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Dicas para aumentar o sucesso da IA - Parte 4

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

E JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 29/07/2008

4 MIN DE LEITURA

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Este texto é parte da palestra apresentada pelo Dr. Tom Geary, no XII Curso de Novos Enfoques na Reprodução e Produção de Bovinos, realizado em Uberlândia em março de 2008.

Fertilidade do sêmen

O nível de fertilidade dos espermatozóides varia não apenas entre os touros, mas também entre as datas de coleta de um mesmo touro. A classificação da fertilidade dos touros pode ser diferente dependendo do uso em cobertura de vacas em estro ou IA em tempo fixo. Estranhamente, os touros nem sempre têm um desempenho melhor com a inseminação de vacas em estro. A maioria das centrais de coleta de sêmen de touros tem informação sobre a fertilidade de seus touros já testados (mais velhos), mas não disponibiliza esta informação de forma ampla. Os produtores são aconselhados a pelo menos perguntar aos representantes de venda se recomendariam o uso do sêmen de um determinado touro para determinados protocolos de IA em tempo fixo.

Os protocolos de IA em tempo fixo que sincronizam a ovulação em uma janela de tempo menor serão mais clementes com o sêmen de menor qualidade (Figura 1). Da mesma forma, a identificação do momento correto para a IA em tempo fixo para um dado protocolo permite o uso de um sêmen "menos fértil", sem efeitos prejudiciais sobre a taxa de prenhez com IA. A morfologia é o melhor indicador de que os espermatozóides são saudáveis, assegurando a fertilização e um desenvolvimento embrionário adequado.

Comparado com o sêmen coletado em um ambiente de calor ou depois de um insulto térmico, o sêmen coletado em um ambiente frio tem maior motilidade e menos anomalias (Vogler et al., 1993; Barros et al., 2006). Nas centrais de IA, a morfologia dos espermatozóides é avaliada com relação a características compensatórias e não compensatórias. As características compensatórias são anomalias geralmente menores, que diminuem a fertilidade e são compensadas pela adição de um número maior de espermatozóides por palheta. As não compensatórias são anomalias maiores que diminuem a fertilidade qualquer que seja o número de espermatozóides por palheta. Os ejaculados classificados como não compensatórios são geralmente descartados e não chegam a ser congelados.

É importante e recomendado que a data de coleta de sêmen (impressa na palheta) seja registrada para cada inseminação, de forma que o problema correto possa ser identificado se as taxas de prenhez forem baixas. Não há nada que o produtor possa fazer se tiver como ponto de partida um sêmen de baixa qualidade. É importante obter sêmen de uma empresa que tenha boa reputação.




Figura 1. Número de espermatozóides vivos / Horas de longevidade dos espermatozóides. Situações que irão maximizar ou minimizar as diferenças na fertilidade dos reprodutores no campo. O gráfico superior mostra IA em tempo fixo com pouco controle da ovulação, o gráfico do meio mostra o momento incorreto da IA em tempo fixo com ovulação controlada; o gráfico inferior mostra o momento correto da IA em tempo fixo com ovulação controlada.

A inseminação artificial está disponível para os produtores há muito tempo. Precisamos ter em mente que uma parte do progresso alcançado com IA resulta das melhorias na manipulação do sêmen. Agora, o sêmen é embalado em palhetas com 0,25 a 0,5 ml porque são mais fáceis de manipular. As palhetas precisam ser descongeladas a 37oC durante um mínimo de 30 segundos. Às vezes, a pressa é tão grande que acabamos inseminando as fêmeas tão rapidamente que não estamos descongelando o sêmen o suficiente.

Mais erros ocorrem em todos os aspectos da IA quando fazemos o processo com pressa demais. Além disso, quando retiramos as palhetas do tanque de nitrogênio líquido, é imperativo que o técnico mantenha a caneca e as palhetas de sêmen não usadas o mais longe possível da boca do tanque. É sempre melhor manter todas as palhetas de sêmen não usadas abaixo da linha de congelamento na boca do tanque, porque os espermatozóides podem sofrer lesões a temperaturas tão baixas quanto -79oC (DeJarnette, 1999). Além disso, uma vez que tenham ocorrido estas lesões não podem ser corrigidas recolocando o sêmen no nitrogênio líquido (Saacke et al., 1978).

Quando diversas vacas precisam ser inseminadas em um determinado dia com o mesmo sêmen, múltiplas palhetas podem ser descongeladas simultaneamente para facilitar a IA e diminuir o número de vezes que a caneca é levantada até a boca do tanque. Dalton et al. (2004) realizaram um experimento para determinar o efeito do descongelamento simultâneo de múltiplas palhetas de sêmen de 0,5 ml e a seqüência de inseminação (1a, 2a, 3a ou 4a) sobre as taxas de concepção.

A seqüência de inseminação e o tempo decorrido desde o final do descongelamento até que a 4a inseminação tivesse sido completada não tiveram efeito sobre a taxa de concepção. Os espermatozóides ainda são viáveis por mais do que 4 horas quando mantidos a 37oC, mas a meta do técnico deve ser a deposição do sêmen no corpo do útero da vaca dentro de aproximadamente 15 minutos depois do descongelamento.

Conclusão

Há diversos fatores que podem influenciar o sucesso de um programa de IA. Esta revisão enfoca alguns destes fatores. Os produtores podem alcançar progresso com IA se usarem algum tempo para avaliar cada um dos principais componentes que controlam o sucesso: 1. Porcentagem de fêmeas detectadas em estro e inseminadas, 2. Eficiência do inseminador, 3. Fertilidade do rebanho, e 4. Fertilidade do sêmen.

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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RICARDA MARIA DOS SANTOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 20/03/2009

Prezado Adilton,
Muito obrigada!
Assim que tivermos resultados mais consistente te passo o protocolo, e você também pode testá-lo.
Um abraço,
Ricarda.
ADILTON FERRAZ DA SILVA

SALVADOR - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/03/2009

Drª Ricarda, grato pela atenção a minha pergunta e em ter nos respondido. Gostaria de saber quais os protocolos que estão sendo testados para indução da ciclicidade. Seria inclusive uma forma de ajudar como Médico Veterinário e pecuarista neste experimento, testando os protocolos em minhas novilhas sob a vossa coordenação e lhes enviando os resultados.

Abraço
Adilton Ferraz
RICARDA MARIA DOS SANTOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 17/03/2009

Prezado Adilton Ferraz da Silva,
Muito obrigada pela participação!
A primeira pergunta que devemos fazer quando vamos trabalhar com novilhas cruzadas é se elas estão ciclando. Como descobrir isso? Um veterinário pode avalair a presença de corpo lúteo ou pode-se observar a manifestação de cio.
Se elas estiverem ciclando pode ser usado o mesmo protocolo descrito na resposta acima.
Se elas não estiverem ciclando é melhor esperar um pouco, estamos testando alguns protocolos de indução de ciclicidade, mas os resultados ainda não são muito consistentes.
Um abraço,
Ricarda.
ADILTON FERRAZ DA SILVA

SALVADOR - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/03/2009

Drª Ricarda!
Parabens pela resposta ao Sr. José Ricardo, sobre o protocolo de IATF com e sem observação de cio. São com estas e outras informações que vamos buscando cada dia a melhoria na aplicação das biotecnológias e tronando-as mais atrativas para aqueles que ainda não as adotam, poís sabemos, que a adoção de qualquer técnica com competência o resultado será eminente e com certeza este é um caminho sem volta.
A minha pergunta é a seguinte: qual o protocolo de IATF mais eficiente para novilhas 3/4 de gir e 1/4 de europeu em regime de pasto?

Att.
Adilton Ferraz
RICARDA MARIA DOS SANTOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 09/08/2008

Prezado José Ricardo Vilkas,
Muito obrigada! Fico muito feliz em saber que estamos contribuindo de alguma forma.
O protocolo que o senhor se refere é esse:
dia 0 - aplicação de 2 ml de BE + inserção do CIDR
dia 7 - aplicação de prostaglandina
dia 9 - retirada do CIDR + aplicação de 0,5ml de ECP + aplicação de 1mL de Folligon.
Depois da aplicação do ECP observa-se o cio, e as
vacas são inseminadas 12 horas após a detecção do
cio. As vacas que não demostram cio são inseminadas 48h após a aplicação do ECP.

No protocolo que o senhor usa também é aplicado BE (Estrogin) no dia 0?
Se for é mais fisiologicamente correto respeitar esses tempos.
Um abraço,
Ricarda.

JOSÉ RICARDO VILKAS

ANGATUBA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/08/2008

Boa noite!

É de vital importância que textos assinados por vocês sejam lidos, guardados e refletidos e fico feliz que vocês doutores, com tanto conhecimento, compartilhem deste conosco, trazendo muitos benefícios dentro de nossas propriedades. Estão de parabéns.

Em módulo anterior, doutora Ricarda descreveu um protocolo para vacas de alta produção, que se espera 48 horas após ecp para IATF, sem apresentar cio. Em nossa fazenda, no 7 dia, aplicamos ciosin + foligon e esperamos 36 horas paraIATF. Após, ecp no 8 dia. Podemos continuar ou é melhor mudar?

Meus votos para que continuem essa brilhante carreira.

Abraço
josé ricardo vilkas

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