Este é o resumo do trabalho publicado por Hanlon D.W.; Jarrat, G.M.; Davidson, P.J.; Millar, A.J.; Douglas, V.L., na revista Theriogenology 63 (2005) 1938-1945 e foi desenvolvido na Nova Zelândia.
Introdução
Muitos estudos mostraram que vacas com baixa concentração de progesterona após a inseminação artificial (IA) têm baixa taxa de concepção, o que fez com que muitos estudos avaliassem a suplementação de progesterona após a IA. Estes estudos têm resultados controversos, alguns mostram não efeito e outros reportam aumento da taxa de concepção. Considerando que alguns desses estudos utilizaram um número pequeno de animais, Mann e Lamming (1999) analisaram os resultados de 17 trabalhos e encontraram que com a suplementação com progesterona após a IA houve aumento de 5% na taxa de concepção.
Em vacas ciclando diversos estudos têm mostrado aumento da taxa de concepção quanto a gonadotrofina coriônica humana (hCG) é aplicada 5 a 7 dias após a IA ou o GnRH é aplicado de 11 a 14 dias após a IA. Também foi observado que a aplicação de hCG aumenta mais a concentração de progesterona do que a aplicação de GnRH. O mecanismo de ação do hCG e do GnRH é pela indução da formação de um corpo lúteo acessório e um efeito estimulatório sobre o CL inicial.
Somente um estudo investigou o uso do GnRH após a IA para aumentar a taxa de prenhez de vacas em anestro. Neste estudo o GnRH foi aplicado no dia 6 após a IA, causando aumento significativo da concentração de progesterona mas não foi detectado efeito na taxa de concepção.
O presente estudo foi conduzido para investigar o uso da aplicação de 1500UI de hCG cinco dias após a IA para aumentar a taxa de concepção ao primeiro serviço em vacas de leite em anestro.
O experimento foi conduzido durante a estação de monta de 2003/2004 da Nova Zelândia com 442 vacas de leite em anestro, mantidas a pasto.
Todas as vacas com mais de 21 dias pós-parto não detectadas em estro foram examinadas para determinação da presença de CL e classificadas em anestro (sem CL) ou ciclando (com CL). Vacas com escore de condição corporal abaixo de 3,5 (escala de 1 a 10) foram excluídas.
As vacas em anestro foram tratadas no dia -8 com um dispositivo intravaginal de progesterona (Cue-Mate, contendo 1,56g de progesterona). O dispositivo foi removido no dia -2 e no dia -1 as vacas receberam a aplicação de 1mg de benzoato de estradiol, as vacas que mostraram estro nos dias 0 e 1 foram inseminadas. Após a inseminação as vacas foram divididas em dois grupos:
Grupo controle: sem tratamento após a IA
Grupo tratamento: aplicação de 1500UI de hCG 5 dias após a IA
Foram colhidas amostras de sangue de 15 vacas de cada grupo nos dias 5 e 14 após a IA, para dosagem de progesterona por radioimunoensaio.
Resultados
Não foi detectada diferença entre o grupo controle e o grupo que recebeu hCG na taxa de concepção ao primeiro serviço.
Tabela 1. Taxa de detecção de cio nos primeiros dois dias após a aplicação de BE e taxa de concepção no primeiro serviço das vacas em anestro de acordo com o tratamento.
A concentração sérica de progesterona no dia 5 após a IA não diferiu entre os grupos, mas no dia 12 foi maior no grupo tratado (P<0,01)
Tabela 2. Concentração sérica de progesterona nos dias 5 e 12 após a IA de acordo com o tratamento.
Valores com diferentes subscritos na mesma linha diferem (P<0,01)
Conclusão
A aplicação de 1500UI de hCG no dia 5 após a IA não aumentou a taxa de concepção no primeiro serviço de vacas de leite em anestro, apesar da concentração sérica de progesterona ter sido maior no dia 12 após a IA nas vacas tratadas.