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Dicas para aumentar o sucesso da IA - Parte 3

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

E JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 14/07/2008

5 MIN DE LEITURA

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Este texto é parte da palestra apresentada pelo Dr. Tom Geary, no XII Curso de Novos Enfoques na Reprodução e Produção de Bovinos, realizado em Uberlândia em março de 2008.

Conhecimento / Eficiência do Inseminador

Os técnicos deveriam usar a estimulação clitoriana para aumentar as taxas de prenhez, mas apenas nas vacas. A pesquisa demonstrou que a estimulação ou massagem clitoriana durante 3 a 5 segundos após a IA aumenta as taxas de prenhez em vacas de 4 a 15%. As taxas de prenhez das novilhas, entretanto, diminui de 3 a 5% quando esta estimulação foi usada. Pressupõe-se que o método pelo qual a massagem clitoriana aumenta as taxas de prenhez em vacas seja pelas contrações uterinas e/ou vaginais, que aumentam a retenção do sêmen no útero após a IA. Não está clara a razão pela qual isto não beneficia as novilhas, mas pode ser que seja porque o sêmen é depositado no local incorreto em uma porcentagem maior de novilhas do que de vacas.

É crítico que o sêmen seja depositado no útero e não na cervix, uma vez que as taxas de prenhez são pelo menos 10% mais baixas no caso de inseminações cervicais (Macpherson, 1968). A deposição cervical de sêmen ocorre em 20% das tentativas de inseminação no corpo do útero (Peters et al., 1984). Quando estão colocando o sêmen, os técnicos precisam assegurar que estão empurrando o êmbolo em direção à haste de inseminação e não o contrário, puxando a haste de inseminação em direção ao êmbolo. Provavelmente seja melhor depositar o sêmen um pouco mais profundamente no útero do que correr o risco de depositar uma parte na cervix.

O estresse pode prejudicar mais o técnico do que prejudica a vaca. Todos nós acreditávamos que o estresse afetasse as taxas de prenhez. Um estudo realizado em novilhas de corte mostrou que o estresse em torno do momento da IA não tem efeito sobre as taxas de prenhez (Yavas et al., 1996). Por outro lado, quando estamos estressados a tendência é de termos um desempenho relativamente ruim na execução de tarefas relativamente rotineiras. Assim, limitar o estresse próximo do momento da IA pode ser mais importante para nós do que para as vacas.

Contudo, certos estresses que a vaca sofre em determinados momentos depois da IA podem afetar as taxas de prenhez. Harrington et al. (1995) utilizaram o estresse do transporte em caminhão (durante aproximadamente 7 horas) para avaliar os efeitos do estresse sobre as taxas de prenhez durante períodos definidos após a IA (Tabela 1). Há grandes janelas entre estes intervalos experimentais de tempo sobre as quais nada sabemos, mas provavelmente seria melhor transportar em caminhão ou movimentar os animais o mais rápido possível após a IA ou então 40 dias após a cobertura.

O implante do embrião geralmente está completo em torno de 42 dias após a IA, e não é de se esperar que o estresse do transporte afete a sobrevivência do embrião quando ocorre depois de 40 dias. A movimentação dos animais através de instalações como seringas e bretes, também pode afetar o estabelecimento da prenhez em novilhas (Geary et al., 2005). Devemos ter mente que os fatores de estresse aplicados em momentos críticos em vacas sincronizadas podem afetar a maioria das vacas, diferente do que ocorre em um grupo de vacas não sincronizadas.


Tabela 1. Efeitos do estresse do transporte em caminhão, depois da IA, sobre as taxas de prenhez.


Fertilidade do rebanho

A fertilidade do rebanho pode ser influenciada pela situação da ciclicidade, condição corporal (nível nutricional), diferença entre 1o e 3o estro, saúde, conformidade com os protocolos de sincronização, genética, produção de leite. Cada um destes itens precisa ser otimizado. É bem conhecido o fato de que os animais mestiços são mais férteis do que os animais de raça pura, mas estes animais também precisam ser capazes de ter bom desempenho em ambiente tropical. Também é bem conhecido o fato de que o primeiro estro da novilha (estro puberal), mesmo quando seguido por um ciclo estral de duração normal, não é tão fértil quanto o seu terceiro estro (Byerley et al., 1991).

Ainda que os protocolos que incluem exposição a progestágeno sejam capazes de induzir ciclos estrais, estes cios induzidos podem não ser tão férteis quanto o subseqüente. Algumas vezes, somos tentados a pensar que se um pouquinho de algo é bom, um pouco a mais será ainda melhor. Este não é o caso com os produtos para a sincronização, e é importante que os produtores sigam os protocolos com rigor. Assim, por exemplo, a administração de um pouco a mais de benzoato de estradiol 24 horas depois da remoção dos dispositivos de progesterona irá aumentar as probabilidades de que vaca esteja em estro dentro das 60 horas seguintes, mas pode ser mais prejudicial para a fertilidade do que benéfico.

Nas vacas, a remoção do bezerro por um prazo curto (48 a 72 horas) da PGF até a ovulação ainda é um método viável de melhorar as taxas de prenhez com IA em aproximadamente 8% (Smith et al., 1979; Kiser et al., 1980; Yelich et al., 1995; Geary et al., 2001). A remoção do bezerro por um prazo curto aumentou a freqüência de pulsos de GnRH e LH (Edwards, 1985; Shively e Williams, 1989) e aumentou o teor de LH liberado como resposta a uma injeção de GnRH (Smith et al., 1983). Isto poderia ser particularmente benéfico em vacas Bos indicus, uma vez que outros autores relataram menores picos de GnRH e LH associados ao estro em vacas Bos indicus (Randel, 1976) e redução do pico de LH em resposta à administração de GnRH (Griffen e Randel, 1978).

O estresse térmico é um problema comum para os produtores brasileiros, e se aconselha que evitem ou reduzam os efeitos do estresse térmico durante a sincronização e IA ou estação de monta natural. Saber que pode afetar a fertilidade (diminui as taxas de concepção na IA e/ou aumenta a mortalidade embrionária) de 50 a 20 dias antes da IA (Chebel et al., 2004) até o início da prenhez. O sêmen de touros Bos indicus com tolerância ao calor pode diminuir os efeitos do estresse térmico (Barros et al., 2006). Dados in vitro sugerem que a genética do oócito (Bos indicus x Bos taurus) pode ser mais importante.

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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