O objetivo deste estudo foi avaliar o que ocorre com a substituição do segundo GnRH do protocolo Ovsynch por ECP (Incidence and timing of estrus, LH surge, and ovulation in cows treated with the Ovsynch protocol with estradiol cypionate (ECP) substituting for GnRH, J. Dairy Sci., vol. 85, suppl 1, no 394, p.99, 2002).
Foram avaliadas vacas de leite com 61 a 82 dias em lactação no momento da inseminação artificial em tempo fixo, em 13 replicatas.
Foram utilizados quatro tratamentos com base no protocolo Ovsynch:
01: Ovsynch com GnRH 48h após a PGF2a (GnRH; n=28);
02: Ovsynch mais implante de CIDR no dia do primeiro GnRH, por 7 dias (GnRH + CIDR; n=20);
03: Ovsynch com ECP substituindo o segundo GnRH, na dosagem de 1mg de ECP, 24h após a aplicação de PGF2a e inseminação artificial em tempo fixo (IATF) 48h depois (ECP; n=37);
04: Ovsynch mais implante de CIDR no dia do primeiro GnRH, por 7 dias com ECP substituindo o segundo GnRH, na dosagem de 1mg de ECP, 24h após a aplicação de PGF2a e inseminação artificial em tempo fixo (IATF) 48h depois (ECP + CIDR; n=26).
O maior folículo foi identificado por ultra-sonografia 24h após a aplicação de PGF2a e depois de 70h, monitorado continuamente a cada 6h até a ovulação.
Amostras de sangue foram colhidas em três replicatas, as 0, 6, 8 e 10h após a aplicação de GnRH e com 24-30h e a cada duas horas até 58h após a aplicação de ECP, para determinar incidência, momento, duração e pico de LH induzido.
Em quatro replicatas, as vacas receberam o dispositivo Heat Watch para monitorar o estro.
O intervalo da aplicação de ECP ao estro foi de 25,3h (n=16), ao pico de LH, de 41,2h (n=14) e à ovulação, de 61,1h (n=35).
Maior número de vacas (P<0,01) apresentaram estro após a aplicação de PGF2a quando receberam ECP (40%; n=63) do que quando receberam GnRH (8%; n=48), apesar da taxa de ovulação ter sido menor (P<0,01; ECP=59%, n=59 vs GnRH=83%, n=46).
A incidência de pico de LH após ECP (82%; n=11) e GnRH (90%; n=10) foi semelhante, apesar do implante de CIDR ter apresentado efeito negativo no grupo que recebeu ECP (42%; n=12), mas não no grupo que recebeu GnRH (89%; n=9).
A duração do pico de LH foi menor (P<0,01) após GnRH (6+-1h; n=17) que após ECP (11 +- 1h; n=14), porém não houve diferença no pico após ECP (3,71 ng/ml, n=14) e GnRH (5,81 ng/ml; n=17).
A taxa de concepção foi maior (P<0,05) no grupo que recebeu CIDR e ECP (39%; n=26) do que nas que receberam apenas ECP (22%; n=37), enquanto no grupo que recebeu GnRH ocorreu o contrário, com apenas GnRH, 43% (n=28) e com CIDR + GnRH, de 5% (n=20).
Estes dados permitem concluir que a substituição de GnRH por ECP resulta em mais vacas em estro, porém com menor taxa de sincronização, com pequeno efeito na fertilidade.