O grupo do Prof. W.W.Thatcher, da Universidade da Flórida, fez alguns estudos para avaliar as possibilidades de utilização de cipionato de estradiol, visando redução de custos, em protocolos de sincronização em tempo fixo (Use of estradiol cypionate for timed insemination, J. Dairy Sci., vol. 83, suppl. 1/2000, pg. 216).
Quatro experimentos avaliaram o uso de cipionato de estradiol (ECP) em protocolos de IA em tempo fixo, em bovinos de leite. Todos os animais foram sincronizados com uma injeção de GnRH (100 mcg), momento que foi considerado como dia zero, receberam acetato de melengestrol (MGA) entre os dias 1 e 6 (0,5 mg/dia) e uma aplicação de PGF2a no dia 7.
Dia 0 | Entre dias 1 e 6 | Dia 7 | Dia 8 |
GnRH (100 mcg) | MGA (0,5 mg/dia) | PGF2a (25 mg) | ECP (0; 0,5; 1,0 ou 2,0 mg) |
No experimento 1, foi avaliada a concentração plasmática de E2 e a taxa de ovulação nos animais que receberam 0 (n = 7); 0,5 (n = 7); 1,0 (n = 8) ou 2,0 (n = 7) mg de ECP no dia 8. O sangue foi colhido duas vezes por dia e o momento da ovulação foi determinado por ultra-som. O pico de E2 ocorreu entre 1 a 1,5 dias após a aplicação de ECP e foi diferente (P< 0,01) entre os grupos sendo de:
12 pg/ml para 0 mg de ECP
25 pg/ml para 0,5 e 1,0 mg de ECP
35 pg/ml para 2,0 mg de ECP.
A concentração de E2 também diferiu (P< 0,01) 4 dias depois da ovulação, sendo de:
4 pg/ml para 0 mg de ECP
7 pg/ml para 0,5 e 1,0 mg de ECP
12 pg/ml para 2,0 mg de ECP.
O tempo entre a aplicação de ECP até a ovulação foi mais curto e melhor sincronizado nos grupos que receberam 0,5 e 1,0 mg de ECP do que nos que receberam 0 e 2,0 mg de ECP, sendo 63+5,6+2 h vs. 83+13,81+6 h; (P< 0,01).
No experimento 2, o LH plasmático foi caracterizado após a aplicação de ECP (1 mg, n = 6, 24 h após a PGF2a vs. GnRH (100 mcg, n = 6; 48 h após a PGF2a. O sangue foi colhido a cada duas horas, por 50 h, no grupo ECP, ou a intervalos de 15 - 30 min entre -1 a 6 horas no grupo que recebeu GnRH.
Após a ovulação, foi colhido sangue diariamente até a próxima ovulação e a dinâmica folicular da primeira onda foi avaliada nos dias 1, 3, 5 e 7.
As vacas tratadas com ECP tiveram pico de LH mais longo (10 h > 4 h; P< 0,01) e não foram detectadas diferenças nas concentrações de progesterona ou na dinâmica folicular da primeira onda subseqüente.
No experimento 3, a ovulação de 14 novilhas tratadas com 0,5 mg de ECP ocorreu com 62+2 h após a aplicação de ECP.
No experimento 4, novilhas (n = 158) foram divididas em grupos controle e tratado, com ECP para IA em tempo fixo. Seguindo a sincronização do experimento 1, as novilhas controle foram inseminadas no estro e o grupo tratado que recebeu 0,5 mg de ECP no dia 8, foram inseminadas artificialmente 48h depois.
A taxa de prenhez foi semelhante entre os grupos, sendo de 39,2% para o grupo controle e de 39,2% para o grupo tratado com ECP.
Os resultados destes experimentos permitem concluir que 1 mg de ECP para vacas secas e 0,5 mg de ECP para novilhas foi efetivo para induzir o pico de LH, e de sincronizar a ovulação com fase lútea subseqüente normal e também taxa de prenhez normal em novilhas, potencialmente viabilizando o seu uso em protocolos de sincronização de ovulação em tempo fixo.