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Redução da eficiência reprodutiva das vacas de leite: Mito ou realidade?

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

E JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 02/12/2005

3 MIN DE LEITURA

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Muitos estudos têm reportado o decréscimo na eficiência reprodutiva das vacas de leite em todas as regiões do mundo. Por exemplo, um estudo realizado nos EUA mostrou que a taxa de concepção na primeira IA pós-parto caiu 0,45% ao ano, no período de 20 anos e na Inglaterra tem caído 1% ao ano.

Na nova Zelândia a concepção a primeira IA caiu de 55,5% para 45,5% em 10 anos e na Espanha o mesmo resultado foi verificado a partir da analise dos dados de 12.711 lactações de 1991 a 2000.

Nos EUA o número de IA por concepção aumentou de 1,75 para mais de 3, no período de 20 anos e na Irlanda esse número subiu de 1,54 para 1,75 entre 1990 e 2000.

No Canadá a fertilidade é medida pela taxa de concepção a primeira e a segunda IA, a taxa de concepção a primeira IA caiu de 44% para 39% e a segunda IA caiu de 47% para 41%, resultando no decréscimo de aproximadamente 5% em 10 anos.

Estes dados de vários países chamam a atenção para um problema que precisa ser discutido. Neste radar vamos ver alguns fatores relacionados com a queda na fertilidade das vacas de leite.

Fatores que afetam a fertilidade

Idade da vaca

A analise dos dados de fertilidade demonstra que a mesma diminui com o aumento do número de lactações da vaca. Um estudo feito no Canadá entre 1993 e 2002 mostrou que a taxa de concepção das novilhas não mudou nesse período, porém um grande decréscimo foi observado na concepção de vacas primíparas e multíparas.

Dados de transferência de embriões mostram a influência da idade na fertilidade. A analise de 2809 colheitas de embriões mostrou que:

1- A porcentagem de estruturas não fertilizadas colhidas de vacas primíparas foi duas vezes maior do que em novilhas.
2- A porcentagem de estruturas não fertilizadas e embriões degenerados aumentou com a idade das vacas.

Produção de Leite

Todos os estudos mostram associação entre o aumento da produção de leite e redução da fertilidade. Em um estudo feito no Canadá com rebanho de leite mostrou que em comparação com as vacas que produzem menos de 7.500 kg de leite por lactação, a taxa de concepção das vacas que produzem de 7.500 a 10.000 kg de leite é 7,5% menor e nas vacas que produzem mais de 10.000 kg de leite por lactação a taxa de concepção é 15% menor. No Canadá no período de 1990 a 2001, a produção média de leite subiu de 6.800 para 8.800 kg de leite por lactação e a taxa de concepção na primeira IA pós-parto caiu de 44 para 39%.

Influencia do controle artificial do ciclo estral

O crescimento dos rebanhos está criando a necessidade do uso de novos manejos reprodutivos. Os protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) estão ficando cada vez mais populares porque em rebanhos com baixa taxa de detecção de cio o uso desses protocolos reduz o intervalo parto-primeira IA e parto-concepção.

Os protocolos resultam em uma taxa de prenhez bastante aceitável e ainda eliminam a necessidade de detecção do estro. Vacas de leite inseminadas com protocolos de IATF apresentam menor taxa de concepção do que vacas inseminadas após a observação do estro (método tradicional), porém o intervalo parto-primeira IA é reduzido e a taxa de prenhez aumenta.

Redução da fertilidade devido a doenças

Alguns estudos mostram que as doenças, sejam elas relacionadas ou não com o sistema reprodutivo, tem grande impacto na fertilidade das vacas. Um grande estudo mostrou que metrite, distocia, laminite, mastite e retenção de placenta têm efeito negativo na taxa de concepção à primeira IA pós-parto, decrescendo a taxa de concepção em 2,5 a 8%.

Conclusão

A eficiência reprodutiva das vacas de leite tem decrescido no mundo todo. O aumento da produção de leite por vaca é um dos fatores que contribui para esse problema. Será que aqui no Brasil isto também está acontecendo? Para descobrimos se isto está ocorrendo aqui temos que controlar nossos índices para detectarmos o problema e tomarmos medidas de prevenção e correção.

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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