Pouco atuante no fornecimento de medicamentos para animais de produção no Brasil, a veterinária francesa Virbac está prospectando aquisições no segmento de bovinos no país. O objetivo da empresa é ambicioso: ser uma das três maiores veterinárias na área de ruminantes até 2025.

O diretor-geral de animais de grande porte da Virbac, Mehdi Laraichi, disse que a operação brasileira da indústria deve ficar mais parecida com o negócio global do grupo, reduzindo a dependência relativa do setor de animais de companhia (pets) no faturamento.  Até 2014, a Virbac praticamente só vendia produtos para cães e gatos no Brasil, o que a deixava de fora do principal setor da indústria veterinária no país, mesmo contando com expertise em outra partes do mundo. Com uma faturamento anual de US$ 1 bilhão e fábricas em 11 países, a Virbac é uma das principais veterinárias na área de bovinos na Austrália, Uruguai e Índia.

Com a chegada do franco-marroquino Laraichi ao Brasil, no ano passado, a situação começou a mudar, a partir de lançamentos de vacinas importadoras do laboratório que a companhia tem no Uruguai. Com isso, as vendas de produtos na área de bovinos devem render cerca de R$ 35 milhões neste ano, ante R$ 14 milhões há dois anos. 

A partir de 2017, a empresa também venderá no Brasil antibióticos e anti- inflamatórios fabricados no México e na França. "Vamos lançar uma linha completa de produtos que não têm prazo de carência", afirmou o executivo. Em meio à crise, a empresa decidiu não repassar integralmente a alta do dólar para o preço dos medicamentos, o que é fundamental para uma companhia que está apenas iniciando sua relação com os pecuaristas. 

Na avaliação de Laraichi, a combinação de lançamentos e reforços na equipe de vendas já devem alçar a Virbac ao ranking das dez maiores veterinárias do setor de ruminantes até 2020, atingindo um faturamento de cerca de R$ 80 milhões apenas na área de bovinos.

Mas estar entre as três maiores exigirá mais esforços. Na prática, as vendas da área de bovinos terão de ultrapassar os R$ 300 milhões por ano, calculou Laraichi. E é exatamente por isso que a Virbac está em busca de aquisições.  Não à toa, a Virbac já fez mais de 20 'due diligences' no Brasil, mas não conseguiu fechar negócios. Segundo ele, a companhia pode comprar uma empresa inteira ou mesmo linhas de produtos de ruminantes. Se esse plano não prosperar, construir uma fábrica pode ser a alternativa.

As informações são do jornal Valor Econômico, resumidas pela Equipe MilkPoint.