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2003: um ano de muitas expectativas e discussões, e alguns avanços

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 21/11/2003

3 MIN DE LEITURA

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O ano vai terminando e nos cabe fazer um balanço dos acontecimentos envolvendo o setor de lácteos. De um forma geral, 2003 foi um ano de expectativas, a começar pelo novo governo e seu Fome Zero, cuja efetiva implantação poderia e pode resultar em significativo aumento do consumo de lácteos.

Como se sabe, apesar do potencial e das expectativas serem grandes, os resultados práticos, por uma série de razões, até agora não se mostraram à altura do que foi propalado, ainda mais em se tratando do carro-chefe do novo governo. Não se trata de criticar, mas sim de conferir o resultado esperado com o efetivamente conquistado, para constatar que o projeto ainda não decolou. A expectativa era de se gerar mais de 1 bilhão de litros adicionais no consumo de leite por ano. Vamos aguardar 2004.

Ainda em relação aos programas públicos, 2003 vai terminando com a expectativa gerada pelo projeto do senador Hélio Costa que, se aprovado, poderá ter um impacto tão grande quanto o Fome Zero. Também, ficam as expectativas a respeito do programa Leve Leite, da prefeitura de São Paulo: afinal, a empresa vencedora da licitação vai ou não vai usar leite nacional?

Este ano foi ainda o ano da economia emperrada, com reflexos no consumo de todos os problemas, não sendo os lácteos a exceção. Neste final de ano, porém, os sinais de recuperação estão aí e nos permitem ter boas expectativas para 2004.

Na área de comércio exterior, nenhuma grande novidade. As exportações devem se equivaler ao verificado em 2002, sendo reflexo direto da disponibilidade de leite e dos preços aqui e lá fora. Mas não há uma ação coordenada para que o Brasil seja, aos poucos, grande exportador de lácteos, e com valor agregado. As importações cairam, influenciadas pela recuperação dos preços dos lácteos no exterior e pela economia com o freio de mão puxado, reduzindo o crescimento da demanda de lácteos. Porém, se a economia crescer em 2004, aliada ao desestímulo dos preços ao produtor, em queda neste final de ano, podemos novamente assistir ao aumento das importações em 2004.

2003 foi também o ano em que as discussões envolvendo o cooperativismo foram intensificadas, tendo sido inclusive realizado um evento na OCB, reunindo a grande maioria das cooperativas de leite. É um começo, sinalizado pela realização de um senso das cooperativas, mas cabe lembrar que muito precisa ser feito para que ocorra efetivamente algo que mude os rumos do setor.

As relações entre indústria e produtor também foram exaustivamente discutidas e, na prática, as novidades ficam por conta do Conseleite, no Paraná e, mais recentemente, pela criação da Câmara Setorial do Leite, que teve sua primeira reunião há alguns dias. Espera-se que este gupo possa discutir as questões envolvendo a cadeia do leite e dar maior agilidade e legitimidade às decisões sobre o setor.

Falou-se muito na questão das fraudes e, especialmente nos últimos meses, na problemática envolvendo a bebida láctea branca, que tende a confundir o consumidor e contribui para a concorrência dos preços do leite, no sentido de sua redução. Sobre o combate às fraudes, as notícias são positivas, com redução signficativa nas amostras analisadas, de mais de 30% para apenas 7%. Esperamos que a vigilância se mantenha ou se intensifique para que não haja retrocesso.

Marketing institucional também foi um tema recorrente, tanto pelas ações da Láctea Brasil, como pela participação de Craig Plymesser, da empresa norte-americana DMI, que coordena o marketing institucional neste país. Porém, há que se considerar que só se conseguirá avanços significativos quando houver um programa nacional, bem estruturado, com uma fonte de recursos suficiente para colher em larga os benefícios destas ações.

A bebida láctea branca é o reflexo de uma série de características relacionadas à cadeia do leite no Brasil: baixo poder aquisitivo, poder dos supermercados, dificuldade das empresas (especialmente as menores) obterem rentabilidade com leite longa vida, atributos de qualidade não reconhecidos pelo consumidor. Sob estes aspectos, a bebida láctea branca é muito mais conseqüência do que causa. Como as opiniões em geral estão convergindo para o fato de que não há tanto problema em existir tal produto, desde que não esteja sendo confundido com leite na hora da compra, podemos esperar que haverá uma solução em breve e os conflitos serão diminuidos.

Em resumo, todos os grandes obstáculos têm sido cada vez mais discutidos, mas soluções efetivas para eliminá-los ou minimizá-los ainda estão por se fazer. Vamos aguardar e trabalhar para que 2004 seja um ano de avanços mais concretos.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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