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Compra de forragem para silagem: risco ou alternativa para o produtor?

POR JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

COWTECH

EM 05/12/2003

4 MIN DE LEITURA

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Planejar e dimensionar corretamente os recursos forrageiros para o futuro parece ser uma tarefa relativamente simples do ponto de vista matemático/agronômico, entretanto, na prática, nem sempre o planejado ocorre, seja o sistema de produção a pasto ou confinamento.

Quando avaliamos sistemas de produção de leite, quanto ao dimensionamento de recursos forrageiros, é comum encontramos nesta época do ano produtores enfrentando problemas de escassez de volumoso, devido a erros no planejamento da safra passada ou problemas oriundos de condições climáticas adversas, como as tardias chuvas do ano passado. Este quadro muitas vezes chega a ser dramático para sistemas confinados, cuja falta de forragem ensilada/conservada promove rupturas e mudanças no regime alimentar dos animais, comprometendo de maneira expressiva a produção diária de leite.

Para ilustrar este tema utilizaremos como exemplo, uma situação real e atual. O caso refere-se a Fazenda Fidenza, situada no município de São Manuel-SP, produtora de leite B, com 100 vacas em lactação em regime de confinamento tipo free-stall. Devido às condições climáticas adversas no segundo semestre do ano passado, houve quebra na produção no plantio de milho para silagem. Conforme a estimativa da assessoria técnica da propriedade, o material ensilado tinha duração prevista até a segunda quinzena de novembro/03. Tal situação obrigou o proprietário a buscar alternativas para alimentação do rebanho em produção. A solução encontrada, para "tapar o buraco" foi a compra de uma roça de sorgo granífero de um agricultor da região que, em função da baixa produtividade estimada do mesmo, por razões econômicas, optou por não colhê-lo. Os dados envolvendo a compra, custos e ensilagem do material são descritos a seguir:

Compra e transporte:

Não existem regras para estipular o preço a ser pago pela roça. A maneira mais racional do ponto de vista da assistência técnica da propriedade foi o pagamento por tonelada. O preço a ser pago por tonelada foi definido, por sua vez, através da distância entre a roça e a fazenda (25 km) e os demais custos envolvidos no processo de ensilagem. Para projeção do preço máximo a ser pago por tonelada comprada, utilizou-se uma silagem de milho de R$55,00/ton de matéria original. Em função do seu valor nutritivo ser inferior a esta silagem, o proprietário da Fidenza partiu do pretexto de um preço final (alvo) entre R$45,00 e R$50,00/ton MO. Os preços negociados foram:

a) compra da roça: R$15,00/ton MO

b) frete: R$55,00/viagem*

*caminhões "toco", graneleiros, com sobrecaixão. O preço por km (R$2,60) foi mais elevado que um frete comum em função da movimentação do mesmo ao longo da roça e estrada de difícil acesso (terra). Foram utilizados 2 caminhões no processo.


Colheita e ensilagem:

Devido ao baixo porte da forrageira, a fazenda optou pelo uso de uma colhedeira de forragem tipo "área total", Siltomac &Reg; modelo 730 (A-10). O trator utilizado foi um Ford 6610, conduzido por funcionário da fazenda. Para manejo da bica e movimentação da carga (arrumação) dentro do caminhão, foi contratado um diarista. No silo, foi usado para compactação outro trator Ford 6610. A área colhida foi de 9 ha em 20 horas de corte (2,22 h/ha) e um custo do conjunto de R$25,00/h.

Desta forma, os custos são apresentados a seguir:

a) colheita: R$55,55/ha

b) compactação: R$13,75/ha (0,55 h/ha)

c) mão de obra (diarista): R$5,55/ha

Os caminhões foram pesados individualmente, a cada viagem, numa granja vizinha, totalizando um volume de 33,33 toneladas de silagem transportada, ou seja, confirmando a baixa expectativa de produção (média de 3,7 ton MO/ha).

Resumo das operações (custos totais):

Compra da roça


R$15,00/ton x 33,33 ton = R$499,95

Transporte (caminhões)

10 viagens x 55,00/viagem = R$550,00

Colheita

R$55,55/ha x 9 ha = R$499,95

Compactação

R$13,75/ha x 9 ha = R$123,75

Mão de obra

R$10,00 x 5 dias = R$50,00

Sendo 33,33 toneladas colhidas, temos a tabela abaixo:


Comentários do autor: a realização de planilhas de custo envolvendo a produção de forragens pode apresentar controvérsias quanto ao custo final/ton do material colhido, em função de diferentes critérios adotados na sua confecção. No exemplo acima, o produtor conseguiu chegar próximo do seu objetivo em termos de custo, de acordo com a sua metodologia. Devemos alertar que a compra de forragem como a situação acima requer muitos cuidados, destacando o custo do transporte e preço de compra da roça. Cabe ressaltar, que o produtor deve sempre estar atento quanto à questão da "oportunidade", que nem sempre ocorre e, muitas vezes, está associada à uma boa dose de sorte. No exemplo acima, a mesma (oportunidade) surgiu e permitiu a compra do sorgo a um preço competitivo. Destacamos, ainda, no exemplo da Fidenza, o elevado custo da colheita em função da baixa produtividade da roça. Se por um lado o preço de compra pôde ser considerado interessante (baixa produtividade), o custo da colheita foi elevado sendo um potencial fator que pode comprometer o custo final do processo. Apesar do pequeno volume de material colhido (33,33 ton), a experiência real da fazenda em questão serve como referência de possível meio não convencional de obtenção de forragem em situações adversas.

Fonte: Dados do autor

JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

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