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Postura gerencial é o primeiro passo para se implantar pecuária de precisão na fazenda

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 29/01/2016

4 MIN DE LEITURA

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O Brasil é o quarto maior produtor de leite de vaca do mundo, atrás apenas dos EUA, Índia e China. Mas essa privilegiada posição esconde sua baixa eficiência. Os países que usam rebanhos menores para produzir mais leite o fazem com mais eficiência e, portanto, com custo menor. Neste quesito a pecuária de leite brasileira ocupa uma das piores posições do mundo. Além do mais, apenas 15% dos produtores são responsáveis por 80% da produção nacional. Isso significa que uma grande quantidade de produtores pode não estar tendo acesso às tecnologias disponíveis.

Aumentar a adoção de tecnologias que melhorem o desempenho econômico, social e ambiental da propriedade leiteira com base na gestão da variabilidade espacial e animal pode ser uma estratégia para melhorar a produtividade brasileira, a chamada pecuária leiteira de precisão. Produzir mais, com custos menores e menor impacto ambiental é o grande desafio.


O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Luiz Gustavo Ribeiro Pereira, afirma que existem mais de um milhão de propriedades leiteiras, espalhadas por todas as regiões do país. “Muitas são extremamente eficientes e muitas ainda dispõem de meios rudimentares de produção”, observa. O pesquisador adverte que a adoção de tecnologias não significa apenas aquisição de equipamentos de ponta ou muito caros. “A principal ferramenta da Pecuária de Precisão neste sentido é o homem, e não robôs ou equipamentos de última geração”, aponta.

Pereira se refere a uma postura mais gerencial do produtor como a base da pecuária de precisão. E um dos aspectos mais importantes que deve ser levado em conta é a variabilidade existente entre os animais de um mesmo rebanho, entre as fazendas e os pastos. Por exemplo, é possível existir dois animais de uma mesma raça em um mesmo rebanho que produzem a mesma quantidade de leite, mas que possuem exigências nutricionais diferentes. “Ao entender essas e outras variações, adota-se posturas nutricionais adequadas, gastando a quantidade certa de alimento, gerando menos custo e menos impacto no meio ambiente. E tudo isso começa com observações do comportamento do rebanho e anotações de dados da propriedade”.

Pecuária Leiteira de precisão -
Luiz Gustavo Ribeiro reforça que ao adotar ferramentas da pecuária de precisão as diversidades passam a ser mais fáceis de ser compreendidas, o que possibilita tomar as decisões mais inteligentes, com impactos econômicos, sociais e ambientais diretos. Segundo o pesquisador, além de uma visão gerencial da propriedade existem ferramentas disponíveis e a custos acessíveis para o pequeno produtor. Existem tecnologias gratuitas, como aplicativos de gerenciamento de fazendas, e também tecnologias de custo elevado, como a ordenha robótica que pode custar mais de R$ 700 mil.

Um bom exemplo de como as novas tecnologias podem contribuir com o dia a dia da fazenda, são os celulares, ”É um dispositivo que quase todo mundo usa, está presente no campo e possui mais de 20 sensores. Alguns equipamentos compatíveis com celulares permitem identificar diversas variáveis importantes, possibilitando o produtor ajustar vários aspectos da atividade, reduzindo mão de obra e insumos que elevam o custo produtivo”, ressaltou. Luiz Gustavo reforça que a maioria das tecnologias para a produção de leite já existe, mas ainda chegam de forma tímida ao campo.


Tecnologias disponíveis - Na visão de Luiz Gustavo Pereira, a automação das fazendas leiteiras é uma tendência mundial e não há como fugir dela. Segundo ele, na Europa 20% das ordenhas são operadas por robótica e 40% dos equipamentos adquiridos atualmente utilizam essa tecnologia. Ele reforça que a adoção de tecnologias de precisão nas propriedades deve acontecer de forma gradual, de acordo com as condições do produtor e deve ter como foco a melhoria da eficiência bioeconômica do sistema de produção.

O processo de automação pode contribuir também para a solução de um dos principais problemas da pecuária de leite, a sucessão. Pereira enfatiza que a melhoria da qualidade de vida da família do produtor é fator determinante para a permanência na atividade. “Com melhor rendimento econômico da propriedade o aspecto social é diretamente beneficiado”, acentua. “Não ter que acordar de madrugada para fazer a ordenha e ter os fins de semana livres pois o equipamento vai fazer todo o trabalho vai garantir ao produtor mais tempo para desfrutar da vida com sua família, isso é melhorar sensivelmente sua condição de vida”, exemplifica.


Entre os equipamentos e tecnologias disponíveis no mercado que podem trazer importantes benefícios para o produtor estão: sensores de atividade para a detecção de cio e avaliação da saúde dos animais, sistemas automáticos de ordenha, alimentadores automáticos, sistemas de limpeza e aproveitamento de dejetos de animais, dispositivos automáticos para a pesagem e avaliação de escore de condição corporal dos animais. “Para ter acesso ou planejar a incorporação dessas tecnologias, o produtor deve buscar apoio nas cooperativas ou junto aos órgãos de extensão rural”, aconselha.

*Luiz Gustavo Ribeiro Pereira é Médico Veterinário, doutor em Ciência Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente, é Pesquisador da Embrapa Gado de Leite. É também orientador nos cursos de pós graduação em Ciência Animal, na Universidade Estadual de Santa Cruz, e de Zootecnia, na Universidade do Sudoeste da Bahia. Seus trabalhos se concentram na área de Zootecnia, com ênfase em nutrição de ruminantes e pecuária leiteira de precisão. Luiz será um dos palestrantes do 6º Simpósio Internacional da Revista Leite Integral "Manejo e precisão em sistemas de produção de leite", que será realizado de 06 a 07 de abril na Expo Unimed em Curitiba/PR. Para mais informações sobre o evento, clique aqui. 


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