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Análise comparativa entre sistemas de produção de leite a pasto no Estado de São Paulo

POR JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

COWTECH

EM 16/02/2001

3 MIN DE LEITURA

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João Paulo V. Alves dos Santos

No atual momento da pecuária leiteira nacional, a avaliação de diferentes sistemas de produção quanto à viabilidade econômica é um importante tema, merecendo destaque nesta coluna.

O objetivo de cada produtor, qualquer que seja o processo de intensificação, deve ser sempre melhorar a eficiência, reduzindo os custos da exploração, o que é obtido mediante o melhor uso dos recursos técnicos, administrativos e financeiros.

Recentemente foi publicado um estudo de pesquisadores brasileiros com o objetivo de avaliar os índices produtivos, produção e viabilidade econômica de sistemas de produção de leite, com características semelhantes. Para tal, foram selecionadas quatro propriedades nos moldes do sistema de produção de leite da EMBRAPA-CPPSE (São Carlos-SP), esta também fazendo parte da pesquisa. Dentre as propriedades particulares, duas encontram-se na região de São Carlos-SP e uma na região de São João da Boa Vista-SP. As quatro fazendas utilizaram, durante a pesquisa, o mesmo sistema de produção, ou seja, pastejo intensivo no verão como única fonte de volumoso e suplementação no inverno com silagem de milho, todas elas produzindo leite tipo B (com rebanho mestiço holandês-zebú, acima do grau sanguíneo 7/8). Cuidados especiais também foram tomados, visando a maior semelhança possível nos quesitos: topografia, fertilidade do solo, maquinário, instalações e mão de obra disponível. A tabela 1, resume alguns resultados:

Tabela 1. Índices zootécnicos nos quatro sistemas produtores de leite tipo B no Estado de São Paulo (dados referentes ao período de 1995 a 1996)

Tabela 1


Os índices zootécnicos da tabela acima serviram como base para cálculo de índices produtivos e econômicos gerando os indicadores da pesquisa coletados de maio de 1995 a abril de 1996. Vale observar que, para todas as fazendas, foi adotado um descarte de 20% ao ano (50% abate e 50% pra produção). A tabela 2 demonstra os resultados principais em relação à produção e produtividade dos sistemas.

Tabela 2. Produção e produtividade de quatro empresas produtoras de leite no Estado de São Paulo

Tabela 2


Os custos médios por litro de leite, dos quatro sistemas são apresentados, a seguir, na tabela 3:

Tabela 3. Custos(R$) médios de produção por litro de leite de quatro empresas produtoras de leite do Estado de São Paulo

Tabela 3



Tabela 4. Taxas anuais de remuneração (%) do capital de quatro empresas produtoras de leite do Estado de São Paulo

Tabela 4


Podemos observar as tabelas acima e verificar que os índices produtivos entre os sistemas não apresentaram muitas variações entre si, exceto animais em lactação, produtividade por área e lotação animal. À exceção do sistema 1, os demais produziam quantidade semelhante de leite por dia. O sistema 4 apresentou uma taxa de lotação próxima ao sistema 1, porém seus índices zootécnicos e produtivos foram os piores, além de menor volume de produção, comprometendo a sua eficiência econômica. De maneira geral, as propriedades cobriram os custos com capital circulante, estando acima do valor da caderneta de poupança de 6% ao ano, conforme observamos na tabela 4, acima. O mesmo não podemos dizer com relação à remuneração do patrimônio capital sem terra, em que os sistemas 2 e 4 apresentaram valores abaixo da rentabilidade da poupança. De acordo com os pesquisadores, isso significa uma maior dificuldade de reposição do capital imobilizado em máquinas, benfeitorias e forrageiras não anuais, por parte destas duas últimas fazendas (ao final da vida útil). Com relação à remuneração do capital com terra, além dos sistemas 2 e 4, encontramos o 3 com um valor abaixo do desejado. Em outras palavras, o lucro obtido não foi suficiente para remunerar o imobilizado com terra.

Comentário MilkPoint: é necessário que ocorram mudanças em termos de eficiência técnica e conseqüentemente econômica principalmente nos sistemas 2, 3 e 4, embora o sistema 1 apresente produção por área abaixo do potencial para forrageiras tropicais. Caso não haja melhoria na eficiência dos mesmos, seria mais interessante a realização da aplicação de seus recursos disponíveis no mercado financeiro, segundo os idealizadores da pesquisa.

Um outro ponto a ser comentado é que os dados foram obtidos em 1995 e 1996, quando o real valia mais do que o dólar. De lá para cá, os custos em real subiram consideravelmente, de forma que, mantidos os mesmos níveis zootécnicos, a situação hoje seria ainda pior. Trabalhos deste tipo geram informações importantes, que auxiliam na tomada de decisão e na definição dos sistemas de produção para a região sudeste.


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fonte: Eli Antônio Schiffler, Antônio Bento Mâncio, Sebastião Teixeira Gomes, Augusto César de Queiroz. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, volume 28, número 2, 1999

JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

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