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Cenário no curto e médio prazo

POR MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

PANORAMA DE MERCADO

EM 07/02/2003

3 MIN DE LEITURA

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Nestes primeiros dias de fevereiro já se falou de tudo com relação aos próximos preços do leite. Aumenta, fica estável ou cai. Não há uma percepção comum sobre o mercado, um reflexo do período em que vivemos.

Tensão mundial, ameaças de guerra, de crise de preços de petróleo, mudança de governo, efeitos climáticos, enfim, este é o mercado real na prática, difícil de avaliar.

O fato é que somando as condições do mercado interno com o cenário internacional, quedas de preços são cada vez mais pouco prováveis. Hoje o cenário é mais para aumento do que para queda, mesmo que estes aumentos só venham a ocorrer em março ou abril.

Grandes indústrias, competindo na captação de leite, já anunciaram reajustes nos valores deste mês para determinadas regiões. No entanto em outros locais, onde atuam com maior tranquilidade, praticamente sozinhas, prevê-se algum decréscimo nos preços, algo em torno de R$0,01/litro, segundo informações preliminares. Estas informações precisam ainda ser confirmadas pelas pesquisas.

Justamente pelas reais condições do mercado de insumos, especulações em torno do preço do leite têm surtido pouco efeito. Temos notícias de indústrias que tentaram reduzir os preços em até R$0,04/litro para a produção de janeiro e acabaram perdendo produtores da noite para o dia. Não se trata de fidelidade ou não do produtor com a indústria, mas sim de sobrevivência.

Reduzindo os preços do leite, o produtor não é capaz de fechar as contas do mês e preparar a produção da seca, o que consequentemente provocará retração no volume de produção.


Enquanto o ambiente estiver concorrido, quem tentar especular com os preços perderá produtor. Baixar preços, só em regiões com pouca concorrência entre as indústrias, e mesmo assim, corre-se o risco de que se reduza o volume ofertado.

Ao produtor, num cenário como este, a recomendação é que se mantenha informado, seja através do MilkPoint, de televisão, informativos, revistas, conversas com outros produtores e com difusores de tecnologia. Os fatos atuais é que contam e não os ocorridos no passado.

Nunca é demais lembrar: o comportamento dos preços deste ano não pode ser avaliado com base em análise de anos anteriores.

Outro dia, um economista disse em entrevista: "se vai ter guerra, que tenha logo para evitar que as especulações se prolonguem." Hoje não se sabe o futuro da oferta de alimentos no mundo. Serão feitos estoques? Haverá redução de oferta de alimentos no mercado internacional? Quanto custará o transporte marítimo? Haverá demanda de alimentos para uma possível recuperação do Iraque? Enfim, estas incertezas mantêm o mercado especulado como um todo. No caso do leite, diferente dos grãos, mais pelos custos e risco de falta de oferta do que especulação direta.

Quando terminar o iminente conflito, o mercado leiteiro no Brasil provavelmente já estará no período de entressafra.

Esta entressafra é ainda caracterizada pelas seguintes particularidades:

=>El Niño e seus efeitos climáticos, que devem encarecer a produção de silagens. Imagine o que aconteceu com a maioria das silagens produzidas em janeiro. Clientes da Scot Consultoria chegaram a relatar índices de chuvas em janeiro quase 3 vezes superiores que a média do mês para os últimos 20 anos.

=>Cotações dos insumos foram reajustadas em patamares superiores aos índices inflacionários. Os preços de fertilizantes, diesel e concentrados subiram desproporcionalmente como temos divulgado nos últimos meses. Recentemente, análise da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) confirmou os números que a Scot Consultoria tem divulgado em termos de aumento nos custos de produção.

=>Efeitos pós conflito, que ainda nem sabemos o desfecho e muito menos quando chegará ao fim. Pode ser que entre a criação e a leitura deste artigo a guerra já tenha começado, dadas as tensões da última quinta-feira, dia 6 de fevereiro. Pelo discurso do presidente norte americano George Bush, cada vez fica mais certo dos Estados Unidos irem à guerra.

=>Ao mesmo tempo que a produção parece ter parado de crescer, a demanda continuou aumentando. Há o crescimento natural do mercado interno e ainda aparecem cada vez mais notícias de aumentos de exportações de lácteos.

Mesmo sem cogitar a hipótese de aumento da demanda de leite pelo programa Fome Zero, o cenário é favorável à firmeza de preços, mesmo que em algumas regiões acabem ocorrendo recuos nos valores pagos aos produtores no curto prazo.

Vale lembrar que cenário favorável ao aumento dos preços não significa necessariamente ser favorável aos produtores. Em 2002 os preços estiveram sempre em alta, ao passo que para os produtores as condições foram semelhantes às de 2001.

MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

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