"Este encontro é um momento muito importante, que sempre aborda temas relevantes e de interesse dos produtores rurais, além de apresentar algumas das ações desenvolvidas e planejadas pelo Sindicato. É fundamental o envolvimento das nossas lideranças comunitárias", destacou a presidente do STR, Liane Brackmann, reafirmando a importância da palestra de Bayer. "A produção leiteira é muito representativa e a grande maioria dos nossos associados, assim como dos associados da Languiru, é de produtores de leite."
Tradição e desenvolvimento
O presidente da Languiru, Dirceu Bayer, palestrou sobre o tema "Tradição e desenvolvimento da atividade leiteira na região", considerando que o Vale do Taquari é uma das principais bacias leiteiras do Estado. "Contamos com boas condições para produzir, principalmente em se falando do clima e da água. No entanto, há pontos em que precisamos evoluir. Uma de nossas maiores dificuldades está relacionada à escassez de mão de obra, o que encarece o custo de produção", disse.
Para ele, o trabalho de orientação e assistência técnica aos produtores é fundamental. "Deve haver esta troca constante de experiências e de aprendizado, atendendo às exigências de qualidade e de legislação. Nesse contexto, o trabalho desenvolvido pelo Departamento Técnico da Languiru e pela equipe do Sindicato é muito importante, buscando constantemente o envolvimento e a aproximação com os produtores rurais", enumerou.
Bayer ainda falou dos benefícios para a saúde do consumo de leite e dos volumes mundiais de produção e consumo. "O Brasil possui 1,3 milhão de produtores de leite e o Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor, atrás apenas de Minas Gerais. A tendência para os próximos anos é de um aumento mundial da produção de leite. Países em desenvolvimento oferecem condições climáticas favoráveis para a atividade, permitindo o pastoreio dos animais na maior parte do ano, diminuindo os custos de alimentação, de mão de obra e de capital empregado", explicou.
Importação
O presidente se disse preocupado com os volumes de importação de leite em pó de países vizinhos, como Argentina e Uruguai. "A importação de leite em pó para o Brasil duplicou de 2015 para 2016. Por outro lado, as exportações brasileiras são, em geral, pouco competitivas, dependendo da situação do mercado externo. Paralelamente a isso, o forte aumento de produção no país levou à plena disponibilidade de leite, enfraquecendo preços de leite cru ao produtor e também no atacado e no varejo", lamentou Bayer, sugerindo que é necessário unir esforços diante dessa situação.
"A redução de impostos para quem importa e a queda na cotação do dólar facilitam a entrada de leite em pó estrangeiro no Brasil, o que prejudica muito a cadeia leiteira local. Importante esclarecer que não somos contra a importação, até pelo fato de que o Brasil precisa de relações comerciais internacionais, mas que essa comercialização seja em volumes que não tragam problemas aos produtores e à indústria brasileira.O associativismo é a única saída para a sustentabilidade dos pequenos produtores", afirmou, apresentando indicadores da disparidade dessa balança comercial: em 2016, o Brasil importou 241,1 milhões de quilos de leite em pó, diante de apenas 56 milhões de quilos exportados, diferença superior a 185 milhões de quilos.
Sobre perspectivas financeiras para o setor, Bayer adiantou que os preços que chegaram a ser pagos em 2016 não retornam mais, apesar da expectativa de melhora. "O que mais pode beneficiar a rentabilidade da cadeia leiteira é a redução do custo de produção. Porém, um grande problema é a ociosidade nas plantas industriais pela falta de matéria-prima. Hoje, a ociosidade da capacidade industrial instalada no Rio Grande do Sul chega a 30%, sendo que, num cenário ideal, esse índice deveria ser de, no máximo, 15%. De fato, o ano de 2016 foi muito difícil, mas estamos fazendo o melhor pela Languiru e pelos nossos associados", concluiu o presidente.
As informações são da Assessoria de Imprensa Languiru.
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