O gráfico 1 mostra a evolução dos indicadores de preços, de setembro a fevereiro. O indicador de preços líquidos em média simples (média do preço pago a cada produtor, sem considerar o volume dos produtores) terminou o mês em R$ 1,303/litro, aumento de cerca de 5 centavos em relação ao valor monitorado no mês anterior. O preço médio ponderado pelo volume, por sua vez, fechou em R$ 1,443/litro, cerca de 4 centavos a mais do que o valor divulgado em janeiro.
Gráfico 1: Evolução dos indicadores de preços líquidos do MilkPoint Radar, de setembro de 2016 a fevereiro de 2017.
Além disso, os dados de fevereiro apontam para a alta no preço líquido em todas as faixas de produção. A maior alta nos preços pode ser vista pelos produtores com produção acima de 6.000 litros/dia, com aumento de 8 centavos em relação ao mês anterior. Além disso, as duas primeiras categorias (produtores abaixo de 250 litros/dia e de 250 a 500 litros/dia) apontaram alta de 3 centavos e, as demais categorias, apontaram alta de 6 centavos em média. Convém ressaltar ainda, que os produtores acima de 6.000 litros receberam em média 43 centavos a mais do que os produtores abaixo de 250 litros/dia. O gráfico 2 mostra os preços líquidos por média de volume de leite.
Gráfico 2. Preços líquidos por faixa de produção (leite pago em fevereiro e janeiro).
O cenário de alta foi a realidade de grande parte dos produtores que participam do sistema: entre os usuários que inseriram os dados tanto de janeiro quanto de fevereiro, 70,8% apontaram altas nos preços enquanto 9,6% declararam estabilidade e 19,6% alta nos preços. Os motivos relatados pelos participantes que não apresentaram alta foram, principalmente, produtores com contratos em preços fixados em meses anteriores e o fato de que alguns laticínios acabaram pagando menos seus fornecedores pela diminuição das vendas de leite no período de férias escolares.
Gráfico 3. Tendência de variação do preço líquido – Fevereiro x Janeiro.
Neste mês, o sistema contou com 686 produtores de leite, um acréscimo de 2,1% sobre o mês passado. A média por produtor foi de 1.665 litros, volume 4,3% menor do que no mês anterior mas, ainda assim, muito acima da média nacional. O volume diário monitorado continuou próximo a 1,15 milhão de litros/dia, 1,6% mais baixo do que o valor monitorado em janeiro.
Os dados também indicam uma redução na oferta de leite: os produtores que inseriram dados nos dois últimos meses apresentaram uma queda no volume diário médio de -3,3%.
A tendência de pode ser explicada, principalmente, pelo perfil do sistema de produção dos produtores que participam do MilkPoint, que ainda são, em média, bem maiores dos que o produtor médio brasileiro, com um sistema de produção mais intensivo e que usam animais com perfil genético mais especializado na produção de leite. Nesta época do ano, de maior calor em todo o Centro-Sul, normalmente a produção deste perfil de fazendeiros começa a cair, notadamente em função da redução do conforto térmico das vacas. Além disso, podemos destacar como fatores secundários, a forte queda de preços observada no segundo semestre de 2016 e a ocorrência de veranicos em algumas importantes regiões de produção.
Entre os principais estados produtores de leite, todos apresentaram a mesma tendência. Quanto aos preços, o cenário foi de alta geral, indo de 2 centavos (Paraná) até 8 centavos (Minas Gerais). Já em relação a oferta, pudemos verificar quedar na produção de todos os estados analisados, sendo a maior delas vista em São Paulo (-6,4%) e a menor observada em Minas Gerais (-1,1%).
Gráfico 4 – Variação de preço por produtor nos principais estados em produção de leite – Pagamento de fevereiro (leite de janeiro) x janeiro (leite de dezembro).
Gráfico 5 – Preço médio recebido por produtor nos principais estados em produção de leite – Pagamento de fevereiro (leite de janeiro) x janeiro (leite de dezembro).
Em relação à qualidade, podemos ver que o teor de gordura apresentou alta neste mês, de 0,3%, fechando em 3,67%. Já o teor de proteína apresentou pequena queda em relação a janeiro, resultando em 3,23%, 0,3% a menos do que o valor divulgado no último mês. Quanto aos dados de CCS e CBT, podemos ver quem apresentaram queda: a CCS ficou em 379 mil/ml (-1,6%) e a CBT foi de 42 mil UFC/ml (-10,6%). Tais informações podem ser vistas na tabela 1 abaixo.
Tabela 1 – Indicadores MilkPoint Radar – Pagamento de Fevereiro x Janeiro.
** Considerando produtores que colocaram dados nos dois meses
Fonte: MilkPoint Radar
O que é o MilkPoint Radar?
O MilkPoint Radar é um sistema gratuito de compartilhamento de informações entre produtores de leite, desenvolvido pela AgriPoint. Nele, os produtores inserem mensalmente dados relativos ao volume, preço e qualidade do leite e tem acesso a relatórios comparativos a sua região e estado.
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