínimo, mas a receita menos o custo de alimentação. Além disso, o produtor em tese poderia comprar um seguro maior. Além disso, mercados futuros para leite (embora ainda pouco utilizados por lá), contratos de longo prazo, e contratos futuros de soja e milho fazem parte do pacote para reduzir esse risco, além, claro, da mencionada produção de grãos na fazenda. |
ROBERTO JANK JR.DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 28/08/2013
Marcelo, voce fez uma ótima análise do momento atual e tendencias futuras.
Preocupa-me apenas o fato dessa análise surgir nesse contexto de custos e preços de leite, muito favorável, e que pode nos levar a uma euforia infundada. É verdade que seu custo de oportunidade está aumentando mas, ao contrário da pequena produção, com o aumento da escala a mão de obra torna-se um custo pouco importante, que representa entre 5 e 8% do custo total. Porém muito mais grave me parece ser a interdependencia que a produção mundial de leite tem, hoje, do "drought monitor " e suas consequencias na bolsa de Chicago para milho e soja, inclusive pela atuação dos fundos especuladores em derivativos. Todas as outras commodities seguem amarradas nessa referencia de preços e os reflexos positivos ou negativos são amplos e globais, como vimos em 2012. O efeito das commodities (que representam entre 50 e 60% do custo), principalmente considerando-as no valor de mercado e não de custos, como voce bem colocou ao palestrante, é muito mais relevante que o custo de oportunidade da mão de obra e acredito que isso tambem seja verdade nos EUA.. Por essa ótica, uma situação de preços baixos e custos altos como foi o segundo semestre de 2012, inviabiliza qualquer viés profissional, tecnologico ou de eficiencia em qualquer sistema de produção, excluso o totalmente amador ou de subsistencia, já que estes não fazem investimentos ou utilizam recursos comprados, seja alimentos ou mão de obra. Entendo que ambas as situações que vivemos recentemente são pontuais, extremas e temos que fazer contas com as "médias"; porém essas experiencias nos mostram que remunerar o patrimonio adequadamente na pecuaria leiteira me parece um desafio maior do que apenas ganhar profissionalismo e escala. Claro que isso faz parte do processo, mas a volatilidade que estamos vivendo nos mercados tambem nos indica uma luz amarela na administração do risco e do futuro. Não estou pessimista com o futuro, mas sei que poucas vezes vamos viver novamente um momento ímpar como o atual. No fundo, o grande divisor de aguas, além das secas nos EUA em 2012 e sua contrapartida na NZ em 2013, foi o cambio, que inviabilizou a importação e nostrouxe a competitividade de volta. Isso, a meu ver, foi o fato mais relevante para o atual contexto, desde 2005. abraços Roberto |
MURILO SHIBATAMARECHAL CÂNDIDO RONDON - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 28/08/2013
Todos estes aspectos abordados devem fazer parte da nossa reflexão diária, seja como extensionistas rurais ou consultores técnicos. Afinal de contas, o que diríamos para nossos produtores caso hoje fosse nossa última oportunidade de lhes orientar em algo?
Excelente análise. Parabéns pelo artigo! |
ENG. AGR. JAIR S. MELLOCRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 28/08/2013
Marcelo, parabéns, excelente artigo!
As relações que interferem na produção de leite estão realmente mudando. Somente produtores que adotarem tecnologias e sistemas de produção rentáveis, com escala e profissionalismo, ficarão no mercado. Com terra cada vez mais cara, com custo de oportunidade alto em função das commodities, mão de obra escassa e sem sucessão nos negócios, as mudanças serão rápidas. Seu artigo e as palestras e discussões no Interleite Sul, só reforçam que a oportunidade de produzir leite realmente é no Brasil, mas muita coisa precisar evoluir e resolver os diversos gargalos existentes. Abraço. |
HENRIQUE BENFICA VILELAUBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 25/08/2013
Parabéns pelo artigo! Realmente representa bem o que já passamos e o que sempre esperávamos que acontecesse. Como produtores rurais que de certa forma temos uma grande contribuição para o crescimento do nosso país, infelizmente não temos o reconhecimento e o estímulo que merecemos. Mesmo assim acreditamos e continuamos investindo, profissionalizando e intensificando para que, mesmo enfrentando todas essas situações adversas, consigamos melhores índices de retorno financeiro.
Beatriz Vilela Pacheco Produtor de leite em Boa Esperança-MG |
MICHEL KAZANOWSKIQUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS EM 23/08/2013
Caro Marcelo,
Quando questionei no final da rodada de perguntas o Sr. Mark Stephenson sobre a situação da Califórnia e ele respondeu que por lá as coisas estão muito complicadas uma luz veio a minha mente. O estado americano com as melhores condições de ser um grande exportador (localização frente aos mercados asiáticos) é incapaz de sobreviver a cotação dos preços internacionais (a política de preços na Califórnia foge um pouco ao sistema de regulamentação de preços baseada no mercado consumidor local americano e mais se aproxima dos preços internacionais. O resultado disso é que o estado recebe a menor cotação do leite do país) então até aonde este grande produtor mundial será capaz de atender o crescente mercado global por lácteos? A elevação do valor pago para o produtor, dentro dos valores internacionais, tem mostrado uma capacidade de geração de lucro elevada perante as opções de exploração agrícolas. A desvalorização do cambio tende a elevar ainda mais a nossa competitividade. Vendo isso empresas como a Fonterra tem investido no Brasil, coisa que não ocorre na Califórnia. Pensando que vivemos e produzimos em um país tropical que pode diluir seu custo fixo da terra com maior produção por área devido a uma capacidade elevada de produção de biomassa e consequentemente maior lotação, temos insumos disponíveis para a produção, os serviços necessários a produção encontram-se em expansão, temos ociosidade na indústria, além de novas plantas estarem sendo implantadas, o custo da mão de obra tem sofrido elevação, mas ainda é relativamente menor comparado a outros países produtores. Com tudo isso tenho convicção em afirmar. Investir, de modo profissional e empreendedor, na atividade leiteira é um ótimo negócio e com reduzido risco a curto e médio prazo. É por isso que continuaremos a investir e acreditar neste setor para muito em breve o patinho feio da agricultura sofra sua metamorfose e se torne mais pujante setor produtivo da grande agropecuária brasileira. Abraço Michel Kazanowski |
ELIZARIO PEDROZOENÉAS MARQUES - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE EM 23/08/2013
Parabéns pelo Artigo, retrata a minha realidade, sou novo na atividade 13 anos, minhas dificuldade alto custo de mão de obra, pouca terra tenho para produção 11ha meu, mais 05 ha com possibilidade de perder essa arrendada, em meu Município é composto por pequenas propriedades custo do ha mecanizado +- R$ 30.000,00 e não acho ao redor de minha propriedade, tenho 46% dos animais em produção (40 animais) estou mudando essa situação reduzindo plantel por falta de terra, dificuldade da sucessão, minha filha formou-se e vai trabalhar em outra atividade, meu filho esta cursando Veterinária não mostra intenção de continuar com a atividade, trabalho fora, eu e minha esposa estamos chegando aos 50 anos, saúde comprometida, Pontos positivos tenho uma boa genética média dos animais ano 27,4 litros dias, e 23.400 litros hectares ano, produção de volumoso próprio, custo litro 2012 de R$ 0,7170, eu e minha esposa amamos a atividade e se dedicamos ao estremo, teria que fazer investimentos a médio e longo prazo informatizar a ordenha e estrutura para confinamento total teria que pensar em 03 ordenhas dia, e ai a mão de obra? preciso ganhar em escala de produção, qualidade média dos últimos 05 anos CCS menos de 20.000, por essas e tantas outras com um aperto no coração devo abandonar a atividade. Passei essas informações mostrando que o tema esta de acordo com a minha realidade.
abraço a todos e mais uma vez parabéns. |
HENRIQUE COSTA FILHOCAMPINAS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 23/08/2013
Marcelo
Parabéns pelo artigo! Estou no segmento mais ou menos no mesmo tempo que você, e espero que essa profissionalização venha mesmo para ficar (não acho que exista outra alternativa). É preciso remunerar bem à cadeia e ser competitivo, PONTO FINAL. Só espero que essa profissionalização seja definitiva e não uma "moda", como a que tínhamos nos anos 90, onde empresários de sucesso na cidade, tinham suas "vaquinhas" para visitar nos finais de semana, tentaram implantar algo de profissional, mas a sua ausência e parcos conhecimentos do segmento, fizeram naufragar quase todos esses projetos... |
PAULO MARTINSJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO EM 22/08/2013
É isso mesmo, Marcelo. Parabéns pelo artigo! Estamos diante de uma nova realidade. Terra e mão de obra estão mais caras e a tendência é só crescer. A primeira é inelástica pelas regras ambientais e competição com outras commodities. A segunda, pela elevação do salário mínimo, como você coloca, mas também pelas transferências de renda como bolsa família e acesso ao ensino universitário pelos filhos do meio rural.
Com terra mais cara e com mão de obra mais cara todos os nosso conceitos começam a ficar velhos. Isso inclui as tecnologias, que precisam estar em consonância com os novos preços dos fatores para serem economicamente viáveis. Por exemplo, será que faz sentido indicar cana-de-açúcar para qualquer produtor? Será que faz sentido defender uma raça para qualquer tipo de propriedade? Claro que não. Estas e outras escolhas tecnológicas precisam estar atreladas ao preço da terra e ao preço da mão de obra, que cada vez serão mais caras... |
NELSON JESUS SABOIA RIBASGUARACI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE EM 22/08/2013
Muito boa analise, parece que é isso mesmo, eu vou ainda ficar no leite mas estas contas tem de ser feitas, na minha região o arrendamento da terra é uma boa opção.
Parabéns pelo artigo, um dos melhores que tenho lido nos últimos tempos. |
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