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Impacto do fotoperíodo associado ao BST na produção de leite

POR JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

COWTECH

EM 02/02/2001

3 MIN DE LEITURA

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João Paulo V. Alves dos Santos

De acordo com diversos estudos e resultados de pesquisas já amplamente divulgados no meio acadêmico, o uso do BST aumenta a produção de leite.

Recentemente uma nova prática de manejo, visando aumento no desempenho produtivo dos animais, vem sendo adotada por diversos produtores: a utilização de iluminação artificial em épocas do ano em que a luminosidade diminui. Pesquisas realizadas nos EUA, Canadá e Inglaterra têm confirmado resultados semelhantes. De acordo com as mesmas, animais submetidos a dias mais longos produzem cerca de 2,3 litros a mais por dia que vacas em regime de fotoperíodo natural. Atualmente, pesquisadores do mundo todo estão centrando suas atenções para o resultado de experimentos envolvendo o uso de BST, três ordenhas diárias e fornecimento extra de luz. Um recente estudo publicado demonstrou que a combinação da utilização de dias mais longos com uso de BST gerou incrementos significativos na produção de leite. A produção de leite de 40 animais foi comparada de acordo com os seguintes tratamentos:

* fotoperíodo natural (controle)
* fotoperíodo natural + BST
* fornecimento de luz suplementar (dias longos)
* fornecimento de luz suplementar (dias longos) + BST

Os resultados obtidos demonstraram que a produção de leite foi 2,0 litros superior no caso do tratamento de fotoperíodo natural + BST comparado com apenas fotoperíodo natural. O maior ganho apresentado em relação às vacas em condições normais (fotoperíodo natural) foi obtido com os animais que receberam luz suplementar (dias longos) + BST, havendo um aumento na produção total de aproximadamente 8,0 litros por dia contra 5,7 litros comparando-se o fotoperíodo natural X fotoperíodo natural +BST.

A tabela a seguir, resume alguns dados experimentais.

Tabela 1. Produção de Leite e Consumo de MS de vacas com ou sem uso de BST (por 140 dias)

Tabela 1


Uma observação interessante é que a maior produção de leite com BST não refletiu em maior consumo de MS (especialmente na iluminação natural), apesar do experimento ter durado 140 dias. Espera-se normalmente que o aumento da produção de leite em função do BST acarrete em aumento do consumo de MS, principalmente a partir de 6 semanas após o início do fornecimento. Já no caso do fornecimento da luz suplementar, houve aumento do consumo.

Recentemente, um outro trabalho, abordou a suplementação de luz com uso de BST + utilização de três ordenhas diárias, apresentando resultados positivos diante dos tratamentos testemunhas. De acordo com os especialistas, a tendência futura é a união destes três últimos fatores como prática de manejo para aumentar a produção. Detalhes, porém, não podem ser esquecidos. De acordo com os mesmos, o fornecimento excessivo de luz é prejudicial, sendo necessárias seis horas diárias de escuridão aos animais.

Vacas secas:

Com relação a vacas secas, o contrário se aplica, ou seja, a recomendação para animais secos é a utilização de dias curtos. Um experimento envolvendo 34 animais realizou dois tipos de tratamento em vacas que foram secas:

* dias curtos (8 horas de luz 16 horas de escuro)
* dias longos (16 horas de luz e 8 horas de escuro)

A tabela a seguir resume o resultado da pesquisa:

Tabela 2. Níveis de Prolactina no parto e produção de leite durante os 4 meses seguintes ao tratamento de luz durante o período seco

Tabela 2


O aumento da produção de leite devido à exposição de luz está relacionado ao sistema endócrino do animal, estimulando a produção de prolactina, hormônio responsável pelo início da lactação no parto e também a manutenção da mesma. Sabe-se que a concentração de prolactina aumenta no momento do parto, sendo esperada resposta positiva no caso do tratamento com dias longos, o que não ocorreu. Segundo os pesquisadores, tal reversão de comportamento deve estar associada a algum mecanismo que torna a vaca seca imune a exposição de um padrão de luz constante. Ao contrário, quando se trabalha com dias curtos, ao se reverter para luminosidade normal a partir do parto, seria como se um gatilho alavancasse a produção de leite. Tal padrão de comportamento retratado durante a pesquisa coincide com o que foi observado na natureza, ou seja, animais que tiveram parto após período seco com dias longos (verão), apresentaram menor produção de leite.

Comentário MilkPoint: as informações acima obviamente se aplicam a situações em que o manejo nutricional do rebanho é bastante apurado e em casos onde há a possibilidade de manutenção de condições ambientais controladas em patamares desejados. Todavia, devemos destacar o detalhamento do manejo visando maiores produções e conseqüente possibilidade de melhoria na lucratividade da propriedade. Certamente pesquisas envolvendo a influencia do fotoperíodo, na produção de leite, devem ser mais estudadas e detalhadas. No Sudeste e Sul do Brasil, no inverno e parte da primeira e do outono, em animais confinados, o impacto do fotoperíodo merece ser avaliado.

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fonte: Hoard’s Dairyman, janeiro 2001

JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

Espaço para artigos e debates técnicos expostos por especialistas e equipe de consultores.

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