Valor nutricional dos queijos para crianças em crescimento

O queijo é uma fonte nutritiva de cálcio e proteína de alta qualidade e pode tornar outros alimentos mais atraentes para crianças. A maioria das crianças não consome quantidades recomendadas de alimentos recomendados, como frutas, vegetais, grãos integrais e leite desnatado, identificados pelo Guia Dietético para Americanos como sendo limitados nas dietas das crianças (5). O queijo é um item popular no cardápio das crianças e, quando oferecido como parte de lanches escolares, podem ajudá-las a consumir as porções recomendadas de alimentos lácteos. Resultados de dois estudos com crianças do ensino médio indicam que a adição de queijos a vários itens do cardápio pode ajudar no consumo de alguns desses alimentos (como vegetais e grãos integrais, por exemplo), em comparação a esses alimentos oferecidos sem queijos (30). Esse resultado foi observado em ambientes de lanchonetes com uma ampla variedade de alimentos disponíveis e em um ambiente controlado de componentes alimentares colocados lado a lado.

Aspectos de saúde dos queijos: o que as pesquisas mostram

Saúde dos ossos. Muitos queijos são excelentes fontes de cálcio e boas fontes de proteínas e fósforo, o que ajuda na saúde dos ossos (7,12). Além disso, os queijos contribuem na dieta com outros nutrientes, como magnésio, zinco, vitaminas A e K, que têm um papel benéfico na saúde dos ossos (7). O cálcio é o nutriente específico mais importante que dá suporte ao crescimento e desenvolvimento normal do esqueleto nos primeiros anos de vida e ajuda a manter a saúde óssea com o avanço da idade (7,31). Muitas organizações do Governo e de profissionais de saúde recomendam alimentos como os produtos lácteos, incluindo queijos, como a fonte preferencial de nutrientes para a saúde dos ossos (5-8,31).

Saúde gastrointestinal. Muitos queijos envelhecidos, devido a seu teor muito baixo de lactose, são fontes bem toleradas de nutrientes lácteos para pessoas com intolerância à lactose (31). A má digestão da lactose é uma condição geneticamente determinada na qual a quantidade de lactose (açúcar do leite) consumida excede a quantidade de enzimas lactases necessárias para metabolizar a lactose. A intolerância à lactose é definida como a ocorrência de sintomas gastrointestinais que podem resultar da digestão incompleta da lactose. Estudos demonstram que muitas pessoas com má digestão da lactose podem consumir queijos sem o desenvolvimento de sintomas de intolerância (32,33). Como muitos queijos, particularmente duros ou envelhecidos (como queijo cheddar, suíço, mussarela) são ricos em cálcio ainda que naturalmente com baixo teor de lactose, várias organizações de saúde recomendam queijos como uma opção de alimento lácteo para pessoas com má digestão da lactose (5,6,34).

Saúde dos dentes. Múltiplos fatores, incluindo dieta, placa dentária, bactéria, fluxo e composição da saliva, além de dentes susceptíveis, influenciam na ocorrência de cáries dentárias, uma doença que afeta quase 42% das crianças e adolescentes dos Estados Unidos e 90% dos adultos (36). Descobertas de estudos experimentais com animais e humanos sugerem que várias variedades de queijos (como cheddar, Gouda, blue, mussarela, suíço, etc) não contribuem para as cáries dentárias e que podem até mesmo ajudar a reduzir os riscos de cáries (4,31,37,38). Além disso, certos componentes dos queijos, como as proteínas (caseína, peptídeos bioativos), gordura, cálcio e fósforo podem contribuir para o efeito protetor contra cáries desse alimento. Potenciais mecanismos pelos quais o queijo pode ter um papel protetor nas cáries dentárias incluem sua capacidade de estimular o fluxo salivar, inibir as placas bacterianas e fornecer cálcio e fósforo inorgânico, que reduzem a desmineralização e aumenta a remineralização do esmalte dentário (31,37,38).

Embora evidências surgidas até agora sugiram um efeito protetor dos queijos contra as cáries dentárias, são necessárias pesquisas adicionais para determinar se todos os queijos têm o mesmo grau de benefícios e determinar o mecanismo responsável por isso. Entretanto, o público geral (39) e as organizações de profissionais de saúde dentária, como a Academia Americana de Odontopediatras (AAPD, da sigla em inglês) (44) e a Associação Dental Americana (41) reconhecem que os queijos dão suporte à saúde dentária. A AAPD (40) diz que:

"Certos queijos têm mostrado ter características que impedem o desenvolvimento de cavidades quando consumidos sozinhos, como lanches ou no final da refeição".

"Queijos como os envelhecidos cheddar, suíço, mussarela e monterey Jack estimulam o fluxo salivar, limpando a boca de restos de alimentos e agindo como um protetor para neutralizar os ácidos que atacam os dentes".

"O cálcio e o fósforo encontrados nos queijos também reduzem ou previnem as cáries em níveis de pH da saliva e promovem a remineralização do esmalte do dente".

Doenças cardiovasculares. O queijo em moderação pode ser incluído em dietas saudáveis para o coração que cumprem recomendações de gordura total, saturada e sódio (42-45). O conhecido estudo patrocinado pelo Governo dos Estados Unidos chamado Medidas Dietéticas para Parar a Hipertensão (em inglês, Dietary Approaches to Stop Hypertension - DASH), que é uma dieta com baixo teor de gordura incluindo duas a três porções de alimentos lácteos e de oito a dez porções de frutas e vegetais por dia, tem mostrado reduzir os fatores de risco para doenças cardíacas. Esses incluem pressão sanguínea alta (hipertensão) (46), colesterol total e colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade) (47) e homocisteína (um aminoácido que é um fator de risco independente para doenças cardíacas) (48), bem como obesidade (49). Um cardápio semanal de amostras de um plano de dieta DASH baseado em 2.000 calorias por dia inclui queijos com baixo teor de gordura de cinco a sete dias por semana (50). As Recomendações de Dieta e Estilo de Vida da Associação Americana do Coração (AHA, sigla em inglês) para reduzir os riscos de doenças cardiovasculares oferece a dieta DASH e Mudanças Terapêuticas no Estilo de Vida como exemplos de padrões de consumo saudáveis para seguir as diretrizes da AHA (51). Ambos os padrões dietéticos incluem de duas a três porções diárias de produtos lácteos com baixo teor de gordura, incluindo queijos (51).

Pequenos estudos de intervenção com humanos têm demonstrado que o consumo de queijos tem um efeito relativamente pequeno de aumentar o colesterol LDL comparado com uma quantidade similar de gordura ou manteiga (42,52,53). Além disso, o consumo de queijos mostrou estar positivamente associado com o colesterol HDL do soro sanguíneo em um grande estudo (54). Apesar de mais pesquisas serem necessárias para confirmar essas descobertas e identificar os mecanismos envolvidos, estudos recentes observacionais suportam a adição de quantidades moderadas de queijos em uma dieta saudável para o coração (44,55,56). As descobertas de que os queijos possam ser menos capazes de aumentar o colesterol do que o sugerido por seu teor de gordura/gordura saturada podem envolver outros componentes dos queijos, como cálcio, proteínas (peptídeos bioativos), esfingolipídios e menaquinona de cadeia longa (vitamina K2) (29,31,43,45,55,56).

Uma revisão de uma conferência feita para examinar a gordura láctea em relação a doenças cardiovasculares levou os pesquisadores a concluir que "não existem evidências claras de que o consumo de alimentos lácteos está consistentemente associado com um maior risco de doenças cardiovasculares. Dos principais alimentos lácteos, evidências limitadas até agora indicam que os queijos parecem estar mais provavelmente associados com menores riscos de doenças cardiovasculares" (57).

Conclusões

As recomendações dietéticas reconhecendo a contribuição dos alimentos lácteos para uma dieta saudável reconhecem os queijos como um importante componente do Grupo Leite (5-8). Devido aos benefícios nutricionais e para a saúde dos queijos e ao fato de que o queijo é um alimento popular, a indústria de lácteos continuamente aspira desenvolver queijos para satisfazer o gosto e as demandas dos consumidores.

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Baseado no artigo "The role of cheese in healthful diets", do National Dairy Council (https://www.nationaldairycouncil.org) - Dairy Council Digest Archives, Volume 80, Número 6 Novembro/Dezembro de 2009.