O crescimento dos serviços de internet no campo é tanto que, na edição 2017, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS) contratou um serviço de banda larga para os expositores no Parque Assis Brasil. "Essa figura do colono meio jeca ficou para trás. Não tem mais como isso existir", avalia Jocimar Rabaioli, assessor da entidade.
Conectar-se é mais do que ficar atualizado. Significa aumentar os rendimentos. De acordo com a Fetag/RS, em relação à Expointer de 2016, a deste ano, nos primeiros quatro dias, apresentou crescimento de cerca de 30% nas comercializações.
Detalhe: no ano passado, eram 227 expositores (22% a mais), que fecharam a feira com um volume de negócios de R$ 2,03 milhões. Tudo leva a crer que, ao menos no setor dos pequenos produtores, as vendas vão apresentar crescimento acima das melhores previsões. Parte do aumento, dirigentes e produtores creditam à fidelização de clientes, sobretudo com produtos orgânicos - quem comprou no ano passado, gostou da qualidade e voltou. Porém, ambos admitem que a agilização das máquinas de cartão pesaram, e muito.
O pacote de internet contratado pela Fetag junto a uma empresa especializada dá direito a 60 mega e permite que até 500 pessoas acessem simultaneamente o sistema. Um investimento de R$ 20 mil. "Conversamos com o pessoal, avisamos que, com a mesma senha, apenas dois aparelhos podem estar conectados ao mesmo tempo. Por enquanto, deu certo e o sistema não está sobrecarregado", comemora Rabaioli.
Sempre conectados
Em 2003, quando participou de sua primeira Expointer, o máximo de tecnologia que Jorge aceitava usar era o telefone. "Hoje em dia, quando eu estou lá na Serra, uns 80% das vendas são feitas pelo whatts", conta o produtor, enquanto manuseia o celular e se prepara para mais uma venda no cartão em seu estande.
Com chapéu na cabeça, cuia de chimarrão ao lado e sotaque típico da Serra, ele garante não ser viciado em celular e que são "os piás e a patroa" que usam mais o aparelho. "Já estou vendo com o banco para adquirir aquele celular que aceita cartão, para eu não ter de correr mais atrás das maquininhas. Quem não se adaptar à tecnologia, está fora do mercado e logo não vai conseguir vender nem um saco de batata mais", prevê.
Metros adiante, no estande da queijaria Somacal, os números são basicamente os mesmos. "Pelo menos 50% das vendas são feitas com cartão. Até quem está com dinheiro no bolso prefere pagar assim, parece que sente menos no bolso", analisa o vendedor Fabio Baggio.
As informações são da Expointer.