Animais confinados estão freqüentemente sujeitos a problemas de casco devido a constante exposição dos mesmos em superfície abrasiva (cimento) com elevada umidade em função da urina, esterco e/ou resíduos de água de lavagem das instalações. Além disso, vacas estabuladas geralmente apresentam elevado potencial genético, com elevada aptidão leiteira, sendo submetidos a dietas cuja % de matéria seca (MS) proveniente de concentrados é bastante elevada. Nestes casos, qualquer descuido relacionado ao tamponamento e/ou tamanho de partículas oferecidas na dieta pode ser fatal, dando origem a casos de acidose ruminal que futuramente podem vir a comprometer a saúde dos cascos através dos típicos casos de laminite.
O emprego do pedilúvio tem sido recomendado e adotado por grande número de produtores como sendo a "solução milagrosa" e não uma ferramenta de prevenção no que diz respeito à sanidade dos cascos. A questão levantada é a seguinte: como quantificar e avaliar a eficiência do uso de pedilúvios?
Podemos começar com simples perguntas: qual a freqüência de troca de solução do pedilúvio? A solução deve ser trocada sempre? A recomendação é que se utilize uma solução de formol a 5% para cada 250 passadas.
Muitas doenças de cascos são transmitidas de um animal para outro, por este motivo, a passagem de saída dos animais onde se encontra o pedilúvio não deve permitir a parada de animais, a fim de evitar a contaminação da solução.
A saúde dos cascos está relacionada com o número de passagens dos animais pela solução, que deve ser freqüente. Uma única passagem por mês não solucionará o problema. A dica para melhorar a eficiência do pedilúvio seria o emprego de uma caixa de limpeza prévia dos cascos (lava-pés), para promover a retirada do excesso de esterco antes do contato dos mesmos com a solução ativa.
O pedilúvio deve estar posicionado numa passagem em que as vacas não venham a parar no meio do percurso. O seu uso deve ser por 3 dias consecutivos a cada 15 dias. Vale ressaltar que uma pré-lavagem dos cascos antes da passagem pela solução, auxilia no controle preventivo de problemas relacionados à saúde dos cascos.
Dentre as doenças mais comuns que afetam os rebanhos de leite, destacamos a verruga de casco.A resolução do questionário abaixo, elaborado pelo médico veterinário Dick Wallace do Departamento de Extensão da Universidade de Illinois, pode auxiliar o produtor a responder questões sobre a eficiência do de seu pedilúvio no controle das mesmas:
1) Com qual freqüência a solução do pedilúvio é trocada?
Um outro detalhe importante, que deve ser ressaltado, é sobre o uso de antibióticos no pedilúvio, prática adotada por muitos produtores, porém contra indicada, de acordo com veterinários especialistas, inclusive o próprio Dick. A justificativa é que existe a chance de ocorrência de resíduos, do mesmo, no leite.
fonte: adaptado de Hoard’s Dairyman 10 maio, 2000