O trato reprodutivo leva aproximadamente 30 dias para voltar ao estado pré-gestacional após o parto; esse processo é chamado de involução uterina. Portanto, na maioria das vacas a inseminação pode ser iniciada de 40 a 60 dias pós-parto.
A involução uterina envolve processos, como:

Necrose e descamação da camada superficial do útero: Este processo se inicia 5 a 7 dias depois do parto, completando-se entre os dias 11 e 12. O tecido necrótico forma os lóquios (secreção eliminada pela vagina no pós-parto).

Redução das carúnculas a seu tamanho pré-gestação:

Esta etapa se completa entre 2 e 3 semanas pós-parto.

Re-epitelização das carúnculas:

A involução uterina se completa entre 25 e 50 dias pós-parto.

Figura 1. Fotos do útero de vacas abatidas com 1, 5, 10, 15 e 20 dias após o parto (DPP).


A involução uterina começa com redução do tamanho uterino por vasoconstrição e contrações do miométrio (musculatura uterina), relativamente lenta durante os 10 primeiros dias, seguida por um aumento do tônus e redução do tamanho uterino nos dias seguintes (entre 10 a 14 dias). A involução se completa com retorno a um estágio uterino semelhante ao estágio não-gravídico entre 25 a 50 dias após o parto.

A involução uterina é um processo séptico, em que vários microorganismos facultativos são isolados do meio uterino.

Um médico veterinário dever examinar todas as vacas por palpação retal, 30 dias após o parto, para avaliar a condição do trato reprodutivo e determinar se a vaca já pode ser inseminada (Esse tipo de avaliação não é recomendado antes dos 30 dias pós-parto).

Espera-se que as vacas saudáveis e que não tiveram nenhum problema ao parto apresentem pelo menos um cio até 50 dias pós-parto. As vacas que não forem detectadas em cio nesse período devem ser re-examindas pelo veterinário, para seja avaliado se esta ocorrendo falha de detecção de cio ou anestro prolongado nas vacas.

Cetose, laminite, fígado gorduroso e disfunções ovulatórias, principlamente anestro, são problemas metabólicos relacionados com o balanço energético no pós-parto. A perda excessiva de peso no pós-parto deve ser visto como um problema de ingestão de energia que reduz a fertilidade no pós-parto.

A prevenção da perda excessiva de peso ou da mobilização de gordura corporal nas primeiras 4 semanas após o parto é muito importante para a fertilidade subseqüente. As vacas toleram perdas de 0,5 a 0,75 pontos de condição corporal (escala de 1 a 5 pontos) nas primeiras 4 semanas pós-parto, perdas acima desse limite compromete a fertilidade na primeira inseminação pós-parto.

A maioria das vacas pode ser inseminada com 40 a 60 dias após o parto, mas para isso temos que minimizar a ocorrência dos problemas peri-parto, que comprometem a involução uterina, e a perda de peso após o parto, para garantir que as vacas voltem a ciclar o mais cedo possível.

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