Representantes do Tribunal de Contas do Paraná, da Universidade Federal do Paraná, da Ceasa, dos produtores de leite, das indústrias do setor no Paraná e secretários do Governo se reuniram ontem, em Curitiba, para afirmar que são mentirosas e caluniosas as informações publicadas por alguns veículos de comunicação de que há irregularidades e desvios no programa Leite das Crianças.

"Tenho o governador Roberto Requião como um dos homens mais sérios do país, e afirmo que o Tribunal de Contas não levantou nenhuma irregularidade no Leite das Crianças, que é um programa muito bom e consistente. Os únicos problemas são pontuais e de controle, que facilmente podem ser corrigidos", garantiu o auditor do Tribunal, Agileu Carlos Bittencourt, responsável pela averiguação das contas do programa.

O diretor-geral da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, Newton Pohl Ribas, explicou que o encontro foi organizado para esclarecer qualquer dúvida quanto ao preço pago pelo governo pelo litro de leite e como funciona a distribuição para as 175,5 mil crianças pobres nos 399 municípios paranaenses.

"Estamos esclarecendo as dúvidas para que haja transparência absoluta nas ações do governo. Em especial, no programa do Leite, que visa exclusivamente atender as crianças mais pobres e reorganizar a produção de leite no Paraná, além de possibilitar que os pequenos produtores possam melhorar sua produção", explicou.

Ribas lembrou que até 2002 o litro do leite era vendido por R$ 0,18, o que não cobria sequer o custo da produção. Na época, o assunto foi discutido pelos deputados estaduais numa CPI presidida pelo então deputado estadual Orlando Pessuti. "Hoje pagamos R$ 0,91 por litro, preço que é definido pelo Conseleite".

E o governo está comprando 11% dos 2,5 bilhões de leite produzidos no Paraná. Com isso conseguimos reorganizar a produção e dar tranquilidade aos produtores", afirmou Ribas, explicando que oeste, o sudoeste e os campos gerais são, respectivamente, as regiões que lideram a produção.

O coordenador do Programa do Leite, Osmar Buzinhani, classificou de mentirosas, caluniosas e falsas as informações publicadas contra o programa. A primeira delas é que o litro do produto não é entregue aos sábados e domingos para as crianças e que a diferença estaria ficando com os voluntários que atuam no programa ou revendidos.

"Apenas 42 dos 399 municípios optaram por não receber o leite nos finais de semana. Isso foi uma opção do Comitê Gestor destas cidades, que se quiserem receber o leite também nos sábados e domingos é só organizarem a distribuição com as mães. E se há sobra de produto, ela é repassada para instituições de caridade", explicou.

Outra informação incorreta é que a compra do produto estaria superfaturada e é realizada sem licitação. "O governo do Paraná paga R$ 0,91 por litro enquanto o de São Paulo paga R$ 1,06. Os paulistas compram leite de uma única empresa, que importa o produto de vários estados. Mas como o governo paranaense queria acelerar a produção do leite entre os pequenos produtores locais, a compra é feita direta com os pequenos laticínios e associações de produtores. E o preço é definido pelo Conseleite", explicou.

Casos diferentes ocorreram em Cascavel e em Londrina, onde uma disputa entre as grandes indústrias fez o preço do litro do leite cair para R$ 0,65. "O caso foi denunciado ao Ministério Público pelos chefes regionais da Secretaria da Agricultura nos dois municípios e, imediatamente, passamos a pagar também R$ 0,65 pelo produto", esclareceu.

Fonte: Agência Estadual de Notícias/PR, adaptado por Equipe MilkPoint