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Pegada hídrica da produção de leite

JULIO CESAR PASCALE PALHARES

EM 13/09/2013

12 MIN DE LEITURA

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Em qualquer fórum nacional ou internacional em que esteja sendo discutida a competitividade da agropecuária brasileira, o recurso natural que aparece como grande diferencial de competitividade é a água. A América do Sul e o Brasil são ricos nesse recurso natural. Preservá-lo e conservá-lo em quantidade e qualidade é estratégico para manutenção dessa competitividade.


Foto: Fazenda Monjolo Velho - Martinho Campos-MG

Historicamente, a relação da produção animal brasileira com a água é de exploração do recurso. Isso se deve à perpetuação da ideia de que o país é rico em água, por isso ela nunca irá faltar. Essa ideia não é totalmente verdadeira. O país tem grande disponibilidade hídrica, mas o maior volume de águas superficiais está na região Norte (Bacia Amazônica). Há também abundância de águas subterrâneas, mas muitas vezes o custo de captação é elevado e/ou a qualidade não se adéqua aos padrões necessários à produção animal. Com isso, já se observam diversos conflitos pelo uso da água, pois a necessidade dos usuários é maior do que a oferta de água em determinadas regiões.

A crescente população mundial, 6,6 bilhões de pessoas em 2010 e projeção de 9,2 bilhões em 2050; o aumento per capita da demanda por energia nos alimentos, de 2.850 kcal/dia em 2010 para 3.130 kcal/dia em 2050; a crescente participação de produtos de origem animal nas dietas, principalmente nos países em desenvolvimento, acarretará um forte aumento na demanda por recursos naturais (UNDP, 2006). Mesmo sem considerar os efeitos das mudanças climáticas, a disponibilidade de água deverá diminuir em 50% em 2050, devido, unicamente, ao crescimento populacional (Ringler et al., 2010).

O principal aumento do consumo ocorrerá na agricultura, devido à melhoria na qualidade dos alimentos e ao aumento da participação das proteínas animais nas dietas (Mioduszewski, 2009). O uso da água na pecuária ainda é baixo quando comparado com o uso de água pela agricultura. No entanto, com o crescimento da atividade nos países em desenvolvimento, projeta-se um aumento no consumo global de mais de 50% até o ano de 2025 (Rosegrant et al., 2002).

Tendo como referência o ano de 2010, a vazão de água efetivamente consumida no país, que representa 51% da vazão de retirada, mostrou que 72% corresponderam à demanda de irrigação e 11% de dessedentação animal (ANA, 2012). Destaca-se que em algumas regiões hidrográficas a demanda da pecuária é significativa: Paraguai, 41%; Amazônica, 32%; Nordeste Ocidental, 18%; Tocantins-Araguaia, 16%; Atlântico Leste, 8%; Paraná, Uruguai e Parnaíba, 5%.

Vacas em lactação necessitam de um acréscimo na ingestão diária de água de 4 a 5 litros para cada quilograma de leite. (NRC, 2001; Degaspari e Piekarski, 1998). Inventário de duas fazendas da Galícia (Espanha) concluiu que os animais consomem 2,7 litros de água para a produção de 1 litro de leite cru (Hospido et al., 2003). Capper et. al. (2009), para sistemas de produção de leite norte-americanos, avaliados em 1944 e 2007, detectaram uma diminuição no consumo de água de 10,7 L/kg de leite para 3,8 L/kg de leite. Drastig et. al. (2010) mensuraram consumo de 3,6 litros para cada quilograma de leite cru.

Os cenários expostos acima corroboram as seguintes considerações: a água é um elemento fundamental para a produção animal e fator de competitividade entre países e regiões; a intensificação é um processo natural no aumento da produção; os ganhos de produção irão se dar pelo aumento da produtividade e eficiência no uso de insumos e recursos naturais; a irrigação de pastagens, em algumas regiões, é prática fundamental para o aumento da produção leiteira, mas se planejada e manejada de forma incorreta, aumentará o passivo hídrico da produção de leite no Brasil; boas práticas hídricas devem ser implementadas para o correto uso da água.

A sociedade e aqueles que têm como missão gerenciar os recursos hídricos nos Estados e no país começam a questionar: quanto de água se consome para produzir um quilograma de carne ou de leite? Segundo Girard (2012), há falta de conhecimento das necessidades hídricas dos animais. É preciso estar ciente dos riscos da falta de água para as produções pecuárias e, com essa consciência, melhorar a eficiência da utilização da água. Aumentar o conhecimento da utilização da água pelos diferentes sistemas de produção e desenvolver métodos padronizados para quantificação desta utilização é a melhor forma, senão a única, para atingir o equilíbrio hídrico das produções. De acordo com Hoekstra (2011), somente entendendo a relação entre produção de proteína animal e recursos hídricos é que poderemos tomar decisões eficientes e eficazes. Ainda não existe nenhuma nação que considere em seu planejamento hídrico a relação pecuária e uso intensivo da água.

A avaliação da demanda hídrica traz à discussão outros conceitos que cada vez mais estarão presentes no dia a dia. O conceito de produtividade hídrica, relação entre a quantidade de produtos produzidos e a quantidade de água utilizada para gerar esses produtos, é o de maior importância e entendido como um indicador de desempenho hídrico. Possuir a informação da demanda hídrica propiciará implantar ações, práticas, políticas e programas a fim de melhorar a produtividade hídrica e por consequência trará segurança hídrica para o setor pecuário nacional.

A segurança hídrica é definida como a condição na qual o uso e o consumo de água pela propriedade e pela criação propiciam a manutenção dos benefícios ambientais, econômicos e sociais ao indivíduo e à sociedade e a conservação do recurso natural em quantidade e qualidade (Palhares et al., 2013).

A água é um requisito fundamental para todas as produções animais, mas, como objeto de pesquisa, tem recebido pouca atenção. Há muitas razões para essa falta de interesse no tema. A água para a maior parte da produção pecuária mundial está disponível, ou é abundante. Como ela não é comercializada como os outros insumos da produção, há pouco incentivo financeiro para estudar as relações da água com a pecuária (Patience, 2012).

Durante os últimos vinte anos, os pesquisadores desenvolveram métricas para ajudar a caracterizar, mapear e acompanhar as questões ambientais no planeta. Os estudos têm destacado a incompatibilidade entre a disponibilidade hídrica e a demanda de água (Hoekstra et al., 2012). As métricas são fundamentais para avaliar o desempenho das atividades agropecuárias e relevantes para orientar produtores e consumidores em suas decisões. A pegada hídrica é uma forma de geração deste tipo de informação que auxilia na tomada de decisão por produtos de menor impacto no uso da água e da terra (Pfister et al., 2011). Silva et al. (2013) consideram que, apesar de a comunidade científica internacional estar utilizando o conceito com o propósito de demonstrar a importância da gestão da água, no Brasil, esse tema é totalmente incipiente.

A pegada hídrica de um produto é definida como o volume de água consumido, direta e indiretamente, para produzir o produto. A principal vantagem do método frente a outras métricas é que ele calcula a água efetivamente consumida e não a água captada, além de inserir o cálculo das águas verde e cinza (Hoekstra et al., 2011). Ela se propõe a ser uma ferramenta analítica, auxiliando no entendimento de como o produto se relaciona com a escassez hídrica. A proposição de cálculo da pegada hídrica surgiu no início do século (2001/2002). Ela foi proposta pelo pesquisador Arjen Hoekstra, da Unesco, sendo aprimorada por pesquisadores da Universidade de Twente, na Holanda. Atualmente, grande parte dos estudos são realizados pela Water Footprint Network.

A agricultura é responsável por 92% da pegada hídrica do planeta, sendo que 29% é consumida na produção de alimentos para as atividades pecuárias. A pegada hídrica da produção animal é um terço da pegada agrícola (Mekonnen e Hoekstra, 2011).

Vanham e Bidoglio (2013) realizaram a avaliação da pegada hídrica de consumo de produtos agrícolas nos países da Comunidade Europeia. Os produtos de origem animal representaram mais de 50% do valor total. Os países consumiram um total de 41 milhões de toneladas de carne (84,5 kg/capita) e 114 milhões de toneladas de leite (234 kg/capita) no ano. Os produtos com maior impacto no valor da pegada hídrica foram o leite (569 L/capita/dia), carnes bovinas (478 L/capita/dia) e de porco (464 L/capita/dia). O Brasil precisa realizar cálculos de demanda e pegada hídrica, devido a características produtivas inerentes à região tropical e ao seu nível tecnológico. Caso contrário, o país será sempre refém de estudos internacionais.

Para se produzir um quilograma de leite são consumidos 1.020 litros de água (Mekonnen e Hoekstra, 2010). Os autores ressaltam que a precisa pegada deve ser calculada para cada sistema produtivo, pois irá depender do local onde o sistema está localizado, do tipo de animal, da composição e origem dos alimentos e das formas de uso da água (dessedentação, irrigação, resfriamento, lavagem).

O valor da pegada hídrica permite a comparação das demandas de água de diferentes produtos e do mesmo produto originado em diferentes países ou sistemas de produção. Para estimar os impactos locais no uso da água, deve-se considerar o contexto de escassez de água no local (Hoekstra et al., 2011). Gerbens-Leenes et al. (2011) A pegada pode variar entre duas fazendas adjacentes, simplesmente, por causa de diferentes práticas, por exemplo, quanto ao manejo do solo e ao uso de fertilizantes e pesticidas. Em sistemas orgânicos há uma redução da pegada cinza devido ao menor uso de fertilizantes e agrotóxicos.

A pegada hídrica é uma ferramenta útil para medir o consumo de água na produção animal. Os resultados indicam que o método de cálculo pode ser aplicado para diferentes fazendas no Chile, sendo que resultados robustos serão gerados a partir de bons registros do manejo animal da propriedade. É importante ter dados detalhados do consumo de água em cada etapa da produção a fim de determinar os pontos de maior consumo e estabelecer medidas mitigadoras e de aumento da eficiência hídrica (Sperberg e Martínez-Lagos, 2013).

Segundo Palhares (2012), as limitações para cálculo da demanda e da pegada hídrica na pecuária são:

• Inexistência de cultura hídrica na cadeia produtiva;
• Falta de informações para o cálculo aumenta a necessidade de inferências, o que aumenta as incertezas e os conflitos;
• Pouca interação pecuária e agricultura;
• Pecuária é fonte de poluição pontual e difusa, por isso é preciso dimensionar essas duas fontes para ter um cálculo mais robusto;
• Determinação das fronteiras do cálculo (sistemas de produção);
• Ausência de visão e políticas sistêmicas dos atores das cadeias e tomadores de decisão;
• Aversão de alguns atores da cadeia à metodologia, portanto, baixa cooperação para trabalhos conjuntos;
• Baixo entendimento do método pelos atores e pela sociedade;
• Sensacionalismo da mídia na divulgação da pegada e poucas ações que visem o esclarecimento da sociedade quanto ao método.

A produção de leite no Brasil tem grande importância econômica e social, principalmente pelo fato de a base fundiária ser a pequena e média propriedade. Isso representa renda e inserção social para milhares de pessoas. As sociedades mudam, bem como seus valores. Nos últimos anos, meio ambiente e conservação dos recursos naturais são valores que têm sido adicionados às atividades agropecuárias, devendo ser conciliados com os valores sociais e econômicos para que se atinja a almejada sustentabilidade.

Houve significativas evoluções no sistema de produção e em seus manejos reprodutivos, nutricionais e sanitários. O momento é de um novo salto, o de manejar ambientalmente a atividade e conhecer os seus fluxos de nutrientes, energia e água. O conhecimento desses fluxos proporcionará uma produção animal ambientalmente mais equilibrada, rentável e socialmente valorizada, pois a produção não será entendida como uma exploradora de recursos naturais, mas sim como uma transformadora eficiente e eficaz de elementos e nutrientes em alimento.


Referências Bibliográficas
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JULIO CESAR PASCALE PALHARES

Pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste

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WALFREDO GENEHR

IBAITI - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 18/09/2013

Parabéns pelo tema, em especial, aos tópicos apresentados.

A água é um dos fatores, depois da energia, mais limitantes da produção em qualquer atividade agropecuária. E, como bem frisastes, muito pouco estudada e/ou pesquisada pelo corpo técnico-científico brasileiro. Com tantas teses de pesquisa que são escritas poucas são as que abordam o tema de manejo e consumo de água no setor pecuário e, quando o fazem, o cosumo sempre é avaliado por animal e deste só, geralmente, a fase de dessedentação e da higienização. Caso fosse abordado o tema como o volume de água a ser utilizado com irrigação, o consumo de água por litro de leite cru e, isto, avaliado por unidade de área, demonstraria que diminui substancialmente a quantidade de água consumida por litro de leite (kg de sólidos) produzido, já que temos um aumento significativo na produção de quilos de sólido lácteos por hectare, isto devido à estabilização na oferta de Matéria Seca, bem como, também, ao aumento na oferta MS/unidade de área e à diminuição na FDN da forragem ofertada. E isto não só para suprir o déficit hídrico, mas nas regiões sujeitas a geadas pode, a irrigação por aspersão, ser usada para diminuir o efeito nocivo desta.

No Brasil, a pecuária de leite ainda é muito incipiente, em sua maioria, na utilização de conceitos tecnológicos de vanguarda e nisto a análise hídrica para a produção de leite é mais um conceito não utilizado, mesmo não sendo um conceito de vanguarda já que em outros países, como Israel, isto vem sendo feito há muitos anos.

Desta forma, o que podemos afirmar com certeza, que com a implantação do conceito da segurança hídrica no setor pecuário leiteiro daremos mais um passo para atingirmos a sustentabilidade ambiental desejada e alcançaremos os parâmetros apontados por Palhares et al., 2013.

Assim, com a redução nos custos de produção por unidade área, já que aumentaremos significativamente a produção forrageira, sem um aumento tão representativo nos custos de produção, faremos com que a produção na pecuária de carne e/ou de leite venha a ser mais estável, rentável e competitiva do que as dos dias atuais.

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