A técnica consiste na inoculação de sangue infectado com os agentes da doença em bovinos a serem imunizados. O programa, que ganhou o nome de "Estratégia de Controle Estadual do Carrapato e da Tristeza Parasitária Bovina", será discutido com entidades durante a Expoleite/Fenasul, em Esteio.
O combate ao artrópode tem sido discutido desde 2012 pela Secretaria Estadual de Agricultura. A estimativa é de que cerca de 180 mil bovinos morrem por ano em razão da tristeza parasitária. "Se conseguirmos evitar pelo menos 20% destas mortes, o programa já se paga", afirma o coordenador do Serviço de Doenças Parasitárias da Seapi, Ivo Kohek Júnior. A parte educacional será a primeira a ser implementada.
Hoje e amanhã, ocorre um treinamento de biocarrapaticidograma destinado a 20 parasitologistas. Outros sete cursos estão previstos ainda em 2017. Já a premunição consiste em coletar o sangue de um bovino doador que é livre de doenças, mas ao mesmo tempo tem cepas atenuadas dos agentes de tristeza parasitária. A ideia é que o material seja disponibilizado para veterinários treinados e habilitados, para que seja inoculado em animais receptores. "Com isso, o animal fica imune à tristeza parasitária", explica Kohek. A forma como o material irá chegar ao produtor ainda não está definida. Segundo o pesquisador José Reck, do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), esta prática durante muito tempo foi feita sem controle.
O programa visa garantir a segurança ao criador de que a inoculação não trará o risco de disseminar outras doenças, já que o material será multiplicado dentro de um laboratório de referência, no próprio IPVDF. O órgão pertencia à Fepagro, que foi extinta pelo governo do Estado, mas permanece atuando vinculado à Seapi. Para que a iniciativa saia do papel, contudo, ainda é necessário a montagem da estrutura dentro do instituto. Ainda não há uma definição sobre o custo e a fonte dos recursos. O secretário da Agricultura, Ernani Polo, ressalta que a ausência de novos químicos dificulta o combate, já que os carrapatos tornaram-se resistentes aos produtos hoje disponíveis.
As informações são do Correio do Povo.
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