De acordo com a pesquisadora Lourdes Maria Corrêa Cabral, da Embrapa, o soro quando fracionado dividi-se em água, proteína, açúcares e sais minerais. Da proteína obtêm-se os peptídeos, moléculas de aminoácidos indispensáveis para o bom funcionamento do organismo e que possuem efeito antihipertensivo dentre outras propriedades. "A ideia é concentrar os peptídeos bioativos na forma de pó para utilizá-lo como ingrediente na formulação de alimentos funcionais como iogurtes, por exemplo".
Também é possível trabalhar com os outros elementos fracionados (água, sais minerais e açúcares) para elaboração de novos ingredientes. No entanto, para o momento, o foco das pesquisas estará na obtenção de peptídeos em pó. Esse trabalho deve consumir três anos de pesquisas para torná-lo viável técnica e economicamente. "O que hoje é um passivo ambiental pode tornar-se um produto de alto valor agregado para a agroindústria e benéfico para o consumidor", ressaltou Lourdes Cabral.
Os alimentos funcionais são responsáveis por efeitos metabólicos benéficos à saúde e bem-estar e podem atuar como coadjuvantes na prevenção e tratamento de doenças. Os estudos científicos são importantes para comprovar seus efeitos. Ao mesmo tempo, o aproveitamento de resíduos minimiza o custo ambiental do processamento agroindustrial, uma questão cada vez mais cobrada pela sociedade.
A matéria é da Embrapa, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.